Para quem já viu, ou leu “O Lado Bom da Vida” sabe que o protagonista, Pat Peoples, assim que recebe alta do hospital psiquiátrico passa em uma biblioteca pegando um monte de livros que são os favoritos da sua ex-esposa Nikki para tentar reconciliar-se com ela, esses livros são grandes clássicos da literatura norte-americana e são eles:
- Adeus às armas, de Ernest Hemingway
- A letra escarlate, de Nathaniel Hawthorne
- A redoma de vidro, de Sylvia Plath
- O apanhador no campo de centeio, de J.D. Salinger
- As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
Em uma entrevista concedida à revista Veja, o autor Matthew Quick explicou que quando era professor de literatura recebeu o telefonema de uma mãe preocupada com a depressão do filho. Para ela, “a natureza triste dos livros que ele era obrigado a ler não estava lhe fazendo bem”. “Claro, eu acredito que devemos ensinar e ler os clássicos”, reflete Quick, “mas [ela] me fez reexaminar nossa grade de leitura. Praticamente todos os livros que eu ensinava acabavam em tragédia. O telefonema me impactou e fiquei pensando se realmente aquele montante de dramas não estaria fazendo algum mal para as jovens mentes.”
Para quem não se lembra na história, Pat passa a nutrir outro tipo de apreensão depois de ler o livro preferido de Nikki, O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. O desfecho do clássico o deixa desconcertado: se para Nick esse é o maior romance norte-americano já escrito, será que ela não acredita em finais felizes? E se ela não acreditar, como Pat irá reconquistá-la? O resultado da obsessão de Pat em tentar ao máximo agradar a ex-esposa são resenhas hilárias dessa e de outras obras, confira o trecho de uma das “resenhas” abaixo:
O grande Gatsby, por Pat Peoples
A melhor parte é o ensaio introdutório, que afirma que o romance trata principalmente do tempo e do fato de que a pessoa não pode nunca recuperá-lo, que é exatamente como me sinto em relação a meu corpo e a meus exercícios — mas, então, eu também sinto como se houvesse um número infinito de dias até meu inevitável reencontro com Nikki.
Quando li a história propriamente dita — que conta como Gatsby ama Daisy, embora não consiga nunca ficar com ela, por mais que tente —, tive vontade de rasgar o livro ao meio, ligar para Fitzgerald e dizer que o livro dele está todo errado, embora eu saiba que Fitzgerald provavelmente já morreu. Em especial quando Gatsby é baleado mortalmente em sua piscina na primeira vez em que vai nadar naquele verão, Daisy nem mesmo vai ao enterro dele, Nick e Jordan se separam e Daisy acaba com o racista do Tom, cuja necessidade de sexo basicamente mata uma mulher inocente, dá para ver claramente que Fitzgerald nunca se deu o trabalho de olhar para a parte brilhante que há por trás das nuvens ao pôr do sol, porque não há nenhum lado bom no fim daquele livro, vou lhe contar.
E você? Já leu algum dos livros favoritos de Nikki? Se sim, concorda com Pat Peoples?
Você pode encontrar a resenha que nós fizemos do filme clicando aqui
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