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Após todo o transtorno causado pelo não lançamento de “O Beijo das Sombras – Academia de Vampiros” aqui no Brasil, devido ao fracasso na bilheteria do filme nos cinemas internacionais, hoje finalmente consegui assistir o filme produzido por Don Murphy para a Preger Entertainment, com Mark Waters (As Crônicas de Spiderwick, Meninas Malvadas) na direção e seu irmão, Dan Waters (Atração Mortal), no roteiro.

Como foi dito já de forma exaustiva aqui no blog, o filme foi baseada no primeiro volume de uma série de seis livros escritos por Richelle Mead, uma autora que eu particularmente amo de paixão. Adoro a atmosfera que ela cria em suas estórias, a audácia de suas mocinhas, a capacidade que ela tem de falar sobre tudo em seus livros – amor, paixão, amizade, humor, ação. Considero Richelle uma das autoras mais completas da atualidade, e única em sua esfera de trabalho.

No entanto, mesmo sendo mega fã dessa autora e de seu trabalho, mesmo estando ciente de que um provável fracasso nas bilheterias não seria culpa dela, eu fiquei muito com o pé atrás quando soube que o primeiro livro de Academia seria adaptado para os cinemas. Baixou um pessimismo em relação ao filme quando saiu a notícia de sua produção. E isso ocorreu comigo antes mesmo de sair o elenco, as imagens, antes mesmo de serem divulgadas algumas peças da trama. Conforme foram saindo as imagens, os clips, o que ficava nítido era o baixo orçamento da produção, o que ninguém fazia questão de esconder.

Acho que seu eu tivesse que produzir um filme que já é baseado em alguma coisa que já existisse, que já tivesse um nome, uma marca, que já tivesse um público mais ou menos definido, me indagaria de verdade se valeria a pena aventurar-se com um baixo orçamento em um mercado tão saturado do assunto. Eu sei. As coisas no cinema funcionam assim. Nem todos os filmes possuem um orçamento orbitante ou tão pouco são médias ou super produções. E se você parar para pensar de uma forma mais mercadológica (como de fato é o pensamento de todos os envolvidos nesse projeto), sempre vai haver uma, duas, ou algumas chances de sucesso. Vai que cola! Foi assim com Crepúsculo, não foi?Baixíssimo orçamento, atores desconhecidos, estória e público teen, foi hiper contestado e criticado (zoado) pela baixa qualidade da produção e pelo teor  da estória. Tão zoado que deu no que deu. Não estou desmerecendo os fãs, dizendo que o filme não foi feito para eles e sim por uma causa mercadológica, mas é mais ou menos por aí, Embora o que eu tenha assistido em mais ou menos uma hora e meia de filme somente os fãs irão entender mesmo, e olhe lá, porque eu mesmo que amo de paixão tive muitos momentos “dannsss” e WTF?????”.

Estou falando de orçamentos, Crepúsculo e danssss porque quero chegar em um ponto. O ponto que derivou todo o meu pessimismo com a produção de VA. Não irei dizer NUNCA MAIS, mas convenhamos que depois de Crepúsculo gente, nada mais com a mesma formula funcionará durante um bom tempo, mesmo tendo sido criada antes ou depois deste. A adaptação de “Dezesseis Luas” veio na mesma esteira, com a mesma proposta de produção e falhou, Cidade dos Ossos que na minha opinião foi bem produzido e não me decepcionou, fracassou também nas bilheterias (olha que não tem nada a ver, mas entendam, é teen, tem vampiros, basicamente o mesmo draminha, então ele foi rotulado e posto no mesmo pacote e pronto). Quase ficamos sem “Cidade das Cinzas” e olha que o orçamento de Cidade dos Ossos foi até razoável se comparado com os demais citados aqui. Eu sou o número Quatro (Fail), Fallen (nem estreou, mas só uma mudança forte de maré fará com que ele renda uma continuação. Nem acreditei que eles fossem fazer, mas tá aí, já terminaram até as filmagens, assim como a de “Cinquenta Tons de Cinzas”. Deus…).

Conclusão: O mercado é insaciável e compra os direitos de tudo o que é promissor e joga o conteúdo em cima das pessoas na esperança que ocorra um CLICK como ocorreu com “Crepúsculo” por exemplo. Nós que somos fãs, ficamos felizes, naquela expectativa. Mas o que acontece de verdade, é que o público cansou. Não é mais novo. Não é novidade. E no nosso mundo de hoje a novidade dura apenas 15 minutos – e olhe lá!Passou essa febre e no caso de VA, havia um agravante ainda mais preocupante já que os livros não são tão populares assim por aqui e até um tempo eram abusivamente caros. Acho que depois eles reduziram o preço um pouco justamente na intenção de popularizar mais a série por aqui para arrematar uma maior bilheteria. Fail. Academia de Vampiros falhou até mesmo nos lugares onde a série era top dos tops.

Foi por isso que eu não acreditava que daria certo, e de fato não deu. Não teremos uma continuação de VA, pelo menos não há nenhuma previsão – nenhuma mesmo.

