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Primeiro da trilogia de mesmo nome, que marca a estreia da autora Arwen Elys Dayton na literatura young adult, Seeker – A guerra dos clãs é uma fantasia épica com toques de ficção científica perfeita para fãs de séries como Jogos Vorazes, Divergente e Jovens de Elite. A história gira em torno da jovem Quin Kincaid, treinada para se tornar uma Seeker e lutar ao lado de seus companheiros para proteger os injustiçados, levando luz para um mundo mergulhado na escuridão. Na noite de seu juramento, porém, quando está prestes a honrar seu legado e iniciar sua missão, Quin descobre que ser uma Seeker não é bem o que ela havia imaginado. E mesmo sua família e seu grande amor não são exatamente como ela acreditava. A jornada de Quin Kincaid em busca de sua verdadeira identidade vai começar. Uma saga memorável, protagonizada por uma heroína inesquecível.

Seeker é o primeiro livro da trilogia homônima da autora Arwen Elys Dayton. Ganhei o livro da Rocco e de início fiquei meio receosa por não saber muito o que esperar, vi que usaram jogos vorazes e divergente pra divulgar e pensei: mais uma distopia? Só que não, ele é mais ficção cientifica. Gostei muito mesmo! Se a Rocco quiser me mandar a sequência super estamos ai… heheheh #VaiRoccoNuncaTePediNada

Emendei Mil Pedaços de Você da Claudia Gray com o Seeker e me vi numa linha de pensamento muito parecida, esse lance de mundos paralelos, enquanto Gray trouxe à tona a ideia de infinitas realidades que coexistem, Dayton levou mais para o lado da Faca Sutil do Philip Pullman, porém não abria novos universos e sim passagens, quase um meio de transporte. Vou explicar melhor, a Athame, faca utilizada pelos Seeker – cada clã tem o seu Athame cada qual com o símbolo especifico de cada família – abre um passagem que permite que você vá a qualquer lugar que desejar se você mantiver o foco e o local não estiver em movimento – tipo um avião. Se não for treinado e não tiver concentração você pode acabar se perdendo dentro desse espaço de tempo/passagem.

O livro foi dividido 3 partes e um interlúdio que faz um flashback. E é contado em terceira pessoa, mas os capítulos se revezam entre os personagens principais: Quin, Shinobu, John Hart e a Jovem Pavor Maud.  Eu estou mais acostumada a livros em primeira pessoa, mas para fazer funcionar essas mudanças de visão nos capítulos os personagens precisam ter uma personalidade tremenda, porque senão você precisa voltar constantemente ao início do capitulo pra saber “dentro de quem” você está no momento. Eu achei que essa jogada da autora de ser em terceira pessoa positiva, pois ela ampliou seus horizontes não focando apenas em um lado da história. Mas também se fosse em primeira pessoa o livro acabaria sendo mais intenso, porque cada um deles chegou ao fundo do poço de alguma forma e você ter uma visão mais interiorizada é muito diferente.

A história se inicia na Escócia é focada na personagem Quin Kincaid, que desde os 8 anos de idade é treinada junto com o seu primo de terceiro grau Shinobu MacBain para se tornar uma Seeker e lutar para proteger os injustiçados, levando luz para um mundo imerso na escuridão. Quando já tinham mais ou menos 12 anos de idade John Hart passou a ser treinado junto com eles. Briac Kincaid e Alastir MacBain são Seekers e se responsabilizaram a treinar seus filhos de acordo com os ensinamentos dos clãs. Até ai tudo bem, porem no dia em que fizeram o juramento descobriram da pior forma que a honra e o legado dos Seekers contado por seu pais haviam sido substituídos por ganancia e poder. Mudando tudo. #BriacSux

John tem um passado difícil, pois viu sua mãe sendo morta por Seekers e Pavores e jurou que se tornaria um deles e traria de volta toda a honra e gloria que seu clã havia perdido, além de justiça, obviamente. Mas, Briac não permitiu que o mesmo se tornasse um, o mandando de volta para o seu avô em Londres. É um personagem complicado, pois ao mesmo tempo que sentimos pena e queremos que ele consiga. As atitudes dele são do tipo “os fins justificam os meios” e na boa, a banda não toca assim. Porque mais cedo ou mais tarde você acaba se perdendo e não tem volta.

Em toda a história a gente tem sempre um badboy e triângulos amorosos e tal, essa não fugiu muito disso. Shinobu é o “badboy” com problemas de consciência. Ele é um personagem que eu queria ter uma visão mais profunda e interiorizada, pois ele é um menino bom que pela pressão do juramento feito tomou atitudes das quais não se orgulha e entrou um bad vibe total. Se tornou viciado e tentou esquecer seu amor pela Quin e abandonou sua família. Chegou ao fundo do poço mesmo, mas conseguiu sair.  Esse momento de fraqueza e esse sentimento ruim o impulsionaram a viver de uma forma entorpecida. Mas no fim das contas não encarar a coisa de frente é muito pior, essa tentativa de fuga diz muito sobre a personalidade dele. POREM, eu gostei muito do Shinobu, acho que assim que ele teve o estalo para vida, o personagem amadureceu e as outras pessoas reconheceram esse amadurecimento. A própria Quin enxergou ele de outra forma.

É meio bizarro, porque não dá para julgar muito a posição dele, pois a Quin passou por uma amnésia pós traumática. Então de certa forma, o corpo dela passou por um choque tão grande que a fez se esquecer de tudo o que ele teve que conviver sozinho. Mas o passado sempre acaba batendo em sua porta.

Com uma trama dinâmica a trilogia Seeker promete muitas aventuras e uma busca mais aprofundada sobre suas verdadeiras identidades e posicionamentos sobre o mundo. Gostei muito da leitura. O desfecho foi um pouco previsível, mas ainda tem muita história pela frente.

Trilogia Seeker:

  • Seeker: A Guerra dos Clãs;
  • Traveler;

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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