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Depois de se vingar dos responsáveis pela morte da sua esposa e filhos, Frank Castle (Jon Bernthal) desvenda conspiração mais profunda que submundo do crime em Nova York. Conhecido agora na cidade como Justiceiro, ele precisa descobrir a verdade sobre as injustiças que afetam mais do que apenas sua família.

A mais nova série da Netflix em parceria com a Marvel, ‘O Justiceiro’, já estreou no serviço de streaming causando uma divisão: Fãs do personagem nas HQs não gostaram da adaptação, porém, a resposta do público no geral foi positiva, garantindo uma segunda temporada. Mas até que ponto a série acerta ou erra?

Com a excelente participação do personagem interpretado por Jon Bernthal na segunda temporada de ‘Demolidor’, era de se esperar uma grande série solo de um dos personagens mais violentos dos quadrinhos. Principalmente quando somos lembrados da belíssima cena da cadeia, onde Frank Castle mata diversas pessoas em uma sequencia de ação de tirar o folego. Em sua série solo, não tivemos nenhuma cena daquele tipo.

Logo de cara somos apresentados a um Frank Castle aposentado, cansado de sua vida de tiros e sangue, tentando seguir em frente. Mas obviamente esse descanso durou pouco. Com um personagem totalmente inspirado em Edward Snowden, Micro, depois de ser torturado por diversos episódios para provar sua lealdade, firma uma parceria com Frank, na tentativa de por um ponto final em uma rede de crimes cometidos a mando de um figurão. Até ai, na minha opinião, episódios bons, mas ainda um pouco arrastados.

A série acertou em cheio na escalação do elenco, que de fato é excelente. E dou ainda um foco em Micro, interpretado por Ebon Moss-Bachrach, e a escolha de Jon para viver Frank Castle, o melhor Justiceiro até hoje. A série sofre muito por excesso de episódios, e esses excessos são sentidos na metade da temporada quando começam a empurrar a estoria com a barriga. Mas mesmo dessa forma, a série conta com um ótimo elenco que consegue segurar a série até o final. Em termos técnicos, a qualidade continua com o selo de aprovação da Netflix, tudo nos mínimos detalhes. Explosões, os tiros, ambientes, tudo muito bem feito por parte da equipe.

Recentemente nos quadrinhos da Marvel, foi revelado que Frank Castle já era um tanto perturbado antes da morte de sua família, e usou do ocorrido para continuar a fazer aquilo que ele mais ama: matar. Por mais que a série tenha tentado seguir nesse caminho, faltou coragem dos roteiristas na hora de encontrar e firmar um caminho para o personagem. Violência? Bom, com os recentes acontecimentos nos Estados Unidos com as questões de armamento livre nas ruas, e várias mortes por armas de fogo, e o ainda recente acontecimento que matou diversas pessoas em Las Vegas, é compreensível que a série da Netflix tirou o pé do acelerador, mas infelizmente, ‘O Justiceiro’ não funciona sem isso. Mas pelo menos a questão do uso de armas foi discutido dentro da série, embora não tenha sido mostrado um ganhador, Karen Page foi totalmente a favor do uso para proteção.

Na minha opinião, os melhores momentos são da dupla Frank e Micro, embora a relação de Frank com a família de Micro também tenha rendido algumas boas cenas. A série tem algumas boas cenas de ação, mas sinceramente para mim, nenhuma chega a ser memorável ou que mereça ser citado aqui. Em outros momentos temos algumas cenas de tortura até fortes, que são os melhores momentos da temporada. A minha sensação final com a série, é que em vários momentos eu pensei “agora vai, agora vai”, mas o medo de criar algo maior para a série impediu o que poderia ter sido a melhor série da Netflix de 2017. Faltou coragem, e infelizmente essa falta de coragem atrapalhou diretamente no que seria a melhor adaptação do Justiceiro para as telas, depois de incontáveis fracassos.

Embora a série tenha ficado longe do que eu esperava como fã do personagem, e pelo o que eu vi na série do ‘Demolidor’, eu ainda gostei da temporada, Jon entrega um excelente personagem, as cenas de ação são razoáveis, mas a estoria central é bem contada, fica longa e chata em alguns momentos, mas tem coisas boas para serem aproveitadas. Não era o que eu esperava, mas tenho boas esperanças para a segunda temporada.

Nota: 8.0/10

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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