Fiquei muito triste assistindo esse filme. Admiro o empenho, a “boa vontade” de tentarem dar vida à aqueles livros maravilhosos, aquele universo vampiresco, mesmo sabendo que a intenção dos produtores em relação a finalidade não é a mesma que a nossa. Se desse certo, ambos os lados sairiam ganhado. Bom, não deu, e quem saiu perdendo fomos nós. Perdemos muito. Não fiquei decepcionada(porque já esperava algo assim), mas fiquei triste poxa, porque é uma coisa que eu amo e que foi muito, mais muito mal produzida. Fiquei muito triste. Preferia que não tivessem feito. De verdade.

Achei que muitas das informações ficaram atrapalhadas, uma por cima da outra, a síntese da estória foi muito mal feita. Exemplo: Christian e Lissa tiveram dois momentos(que disseram coisas que eu mal compreendi direito) e do nada, no terceiro momento, ele já estava dizendo para a Rose que amava a Lissa, que eles tinham uma ligação, que todos os planetas estavam alinhados….

PERA AÍ COMPANHEIRO!!!!

Isso foi estranho pra mim, imagine para quem nunca leu o livro. Sabe o que faltou, o filme todo? Empatia dos personagens, sincronismos,  aquela conexão que a Richelle tanto gosta de explorar em seus livros. Química. Aquela coisa que você sente no ar. Que estala. Que te deixa toda tensa ou arrepiada. Faltou emoção, paixão. Ficou tudo muito seco, enxuto demais. Por isso que essa declaração do Christian ao meu ver soou tão estranha. Bizarra. Por isso foi tão estranho quando a Rose alto se declarou apaixonada pelo Dimitri. Imagine quem não leu o livro, que sufoco!Com certeza fará de VA um filme facilmente esquecível!

Quanto a tão polêmica fidelidade, sim, ele foi bem fiel. Tiveram umas coisas diferentes aqui e ali, mas foi bom, porque deu mais dinâmica e serviu para explicar as coisas. As explicações sobre o mundo vampiresco, vale dizer, foram excelentes. Porque é uma coisa muito complicada de entender, mas que foi bem trabalhada no filme.  Mas me digam o que foi aquela parte da injeção entre a Rose e a Kirova pelo amor de Deus!???Quantas cenas toscas, uma coleção delas!!!!!Até as lutas dos Power Rangers são melhores de assistir do que as postas em VA!Fiquei assustada com o nível alto de tosquidão Aquela cena do buraco em que a Rose torce o pé, o que foi aquilo?

Tiveram dois momentos apenas que eu realmente gostei no filme, na verdade três, porque gostei da forma como eles ilustraram o laço entre a Rose e a Lissa. Mas tirando isso, o que achei muito legal foi o grande momento da Natalie Dashkov (Sarah Hyland) no final. Ficou linda. Gostei de cada segundo. E o final em si, a última cena, os últimos segundos, também achei muito legal, embora tenha sido uma ideia tirada do terceiro livro da série e ainda assim com uma peça bem diferente inserida em seu contexto. Foi o único momento que eu pensei: Pena que não vai ter continuação!

Algumas atuações foram fracas, outras não tiveram nada a ver como a diretora Kirova (Olga Kurylenko) por exemplo, que ficou belíssima, uma Bitch com B maiúsculo conforme no original, mas muito diferente acho do que eu e todo mundo imaginou. Ficou mais, digamos… Vulgar.

A Zoey foi bem alegre, sarcástica e matusquela como a Rose, mas não adianta, não vejo ela como a Rose (de jeito nenhum) – falta-lhe sex appeal, vital para a personagem.

Danila Kozlovski foi bem como Dimitri, para mim, o melhor cosplay (haha) de todos. Também gostei da Lucy Fry como Lissa e do Dominic Sherwood como Christian Ozera. No entanto o que mais me chamou atenção foi o Cameron Monaghan que interpretou o Mason, os momentos em que ele aparecia, assim como seus amigos, eram os únicos momentos que eu sentia que estava assistindo Academia de Vampiros de verdade. Sentia empatia com eles. As brincadeiras entre eles e a Rose invocam os únicos momentos que posso dizer que senti uma sincronia de verdade entre os personagens.

Não é que eu não tenha gostado de assisto-lo, eu apenas fiquei triste por ter sido desse jeito, embora tudo ocorreu dentro do esperado. Quem quiser se aventurar para entender do que eu estou falando, tá aqui o link para o filme!Quer saber de uma coisa muito boa?Não consigo parar de ouvir “Bella Lugosi’s Dead” do Chvrches. Toca nos créditos e é a música do vídeo aí em baixo 😉

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

3 Responses

  1. Poxa, sou fã dos livros de Richelle Mead, e estava ansiosa pelo filme…. sua resenha foi um balde de agua fria em minhas expectativas.

  2. carina junior, soy la aurtoa del libro :)”Draculesti” es una serie, sed, este libro es el primero.En total, la idea es que sean, como me1ximo, 4 libros. Y en principio todos sere1n a este mismo precio. Gracias por tu intere9s!

  3. Eu não li o livro, e adorei o filme o Dimitri (um Deuso) e Rose (protagonista diferente sem ser melosa, amei). Endento a indignação de quem leu livro, porque você falando e concordo que algumas partes do filme também fiquei perdida, mais gostei tanto dos personagem que não me importei, eu adoraria ver a sequência do filme.

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