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Na minha resenha passada da série House Of Night, deixei bem claro sobre o quanto odiei o primeiro livro, apesar de achar que a saga se tornou bastante divertida após alguns livros. Pois bem, em “Traída”, ainda não chegamos nesse ponto. Não posso dizer que o segundo volume é tão ruim quanto o primeiro, até por que muitas coisas melhoraram; finalmente vemos um foco na história de Zoey, e as coisas começam (só começam) a ficar movimentadas. Entretanto, infelizmente, alguns dos elementos que me fizeram odiar “Marcada” continuam aqui.

“Traída” continua a saga da Morada da Noite. Após expôr Aphrodite e descobrir junto a seus amigos seus novos poderes, Zoey deve enfrentar seu novo papel na Morada, e lidar com o assédio de Heath, seu ex-namorado com quem está Carimbada, e Erik. Ao mesmo tempo, começa a descobrir pedaços de um plano maligno que a colocam de frente a uma inimaginável traição, e encontra amizade onde menos espera.

Para começar: o título “Traída” é de um drama sem tamanho. A traição propriamente dita é apenas sugerida e só vem a se concretizar de fato no terceiro e no quarto livro. Segundo: podemos jogar no lixo praticamente tudo que lemos em “Marcada”; graças a Deus, a história aqui toma um rumo bastante diferente.

Os elementos que me irritaram em “Marcada” ainda estão presentes; a superficialidade e o hormônio adolescente continuam tendo mais espaço do que a própria história. A parte boa é que “Traída” já não é TÃO superficial assim, o que é um avanço. O livro trás maior profundidade aos personagens, finalmente transformando-os em pessoas palpáveis e permitindo nos conectar a eles – algo desesperadamente necessário após o fracasso de “Marcada” nesse quesito. A mitologia da saga também ganha novos (e bem-vindos) elementos, dando uma pista da densidade que teria mais tarde.

A história, como um todo, apesar de prejudicada pela superficialidade, consegue se desenvolver de forma melhor. Claro que não é o ideal; ainda há muitos clichês desnecessários e tramas pouco carismáticas e dispensáveis. Mas já é o começo de uma transformação que faria de House Of Night uma saga bastante divertida, justamente pela atmosfera trash e exagerada. Além disso, foi ótimo ver que as autoras não têm medo de fazer o que devem com seus personagens – mesmo que isso signifique fazê-los passar por uma transformação imensa de personalidade ou até mesmo matá-los.

“Traída” não é o livro ideal. Para falar a verdade, ainda é consideravelmente ruim. Mas já começa a série House Of Night como a conhecemos, e, apesar de seus momentos irritantes e excessivamente “aborrecentes”, foi o que manteve meu interesse para o terceiro volume, “Escolhida”.

Nota: 4/10

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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