“Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. Olho pela minha janela para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega olhando-o e me encara. Olho de volta. Descubro que seu nome é Olly. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre.”
Este é um livro que quando foi lançado na primeira vez pela Novo Conceito não me trouxe nem mesmo a curiosidade de procurar ler a sinopse. Talvez se tivesse sabido do que se tratava teria lido há muito tempo já. Mas a Editora Arqueiro trouxe com uma capa nova baseada no filme (sim, julgo livros pela capa, é o meu primeiro contato com eles, sorry) e esta capa me trouxe muita vontade de saber o que era. Não só isso, no encontro de livreiros eles apresentaram o trailer do filme que encantou desde o primeiro momento.
Aqui acompanhamos Maddy, uma menina que está prestes a completar seus dezoito anos mas que nunca pisou fora da casa em que vive. Casa esta que tem todo o ambiente monitorado e esquematizado para que nenhum corpo estranho entre e possa fazer mal a saúde dela. Madeleine tem uma doença rara, Imunodeficiência Combinada Grave(IDCG), onde não possui nenhuma defesa em seu corpo e qualquer vírus ou bactéria pode trazer sérios danos e talvez até a morte. Apesar disso, ela é uma menina curiosa, inteligente e guarda em seu interior um sonho de poder conhecer o mundo.
Sua rotina muda quando novos vizinhos chegam e Maddy acaba por “conhecer” Olly. A princípio ela tem receio de iniciar contato com ele mas acaba por adicionar a atividade de vigiar os vizinhos à sua rotina. Após diversas tentativas de Olly ela finalmente aceita começar a conversar com ele. Depois de tanta conversa eles se tornam amigos que sentem mais que amizade mas que insistem em tentar se manter na amizade por conta da condição de Maddy.
Em sua casa ela conta com Carla, uma enfermeira que checa seus sinais vitais de hora em hora mas que é mais que isto, é uma amiga que ajuda com que Maddy possa finalmente conhecer pessoalmente Olly, com a condição de que nunca se toquem. Eles são adolescentes, com os hormônios a flor da pele. Estão passando, ou pelo menos ela está, por um primeiro amor e eles vão manter sem se tocar? Até que eles conseguem por um tempo mas a vontade supera e então acontece um beijo. Tudo lindo, tudo maravilhoso até que a mãe de Maddy descobre que ela está encontrando escondido com o vizinho e ainda por cima com ajuda da pessoa que ela confiava a vida da filha. Carla foi demitida, os horários de Maddy na Internet passam a ser restritos apenas aos estudos e uma enfermeira linha dura chega para a acabar com a paz.
Tomada pelo desespero de uma vida presa entre quatro paredes Maddy toma a decisão de que vai sim ver o mundo e conta com Olly para esta aventura. Ela o convence a ir ao Havaí por dois dias e assim ela pode ver o mundo que sempre sonhou. Lá eles podem dar asas ao romance e fingir que são um casal normal, que não existe nenhuma doença que os impeçam de se tocar. Mas nem tudo são rosas e a saúde de Maddy os faz voltar a realidade na mesma rapidez que eles sonharam com a “normalidade”.
Este livro mexeu de verdade comigo. Tomei para mim todas as dores de Maddy. Houveram momentos que eu sentia tanta raiva da mãe dela que chegava a xingar alto enquanto lia. Porém o desenvolver da história é contagiante. Segui o decorrer do romance e da aventura dela como se fosse minha própria. Me vi encantada pelos movimentos de parkour de Olly, sorri quando Carla vinha falar dos problemas com a filha da mesma idade de Maddy, me vi apreensiva com os problemas familiares de Olly e chorei quando Maddy conseguiu ver o mundo que tanto quis conhecer.
O livro possui uma diagramação belíssima, adorei ter os desenhos, chats, e-mails, layouts de sites e planos mirabolantes todos ali como se fossem meus próprios rabiscos. E a narrativa desta autora é maravilhosa, já me considero fã para ler tudo que ela escrever daqui para frente. Esta edição também conta com fotos da adaptação cinematográfica que eu ainda não fui conferir mas pelas fotos posso ver que não fica devendo em nada à obra de Nicola.
Estou me segurando para contar o final, mas serei uma pessoa legal e ficarei na minha. Apenas pedirei que quem leu venha conversar comigo pois estou doida para falar do livro mais fofo que já li nos últimos tempos. Leitura mais que recomendada, quase obrigatória!
Segue o trailer contado em emojis que é a coisa mais fofa do mundo 😉
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