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E se fosse possível se comunicar com alguém apenas pela força do pensamento?

Esse é um dos temas abordados na série da Netflix, lançada no dia 05 de junho de 2015. A série Sense8 apareceu para reerguer os irmãos, agora irmãs Wachowski depois do fracasso de bilheteria com O Destino de Júpiter.

Contando a história de oito jovens, denominados Sense8, de culturas e personalidade completamente diferente, a série se desenvolve até que cada um descubra que estão de alguma forma ligados uns aos outros, dividindo sentimentos, habilidades, lembranças e, por quê não a cama?! Cada momento precisa ser assistido com bastante atenção pois as histórias vão se juntando de uma forma um tanto quanto complexa, mas quem conhece as obras das irmãs Wachowski sabe que complexidade é a assinatura delas

Deixando um pouco de lado a parte científica, a série também apresenta temas de extrema importância na atualidade: Diversidade, Representatividade e Sexualidade. O que é mostrado quando pessoas de cultura, religião e classe social completamente distintas se adaptam e aceitam a cultura do outro sem nenhuma dificuldade e quando apresentam casais homossexuais e um ativismo LGBT muito forte, principalmente nas cenas da personagem Nomi, que é transexual, assim como a atriz que a interpreta, Jamie Clayton.

Toda essa representatividade e empoderamento não está apenas na série, é algo mais profundo. Em 2009 Larry Wachowski se divorciou e passou a viver como a transexual Lana Wachowski, em entrevistas Lana dizia sentir responsabilidade com a comunidade LGBT e por isso levou tudo a público. Três anos depois foi a vez do outro irmão, Andy, assumir sua nova identidade como Lilly Wachowski.

Uma das cenas mais marcantes é um diálogo entre Nomi (Jamie Clayton) e Lito (Miguel Ángel) onde Nomi relata o que sofria antes de se aceitar como era, ajudando assim Lito a se aceitar e conseguir se assumir. Para muitos pode ser apenas uma cena qualquer mas, talvez essa cena possa ajudar muitas pessoas com dúvidas sobre sua sexualidade e que são oprimidas constantemente da mesma forma que esses personagens foram e isso, meus amigos, se chama representatividade.

Sense8 é uma série humana, que vai explorar todo o sentimento de empatia de cada telespectador e, o mais interessante disso tudo, é ver essa série ser dirigida por uma dupla de criadoras transgênero. Em um mundo repleto de pessoas como Bolsonaro, