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Marguerite Caine cresceu cercada por teorias científicas revolucionárias graças aos pais, dois físicos brilhantes. Mas nada chega aos pés da mais recente invenção de sua mãe — um aparelho chamado Firebird, que permite que as pessoas alcancem dimensões paralelas.

Quando o pai de Marguerite é assassinado, todas as evidências apontam para a mesma pessoa: Paul, o brilhante e enigmático pupilo dos professores. Antes de ser preso, ele escapa para outra realidade, fechando o ciclo do que parece ser o crime perfeito. Paul, no entanto, não considerou um fator fundamental: Marguerite. A filha do renomado cientista Henry Caine não sabe se é capaz de matar, mas, para vingar a morte de seu pai, está disposta a descobrir.

Com a ajuda de outro estudante de física, a garota persegue o suspeito por várias dimensões. Em cada novo mundo, Marguerite encontra outra versão de Paul e, a cada novo encontro, suas certezas sobre a culpa dele diminuem. Será que as mesmas dúvidas entre eles estão destinadas a surgirem, de novo e de novo, em todas as vidas dos dois?

Em meio a tantas existências drasticamente diferentes — uma grã-duquesa na Rússia czarista, uma órfã baladeira numa Londres futurista, uma refugiada em uma estação no meio do oceano —, Marguerite se questiona: entre todas as infinitas possibilidades do universo, o amor pode ser aquilo que perdura?

Mil Pedaços de Você é o primeiro livro da trilogia Firebird da Autora Amy Vincent que usa o pseudônimo de Claudia Gray. Estava procurando um novo livro para ler, li a sinopse e resolvi arriscar.

Quando li a premissa sobre mundos paralelos e realidades alternativas logo achei que teria uma pegada meio Fringe – série do J.J. Abrams teve sua última temporada em 2013 – misturado com as Fronteiras do Universo do Philip Pullman, só que menos religioso. Devo dizer que não me decepcionei e gostei muito da história.

Gray trouxe à tona a ideia de infinitas realidades que coexistem. Sabe aquele papo de se eu tivesse nascido em tal lugar minha vida seria diferente? Então, em cada realidade há uma cultura e costumes diferenciados. Por exemplo: uma tem um foco maior na tecnologia, outra é mais imperial e em outra mudam pequenos detalhes e em cada uma delas há uma versão de você e cada possibilidade ou escolha interferem diretamente na sua vivencia, mas não necessariamente nos seus interesses. É muito louco, pois os nossos “eus” tem essências e almas similares. Você pode ser uma artista plástica em uma realidade, em outra uma grã-duquesa que adora pintar e em uma terceira uma estilista de moda que desenha suas coleções. Não sei como posso chamar, mas seriam traços da personalidade que se mantem independente do mundo que você vive.

Porque é o seguinte os pais da nossa protagonista Marguerite, Prof° Caine e Dra. Kovalenka desenvolveram uma pesquisa junto com seus estagiários Paul e Theo sobre Multiversos – incontáveis dimensões quânticas da realidade, que se encaixam umas dentro das outras – e com isso, construíram um artefato raro e único chamado Firebird que pode levar um portador a viajar entre as dimensões. Você transfere a sua consciência para o seu eu de uma determinada realidade se sobrepondo a ele (tipo invasores de corpos. Heheheh.), mas nem tanto, em determinados momentos há a necessidade de ativar lembretes no Firebird, pois sem eles as pessoas se tornam testemunhas silenciosas, enquanto suas personas daquele universo voltam a dominar suas consciências. Os viajantes se lembram de tudo que vivenciaram dentro do seus outros “eus”, porem precisam dos lembretes. Sem o Firebird você não tem como sair dessa dimensão alternativa e pode vir a ficar preso dentro do seu outro eu.

A história se inicia com um acidente de carro que levou ao desaparecimento/morte do pai da Meg e uma busca incessante ao possível responsável pelo acidente. No caso, Paul que aparentemente fugiu para um outra dimensão, fazendo com que Meg e Theo resolvessem segui-lo em busca de vingança e respostas.

De cara, não temos como ter certeza se Paul é realmente o culpado pelo desaparecimento/morte do pai da Marguerite, então ficamos curiosos para entender seus motivos. É uma aventura cheia de mistérios e romance. Mas o foco maior é a importância da família e a forma com a qual eles lutam por aqueles que amam.

O cenário criado pela autora é genial, porque cada dimensão tem o seu diferencial e em cada uma delas acrescenta algo novo na Meg, são novas vivencias e realidades então há um processo de amadurecimento da personagem, porque ela de certa forma aprende com os seus outros “eus”. Levando em conta, que ela se mantem no controle da situação e sempre lembra de si mesma, não precisando de lembretes.

Ultimamente tenho lido muito livros que as personagens são artistas plásticas – AMO – porém a Meg tem uma perspectiva artística, mas não passa muito essa sensibilidade na narrativa, talvez por conta da dinâmica da histórica. O único momento que senti um visão mais lírica, foi quando ela estava na Rússia Czarista.

A escrita da Gray é bem direta e sucinta, como explicações simples e objetivas. A história vai crescendo de uma maneira que vamos descobrindo as coisas junto com os personagens e de acordo com as viagens realizadas.

Não é um livro surpreendente, mas tem uma trama instigante, não só pelo lado tecnológico, mas pelo político, porque lidamos com a ganancia do homem e seus objetivos obscuros. Até que ponto os fins justificam os meios?

“Though I know I’ll never lose affection
For people and things that went before
I know I’ll often stop and think about them
In my life I’ll love you more”

(The Beatles – In My Life)

Trilogia Firebirds:

  • Mil Pedaços de Você;
  • Dez Mil Céus Sobre Você;
  • A Million Worlds With You (tradução livre: Milhões de Mundos Com Você)

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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