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Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?

Já vou começar dizendo que achei a trama meio sem objetivo, pelo menos na primeira metade. Nessa parte, a leitura só nos familiariza com a nova sociedade criada por Lauren Oliver e nossa protagonista, a Lena. Não parece haver um objetivo a ser alcançado, um problema a ser resolvido… Nada, sabe? Nem uma revolução a caminho.

E quando menciono revolução, só o faço porque comentaram muito a semelhança entre Delírio e Feios. Podem ser dois distópicos que falam de lavagem cerebral, mas fora isso, não têm mais nada em comum. Em Delírio, o centro da trama é o romance de Lena, representante do paradoxo dessa nova sociedade.

Vejam bem, Lena é a cidadã perfeita. Ela sempre acreditou na ladainha do governo e esperava ansiosa pela Intervenção, quando curariam o amor de seu corpo. Sim, isso mesmo! Todos os moradores de Portland são submetidos a uma cirurgia para serem curados do amor. E não estamos falando aqui daquela paixão que te deixa louco e te faz querer ligar pra pessoa de cinco em cinco minutos. Estamos falando de amor materno, fraternal e até mesmo o prazer de realizar um hobby como dançar, correr ou tocar violão. As pessoas viram zumbis, indiferentes à tudo na vida, apenas recitando o que lhes foi dito e seguindo suas vidas normalmente.

Pois então, Lena acredita na Intervenção. Ela acredita que só será feliz quando for curada do deliria amor nervosa. Não é extremamente irônico que uma das poucas adolescentes extremamente marionetes no governo, a adolescente que de fato acredita na cura, justo ela, se apaixone? Por isso Lena é nossa protagonista.

Mais da metade do livro é só isso: Lena confusa entre o que foi criada para pensar e que o está sentindo por Alex, o mocinho extremamente gostoso par de Lena. Portanto é isso. Uma história de amor proibido.

Mas tem alguma coisa, não sei explicar o que é, que não me deixou largar o livro ou ficar entendiada. Talvez seja essa sociedade nova, cheia de regras e pensamentos novos. É tanta novidade que você fica querendo saber como as coisas funcionam. E Lauren não pecou nisso: nos fornece bastante detalhes, além de vários trechos no início dos capítulos de livros científicos dessa nova era. Esses trechos explicam porque devemos temer o amor, como devemos agir depois de curados, enfim, são cartilhas, trabalhos acadêmicos e até mesmo uma bíblia que têm como objetivo ensinar os zumbis emocionais a viver.

Só da metade pro fim a trama começa a ficar mais sólida, nos dando pistas do que vem a seguir. A partir daí, mermão, NÃO DÁ PRA LARGAR!!!!!

Agora, falando um pouco sobre os personagens… Já falei bastante da Lena. Ela é um pouco chatinha às vezes e ainda assim interessante. Uma personagem ok. A minha personagem preferida é a sua melhor amiga Hana. Hana é aquele tipo de menina perfeita, loira, alta, com uma gargalhada encantadora, extrovertida, enfim… Qualquer uma se sentiria uma formiga perto dela. E apesar de toda essa beleza, de ser rica e ter tudo pra ser uma desmiolada controlada pelo governo, Hana é muito esperta. Vive contestando essas cartilhas malditas e o jeito como as pessoas agem. Adorei o jeito dela e como se relaciona com Lena. Gostaria de ver mais dela em Pademônio.

É isso! Não foi um livro marcante, mas foi gostoso e fácil de ler. Como já expliquei, a falta de objetivo no começo do livro não atrapalha a leitura, Lauren soube lidar com isso e deixou um final muito emocionante. Pandemônio com certeza terá muito coisa pra contar =)”

Espero que gostem da resenha!

Resenha feita pela nossa leitora: Natália Pacheco (@vireapaginablog)

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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