Na semana passada, prometemos trazer até vocês os subgêneros da Fantasia, e hoje começaremos com um dos mais populares: a Alta Fantasia. Prepare-se para adentrar em mundos totalmente novos, onde a batalha entre o bem e o mal se desenrola em uma narrativa envolvente, repleta de coragem e força dos personagens.
Também conhecida como High Fantasy, a Alta Fantasia apresenta uma abordagem épica em seus temas e personagens, explorando dilemas éticos e políticos, guerras devastadoras, a destruição de nações e a iminência do fim do mundo. É nesse cenário grandioso que se desenrolam histórias que capturam a imaginação dos leitores.
Mas quando surgiu a Alta Fantasia? Foi no século XIX que esse subgênero começou a se desenvolver, mas foi no século XX que se popularizou, principalmente com a obra-prima “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, considerado o pai da fantasia moderna.
Em “O Senhor dos Anéis”, encontramos o clássico embate entre o bem e o mal, uma característica marcante da Alta Fantasia. No entanto, alguns autores contemporâneos desse gênero, como George R.R. Martin e China Miéville, optaram por explorar temáticas morais mais complexas e flexíveis, apresentando personagens com moral ambígua, tanto heróis quanto vilões.
A Alta Fantasia é definida como a fantasia ambientada em um mundo alternativo e fictício, diferente do nosso mundo “real”. Esse mundo fictício é geralmente consistente em suas regras, mas difere em aspectos fundamentais da realidade.
A Fantasia Séria é um dos termos usados para descrever a Alta Fantasia, já que suas histórias são narradas de maneira séria e épica, abordando grandes batalhas contra forças sobrenaturais e o mal.
Nesse subgênero, é comum encontrar elementos como elfos, fadas, anões, ogros, duendes, gigantes, dragões, demônios, magia ou feitiçaria, magos ou bruxas, línguas artificiais, missões e temas de amadurecimento, destacando o crescimento do protagonista da juventude à idade adulta.
Um dos traços que tem se popularizado na Alta Fantasia é a presença de personagens do “mundo real” que são transportados para um mundo fantástico durante a história, geralmente no início. Esse traço possibilita que o leitor descubra o mundo fantástico junto com o personagem, criando uma experiência única.
O mundo criado na Alta Fantasia pode variar de extremamente fantasioso a algo mais próximo do nosso mundo real, como nas lendas Arturianas. Às vezes, a Alta Fantasia se confunde com a história alternativa quando essas semelhanças são exploradas.
Personagens
Protagonista
Antes de prosseguir, vamos fazer um pequeno teste. Pense em um (ou mais de um, se quiser) personagem de um livro de Alta Fantasia. Agora, vou apresentar um breve resumo de como começa a história desse personagem.
O protagonista é de origem misteriosa, talvez órfão ou com um dos pais desconhecido ou diferente dos demais irmãos. Esse personagem possui um talento extraordinário para magia ou combate. Sua jornada começa quando ele ainda é jovem, um adolescente ou até mesmo uma criança.
E então, acertei? Deixe seu comentário abaixo se eu acertei ou não. E, caso eu tenha acertado, não se preocupe, não li sua mente. A verdade é que a maioria dos protagonistas da Alta Fantasia segue esse padrão, sendo poucas as histórias em que o protagonista é um indivíduo completamente desenvolvido, com seu próprio caráter e espírito.
A maioria das histórias de Alta Fantasia é contada do ponto de vista de um grande herói, seguindo a conhecida “Jornada do Herói”. Esse herói, geralmente começando como uma criança, amadurece rapidamente, adquirindo habilidades de luta e superando desafios em sua jornada épica contra as forças do mal.
Sábio
Um personagem recorrente nos livros de Alta Fantasia é o grande sábio que atravessa a vida do nosso protagonista. Esse personagem pode assumir a forma de um mentor, professor, mago ou qualquer outro tipo de figura confiável na vida do herói.
O sábio é fonte de citações memoráveis, sua sabedoria é imensa e sua presença geralmente é mística. Seu papel principal é fornecer ajuda e aconselhamento ao protagonista, sendo sempre um apoio próximo ao herói.
Vilão
Em algumas narrativas, encontramos uma figura sombria, frequentemente obcecada pelo poder para dominar o mundo (e não estamos falando do Cérebro de Pink e o Cérebro), e, é claro, assassinar nosso herói.
Esse vilão muitas vezes se apresenta como um feiticeiro, mago, uma divindade ou um demônio, e comanda um exército temível, seja ele real ou composto por seguidores/servos aterrorizantes. Em seu passado, alguns desses vilões tiveram predecessores que podem ter sido mais poderosos ou inferiores.
Exemplos de Alta Fantasia
Livros
- “Crônicas de Nárnia”
- “O Senhor dos Anéis”
- “O Hobbit”
- “Trilogia Shannara”
- “The Belgariad”
- “The Malloreon”
- “A Roda do Tempo”
- “As Crônicas de Gelo e Fogo”
- “O Livro Malazano dos Caídos”
- “Ciclo da Herança”
- “The Black Company”
- “A Espada da Verdade”
- “Memory, Sorrow, and Thorn”
- “Seres do Além”
Jogos de RPG
- “Dungeons & Dragons”
- “Greyhawk” (Gary Gygax)
- “Dragonlance” (Tracy Hickman e Margaret Weis)
- “Reinos Esquecidos” (Ed Greenwood)
Curiosidades:
- O termo “alta fantasia” foi cunhado por Lloyd Alexander em um ensaio de 1971, intitulado “High Fantasy and Heroic Romance”.
- Os romances de William Morris, como “The Well at the World’s End”, situados em um mundo medieval imaginário, são considerados por alguns como os primeiros exemplos de alta fantasia.
- “Bildungsroman” é um termo usado para definir o tipo de romance que retrata o processo de desenvolvimento físico, moral, psicológico, estético, social ou político de um personagem, geralmente desde sua infância ou adolescência até um estado de maior maturidade. Isso é algo comum na Alta Fantasia.
Isso é tudo por hoje, galera! Na próxima semana, vamos explorar mais um subgênero da fantasia. Deixe um comentário com o seu subgênero favorito, se quiser. E não se esqueça de conferir as postagens dos meus amigos ao longo desta semana. Preparem-se para mais conteúdo incrível!
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