E então eu vi “Z – A Cidade Perdida”, dirigido por James Gray, baseado no livro de David Grann (que, por sua vez, é baseado em fatos reais) e estrelado por Charlie Hunnam (Percy Fawcett), Robert Pattinson (Henry Costin), Sienna Miller (Nina Fawcett) e Tom Holland (Jack Fawcett). Como vi, aqui vai minha crítica.
“Z – A Cidade Perdida”, como toda adaptação de obra literária e filme baseado em fatos reais, tem algumas falhas. Mas não se deixe enganar, o filme é bom e vale o ingresso. Deixa eu explicar melhor.
O filme conta a história de Percy Fawcett, um membro do exército britânico que, após ser enviado para ajudar como mediador na disputa entre Brasil e Bolívia pela Amazônia, se tornou um grande explorador. Fawcett se junta a Henry Costin e, juntos, eles obtém sucesso em sua primeira missão, a de mapear e explorar as terras amazônicas, principalmente as da fronteira Brasil-Bolívia.
Após a primeira missão, Fawcett alega ter evidências de que há uma “cidade perdida” em meio a floresta e é ridicularizado por membros da Sociedade Geográfica Real e decide voltar e provar que estava correto. A segunda expedição não resulta em nada e ele ainda voltaria mais uma vez, com seu filho Jack, antes de desaparecer para sempre na floresta.
Explicado o roteiro, que já é conhecido por ser baseado em um livro, vamos aos aspectos cinematográficos.
O roteiro em si possui algumas falhas, como a fraca motivação de Fawcett e alguns furos aqui e ali. O filme apresenta um aspecto de filme antigo, que remete às produções de aventura do século passado e aí está um dos maiores acertos, com uma bela escolha de cores.
O filme se sustenta na relação do inglês com o selvagem (índio) e força uma identificação com o personagem principal, uma vez que ele parece ser o único com um pensamento razoável. O pensamento razoável termina quando a esposa pede para acompanhá-lo e ele surta no machismo, mostrando uma outra face de si.
Por falar nela, Nina Fawcett é uma personagem que tinha tudo para roubar a cena, por ser independente e questionadora (claramente feminista e certamente deveria ser uma sufragista), mas esbarra na construção ruim e na atuação de Sienna Miller, que deixa um pouco a desejar.
O trio principal de atores masculinos (Hunnam, Pattinson e Holland) possui uma atuação sólida, com destaque para o brilhante Pattinson, que dá vida a Henry Costin com maestria. Tom Holland também vai muito bem e a interação Percy/Henry e Percy/Jack é muito boa.
O filme tenta humanizar a missão civilizadora do homem branco, focando sua visão sempre no colonizador e suas motivações (um tanto quanto questionáveis). O índio fica em segundo, quase terceiro plano, e são quase parte da paisagem. No fim, ainda esbarra na questão biográfica, com informações sobre os fatos reais sendo expostas na tela preta.
Deixo aqui duas frases que me marcaram e minha avaliação final:
Z – A Cidade Perdida é um bom filme, com tropeços aqui e ali. Vale o ingresso e provoca reflexão. Nota: 7/10
“O homem deve sempre tentar alcançar o inatingível, se não, pra que serve o paraíso?”
“Eu serei livre, mas você não terá escapatória” – índio para Fawcett
“Z – A Cidade Perdida” chega aos cinemas brasileiros em 1 de junho de 2017.
Confira o trailer:
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Hey!
Confesso que estou com um medinho de ver o filme e me decepcionar com a atuação do Robert Pattinson, mas eu como uma eterna fã de Twilight, com certeza terei que ver!
Beijos!
Paulinha
http://www.naoleia.com
Paulinha, não sou grande fã do Pattinson, mas realmente gostei dele nesse filme!
Adorei a crítica, eu realmente não gosto muito de filmes com essa cara de antigo, estilo Indiana Jones não sei porque, mesmo assim veria porque achei interessante o tema do filme. E gostei da sua abordagem em relação ao filme porque você analisou o que eu pontuaria se visse o filme.
Parabéns Bernardo
Beijos!
https://desconexaoleitura.blogspot.com.br/
Obrigado pelo comentário, Djamila! Mesmo não sendo seu estilo favorito, dê uma chance ao filme, depois me diga o que achou!
Mais uma vez, obrigado!
Olá tudo bem? Ótima crítica! Confesso que quero ver o filme mais pelo enredo em si, como vão trabalhar essa situação do que os atores. E bem os pontos que você levantou, assustam um pouco rs Espero não me decepcionar haha
Beijos,
diariasleituras.blogspot.com.br
Tudo bom, moça? Agradeço imensamente! Quais pontos te assustam? Também espero que você não se decepcione!
Oi!!
Amei a crítica. Me despertou o interesse para assistir, pois adoro filmes que se passam em momentos diferentes da nossa história.
Bjs
https://almde50tons.wordpress.com/
amei a crítica, não tinha ouvido falar deste filme mas me sentir na vontade de ver, irei acompanhar outras criticas.
Os filmes de James Gray sempre se esmeram pelo design de interiores, seja a sala de estar de uma família imigrante ou um quarto de hospital sombrio, ambientes decorados com pequenos traços de memória que ajudam a dar consistência a essas histórias onde questões de hereditariedade e determinismo social são tão importantes. Falar do Charlie Hunnam significa falar de uma grande atuação garantida, ele se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. Eu amo os filmes com charlie hunnam O mesmo aconteceu com esta produção, Rei Arthur a Lenda da Espada que estreará em TV para mim é um dos grandes filmes de Hollywood.