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Como fã dos trabalhos do Dan Brown, eu já tinha até desistido das adaptações dos seus livros, devido as versões toscas e muitas das vezes infiéis que Hollywood fazia deles. Encarei o anúncio da adaptação de Inferno, seu último livro, com muita desconfiança e medo. Tanto que nem consegui ir ao cinema assistir e decidi esperar para ver o filme na segurança do meu lar. Ainda bem que eu soube esperar!

Depois de muitas especulações após o aborto das adaptações de seu antecessor , O Símbolo Perdido, Inferno estreou nos cinemas em 2016 com direção de Ron Howard e roteiro de David Koepp, mais uma vez trazendo Tom Hanks no papel do simbolista Robert Langdon, além de Felicity Jones (Siena Brooks) e Irrfan Khan (Harry Sims) que também compõem o elenco.

Como no livro, o filme respeitou as alocações escolhidas por Dan Brown e se desenrola em cidades históricas como Florença (Itália) e Istambul (Turquia) enquanto um Robert atordoado devido a uma perca de memória muito da esquisita, precisa lhe dar com os mistérios que cercam o famoso cientista Bertrand Zobriest (descolado além do necessário na atuação do RUIVO Ben Foster) e os segredos que envolvem a obra de ninguém menos do que o famoso escritor/poeta/político florentino Dante Alighiere.

Novamente e mais uma vez, Robert tem em sua companhia, enquanto desbrava os mistérios da trama, um bela mulher, Siena Brooks, que infelizmente viu parte de sua história ficando de fora do roteiro final do filme.

Contudo, fazendo justiça e com exceção do final, o filme conseguiu ser fiel ao livro durante a sua maior parte. Parecia que eu estava lendo o livro ou que tudo estava se materializando na tela da minha televisão justamente do jeito que eu imaginei. Senti até um arrepio quando percebi a sincronia e pensei: poxa, finalmente um trabalho descente da obra do Dan Brown. Teria sido assim se não fosse aquelas malditos minutos finais que encerram o longa metragem, snif.

Apesar de conseguir invocar a mesma atmosfera, o final para quem leu o livro pode ser no minimo decepcionante. Muito diferente da polêmica final plantada pelo livro, mas muito mesmo. Claramente os roteiristas optaram por um final “feliz” e ainda forçaram a barra com a insinuação de um romance nada a ver entre Langdon e Elizabeth Sinskey (Sidse Babett Knudsen). Não quero nem falar do que fizeram com o impagável Harry Sims ou com a própria Siena Brooks. Grrrr.

Claro que, conversando esse fato com um amigo que também é muito fã do Dan Brown, ele chamou minha atenção para algo que na hora da raiva eu não processei direito. O final de Inferno é no mínimo polêmico, não há outra palavra para defini-lo embora você possa ficar com chocante, heheh. A própria teoria populacional mathusiana que penetra toda a narrativa, de que estamos reproduzindo demais e que um dia os recursos irão acabar e que isso será a causa de nossa extinção como espécie é deveras muito polêmica. Então talvez tenha sido por isso que os envolvidos com o filme tenham preferido pelo final “feliz” e sem muito trabalho. Coisas fáceis assim são naturalmente mais aceitas pelo grande público. Mas é só uma teoria desse meu amigo mesmo. Apesar de eu achar de que ainda dava pra fazer. Não sei exatamente no que essa parte esbarrou para eles optarem pelo caminho mais fácil. Seria apenas mais um filme com um final meio que… ham… trágico.

Apesar de curtir muito os livros do Dan Brown, confesso que a mesma receita que o tornou mundialmente famoso com o Código da Vinci, tornou-se finalmente cansativa. Acho que esgotou. Inferno é um bom livro mas sem grande inovação. Apesar da grande reviravolta que a história que ele conta sofre, em sua natureza ele trás a mesma formula e formato da obras anteriores de Brown. Robert Langdon+uma mulher que o ajuda nas investigações+mistérios que envolve história e simbologia+pessoas famosas ou poderosas o procurando para resolver esses mistérios. Tirando um ou outro livro do autor, tem funcionado assim e acho que isso vem causando certa preguiça das pessoas com sua obra. De qualquer forma, qualquer um de seus livros colocam as adaptações feitas por Hollywood no chinelo. Isso eu posso garantir!

E se você ainda não assistiu, confira o trailer aí!

https://www.youtube.com/watch?v=SMMgF-8G1og
 

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

One response

  1. Nunca li nada do Dan Brown, ganhei um livro dele e achei outro numa livraria de doações. Mas vi acho que 2 filmes baseados em seus livros, e gostei muito mesmo. Ainda não assisti “Inferno”, mas estou louca para ver.

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