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“Como amar de verdade a pessoa que está comigo, se não consigo esquecer alguém que ficou no passado?”. 

O tema deste livro deixa aquela pulga atrás da orelha, te faz imaginar como seria a vida se tivéssemos feitos outras escolhas. Esta é uma história para quem algum dia já se perguntou isso.

Em Ame o que é seu o leitor encontrará a história de uma mulher (Ellen) dividida entre o amor real e aquele fatídico ‘E, se’.

O casamento de Ellen e Andy não parece perfeito, ele é perfeito. São inegáveis a profundidade da devoção mútua e o quanto um esperta o melhor do outro. Mas por obra do destino, certa tarde, Ellen revê Leo pela primeira vez em oito anos. Leo, aquele que partiu seu coração sem se explicar, aquele que ela não conseguiu esquecer.

Quando o reaparecimento dele desperta sentimentos há muito adormecidos, Ellen se põe a questionar se sua vida atual é de fato como ela queria que fosse.

O desenrolar da história é contagiante, pois a cada página acontecem novas cenas que é quase impossível abandonar a leitura, ou … não se colocar em seu lugar

Esse foi o primeiro livro da Emily Giffin que eu li, e como eu adoro aqueles romances de banca de jornal e não tenho nenhuma vergonha de dizer isso, claro que eu gostei muito desse livro. Peguei ele pra ler na sexta apenas pra dar uma olhada, ver se me agradava e não consegui largar mais. Praticamente devorei as 309 páginas – mas veja bem, ele não é um romance que você encontra em bancas de jornais, pelo menos não aqui no Brasil, mas está bem dentro dos romances desse tipo.

“Ame o que é Seu” é aquele tipo de livro simples, que não tem nada demais, mas que te prende por ser envolvente, por te fazer querer saber qual é a da personagem principal afinal.

Muitas pessoas devem ter tido uma paixão, ou amor desastroso que termina mais com dúvidas que com certezas ou perguntas do tipo: E se?Será? Mas ele me amou? E se tivéssemos superado?Quem já passou por isso sabe que poucas coisas na vida são mais dolorosas e amargas do que um “e se”  ou um “será?” mal resolvidos.

Em “Ame o que é Seu” tudo começa quando em um dia chuvoso, Ellen, uma recém casada que tem um marido aparentemente perfeito, a família dos sonhos e uma boa estabilidade profissional, encontra seu grande amor-louco-amor do passado, Leo, em um cruzamento em Nova Iorque. Sendo que Ellen não via Leo há oito anos, desde que ele deixou seu coração em frangalhos.

O negócio é que a mulher fica extremamente mexida, porque Leo foi durante algum tempo o homem de sua vida, o homem por quem ela fazia de tudo, se doando de corpo e alma. Deixando muitas vezes de lado sua família e amigos para viver momentos românticos e ardentes com ele, ou até mesmo os mais corriqueiros. O importante para Ellen era estar com Leo. Sempre com Leo. Para sempre com Leo.  E é assim que seu ex namorado se torna o elefante branco no relacionamento dela com o marido, ficando bem no meio da cama dos dois.

Então, esse é o grande drama da protagonista, porque como eu já disse, ela é casada e bem casada. Com um homem bom, integro, inteligente, que ama loucamente e que ainda é cheio da grana (sempre esse velho clichê). E mesmo assim, desde que o encontro no cruzamento, ela não deixa de pensar em Leo, alimentando aos poucos aqueles velhos sentimentos mal resolvidos.

Ellen vai ficando confusa, cheia de dúvidas. Sendo invadida por um misto de desespero e ansiedade sempre que se lembrava dele. Ficando cheia de culpa e remorso no momento seguinte quando pensava em seu querido marido, com quem tinha um casamento fiel em feliz e a quem amava.

Confesso que em muitos momentos eu me identifiquei com a Ellen, compreendendo os seus sentimentos, me apaixonando também pelo Leo – Como não se apaixonar por aquele moreno sexy de sorriso maroto? – Mas em outros momentos, eu me vi com muita raiva dela, por ela tornar o que era simples de resolver, em algo muito mais complicado, que aos poucos foi se tornando uma bola de neve desnecessária.

Apesar da minha simpatia pelo Leo, por ele ser quente e pelo relatos de Ellen de como era cheio de altos e baixos o relacionamento dos dois e como aquilo a deixava viva, mesmo que a despedaçasse no final, eu já tinha escolhido o meu lado. E foi o marido dela. Estava torcendo mesmo para o Andy, mesmo ele tendo mostrado para Ellen que ele não era tão perfeito assim. Consequentemente eu ficava P da vida sempre quando ela começava com aquele negócio de Leo. Digo isso porque uma coisa interessante desse livro, é que Emily mesclou fatos do presente e do passado de Ellen, assim temos muitos trechos que contam com diálogos o rompimento dela com Leo, como eles se conheceram, como ela conheceu o Andy e  etc.

