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Jessica Jones retornou em uma segunda temporada, muitas vezes cansativa, mas que no fim consegue agregar algo novo para sua jornada.

Não é surpresa para ninguém, dos sucessos entre a parceria Marvel e Netflix, ‘Demolidor’ ainda é o mais popular, mas logo em seguida temos ‘Jessica Jones’. Seu jeito explosivo, boca suja, beberrona, foi alguns dos chamativos da personagem interpretada maravilhosamente bem por Krysten Ritter, mas diferente de sua primeira temporada, a continuação não teve foco. Retornando com os traumas de Jessica, a nova temporada tenta seguir em frente, mas fica tropeçando em pequenos momentos que não levam a narrativa a lugar algum.

A nova temporada apresenta novos personagens, e traz de volta antigos, mas no final nenhum deles teve importância. De todos os personagens, Malcolm foi o melhor explorado dentro da trama. Eu gosto do tom familiar que a série entregou, entendo a importância disso para Jessica, mas infelizmente, tirando esses momentos, no geral a série ficou bastante limitada. A série tenta improvisar um novo caminho, parece que a temporada vai andar, e depois eles desistem e tentam criar novos elementos para seguir adiante, com mistérios fracos e que não levam a nada.

Em outras palavras, ‘Jessica Jones’ confirmou um medo que muitas pessoas já tinham sobre a série, ela não sobrevive sem Kilgrave. Na primeira temporada, muitos elogios foram feitos para a dupla, e muitos se perguntaram como uma possível segunda temporada existira sem ela. E o fato é apenas um, praticamente não existiu. ‘Jessica Jones’ sofre com a falta de antagonismo, tendo que apelar para dezenas de personagens secundários que não levam medo a sua protagonista, uma das mulheres mais fortes da televisão atual.

A melhor amiga de Jessica, Trish, até aparece em alguns momentos, cresce dentro da série, e provavelmente será de extrema importância para a próxima temporada, mas também não consegue segurar a trama por tempo suficiente. A melhor parte da temporada é quando Jessica enfim descobre que um dos membros de sua família ainda esta vivo, causando assim um novo rumo na vida da garota rebelde, que se culpou por anos pela morte dos pais e do irmão. Esse núcleo em questão funciona, e traz bons frutos para a série. Como o passado de Jessica, o que poderia mudar se ela tivesse descoberto isso antes, e o que pode mudar agora que ela sabe que não está sozinha. De toda forma, os roteiristas perderam tempo dando a personagens inúteis um tempo maior de tela do que era necessário.

A segunda temporada de ‘Jessica Jones’ cansa, sofre com a falta de um vilão digno, mas apresenta bons momentos familiares, e constrói mais em torno da vida da heroína que já conhecíamos.

NOTA: 7.5/10


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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