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Eu relutei muito em assistir esse filme. Primeiro pela própria demora de seu lançamento no Brasil, segundo porque terminei a leitura da série de livros que o inspirou meio que engasgada e terceiro porque eu não sabia o que esperar exatamente de um filme que seguia a trilha deixada pela estrondosa saga Crepúsculo num mercado já muito saturado pelo gênero.

Contudo, para a minha surpresa, o longa dirigido por Scott Hicks me surpreendeu além do previsto, apenas pelo fato de não ter sido tão ruim conforme eu imaginava que seria.

O longa se desdobra a partir dos acontecimentos narrados pelo primeiro volume da série de livros escritos por Lauren Kate, Fallen, depois que Lucinda Price (Addison Timlin) perde seu namorado para um misterioso incêndio do qual ela é culpada ou pelo menos se sente assim. Como consequência, a problemática garota acaba indo para o sinistro reformatório Sword&Cross, que atrapalha mais do que ajuda pessoas com problemas psicológicos (ou cármicos) como Lucinda.

Uma vez no reformatório, Luce entra em contato com uma gama de personagens misteriosos, incluindo o distante Daniel Gregori (Jeremy Irvine) e o deslocado e muito mais simpático Cam Briel (Harrison Gilbertson).

Precisando lhe dar com seus próprios demônios, a garota se ver inexplicavelmente atraída por Daniel, mesmo que seja Cam que mais se aproxima dela, numa receita bobinha de triangulo amoroso mas que a gente bem que gosta.

Neste ponto, eu senti algumas diferenças em relação aos livros. Por ser uma narrativa que se pretende mais objetiva, fica meio que subentendido o que na verdade Lucinda é e qual é a sua verdadeira relação com Daniel. Já faz bastante tempo que eu li os livros, mas tirando a parte da maldição que fica explicita logo no primeiro volume, Lauren Kate demorou décadas para maturar a origem da ligação cármica que Luce tem com ele, o que o filme deixou muito mais evidente e talvez essa tenha sido a maior diferença entre um e outro, já que apesar dos inúmeros problemas de abordagem, o filme foi até fiel a obra original na maior parte do tempo.

Achei o elenco muito deslocado, com atuações fracas, com químicas e atuações forçadas. Mas gostei da atmosfera sombria que o filme conseguiu capturar, o que basicamente foi o que me ajudou a concluir os livros da série.

Apesar de ter torcido o nariz e revirado os olhos para muitos diálogos e cenas, não considerei o filme inteiramente péssimo, ele apenas não é bom, e eu esperava mesmo uma tragédia, e foi seu não acontecimento que me surpreendeu. O filme foi apenas mais do mesmo: não funcionou.

Livros da série resenhados pelo blog:


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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