Assim dá pra ter um panorama de quem é quem. E por mais charmoso e irresistível que fosse o Leo, por mais atrativo e excitante que fosse um relacionamento com ele, era um tiro no escuro, ao contrário do Andy que era algo sólido e confiável, algo que toda mulher deseja ter ao seu lado pelo resto da vida e que Ellen já tinha aos seus pés. Por isso eu ficava com muita raiva da Ellen, porque até eu já havia percebido isso enquanto ela ainda se debatia com a questão e colocava um casamento dos sonhos em risco por uma coisa que apesar do amor, era mais física do que tudo.

Adorei a forma como Emily Giffin descreveu os detalhes, embora em alguns momentos ela tenha pecado nos excessos para descrever a cor de uma parede por exemplo. Mas esses livros chick lit , voltado para o público feminino, é assim mesmo. As mulheres gostam de saber o que as mocinhas estão usando em momento X, como está o cabelo dela e a maquiagem. Acho que escrever essas coisas é um jeito de invocar a infância e brincar de boneca. Pode ser exaustivo, mas nesse caso até que eu gosto. Fora que como o livro é pelo ponto de vista da Ellen, não dá pra conhecer um pouco melhor os sentimentos de alguns personagens, como o Andy e o próprio Leo. Talvez se o livro fosse escrito em terceira pessoa, com certo destaque para esses personagens, poderia ter sido mais profundo.

Mas eu curti muito esse livro, não foi algo inesquecível, mas que preencheu bem uns dois dias da minha vida. É um livro  interessante e trás  uma importante lição de vida sobre interpretar nossos sentimentos bem e sobre ouvir de verdade o nosso coração. Eu indico para quem gosta de romances sem muita comédia e com um pé na verdade humana.  É um romance simples, cotidiano e com histórias de gente de verdade. Me apaixonei pelo Leo. Me apaixonei também pelo Andy. E não me arrependi de chegar até o final.


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

11 Responses

  1. Ótima resenha. Estou lendo este livro e, sinceramente, estou na pág. 190 e até agora não estou me sentindo muito empolgada com ele. Vou continuar lendo e espero que alguma coisa de interessante aconteça. Depois de ler sua resenha, fiquei um pouco mais animada para lê-lo por completo. Beijos.

  2. , could I not simply ctreae a new/separate CSS file and include it in the header that had my custom theme CSS?This way when jquerymobile gets updated, and I replace/update the css then mine won’t be affected. Is that what you would do?I realize if IDs or Classes changed then my own CSS could become ineffective but just trying to think of best practice here.2) Slightly off-topic but what about image resizing. Would the require a php(?) script or should I just use small-ish images? I would think a resizing script of some sort would be best but I’m not sure which and I’m not a programmer (but I know html/css).Thanks buddyScott

  3. Desisti do livro. Estava me irritando esse lance dela com o Leo. Muito lenga lenga e historinha melosa. Gosto de romances mas esse me decepcionou. Prefiro os que tem um pouco mais de comédia. Parei no meio…mas não dá mais. Beijos

  4. Na minha opinião é um livro encantador, em nenhum momento senti vontade de abandona-lo. Recomento para todos lerem, pois se você também é essa pessoa que fica se imaginando em outro ”mundo” ele irá lhe orientar. Boa leitura!

  5. Achei no incio interresante depois ficou cansativo e nao consegui ler todo o livro. enfim sem muito logico, no meu ver critico.

  6. Eu gostei do livro .
    mas esse final da Ellen vivendo em dois lugares , sera que daria certo ?
    O Andy é perfeito gente , ficaria com ele sem hesitar .
    Esse final me deixou um pouco a desejar na minha opinião , mas no geral gostei .
    Confesso que teve momentos que tive vontade de Matar a Ellen . A suzane apesar de quase não aparar muito no livro , eu adorei ela .

  7. Li o livro ate o final, e apesar da resenha excelente tenho que confessar que o final para mim foi uma decepçao total, para mim ela so decidiu pelo marido pela estabilidade, e so não ficou com o outro porque ele era “um tiro no pé”, enfim,uma leitura exaustiva e um final decepcionante, para aqueles que acreditam em Sinceridade e lealdade.

  8. Verdade.
    Me irritei muito com a protagonista. Senti muita raiva dela!
    E acho que vc tem razão. Ela ficou com o Andy pela estabilidade, mas infelizmente, o que não falta no mundo são pessoas que agem assim.

  9. Confesso que é um livro bem interessante e que muita gente talvez, já tenha passado por uma situação dessas. Não posso deixar de comentar também das vezes que me irritei com Ellen por fazer de uma situação simples um problemas grandioso, de ficar se lamentando o tempo todo e nunca saber de nada kkkk. Leo é o tipo de “paixão” em meio ao pecado que nos desperta carnalmente e Andy o “amor” perfeito que eu gostaria de levar para minha vida toda, sem duvida!

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