Categories:

Sabe quando você sai do cinema com aquela vontade de passar na bilheteria e pedir o seu suado dinheiro de volta?Pois é. Foi exatamente assim que eu me senti na última segunda-feira, ao deixar a sessão de O Chamado 3.

Treze anos após ao lançamento da trama do primeiro longa  que inaugurou uma breve onda de remakes de alguns filmes de terror japoneses que infelizmente foram muito mal aproveitados e trabalhados por Hollywood, O Chamado 3 finalmente chegou aos cinemas tendo com diretor o espanhol e estreante F.Javier Gutièrrez.

Como já sabemos, a premissa central da franquia envolve uma mistura entre tecnologia/modernização e uma atmosfera de suspense e terror. E nos  tempos atuais, onde as redes sociais se colocam como um importante elemento do nosso dia a dia, essa aproximação não foi diferente em O Chamado 3. Logo no inicio do filme ficamos a par da existência de uma rede onde várias pessoas eram convencidas a  assistirem as cópias das fitas, numa verdadeira corrente estabelecida para livrar outras pessoas da maldição dos sete dias de Samara.

Tendo esse fato como causa inicial para algumas mortes, o que sobra  do enredo se”desenrola” em torno de um dos casais mais insosso que eu já  tive o desprazer de conhecer nos últimos tempos. Interpretados por Matilda Lutz (Julia) e Alex Roe (Holt) eles repetem o ciclo ao assistirem o vídeo amaldiçoado. Ele por estar envolvido diretamente com a “‘rede social” criada para viralizar o video de Samara numa tentativa louca de um de seus professores (vivido por Johnny Galecki) para provar a existência da alma e ela pelo motivo mais besta e cafona que você possa imaginar que de tão idiota não vale nem a pena comentar.

Sentada na poltrona do cinema enquanto devorava meu humburgão do McDonald, minha sensação era a de estar assistindo não a uma continuação, mas sim a um refilmagem dos filme anteriores, sobretudo o segundo longa. Outra vez vivemos aquela caça ao tesouro pelo passado de Samara com o intuito de salvá-la de algo . Novamente descobrimos aspectos trágicos de sua vida. E mais uma vez todo o segredo se concentra nos progenitores da menina bizarra.O roteiro preguiçoso e toda a falta de criatividade e inspiração,  todo o excesso de explicações com o padrões repetidos acabam sobrepondo-se a sutiliza de criar uma atmosfera de medo e suspense real que é como se constrói um bom cinema de terror e que teria valido o meu suado ingresso.

Como se não bastasse, em muitos momentos em sentia que as peças não encaixavam com o que já tinha sido trabalhado nos dois primeiros filmes embora o longa fosse descaradamente uma reprodução deles. A sensação é que nem os roteiristas sabiam o que estavam fazendo já que quando o filme termina, se você analisar friamente, seus minutos finais pouco fazem sentido quando você tenta juntá-los com o resto.

https://www.youtube.com/watch?v=CBMFh3WgL4w

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

No responses yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *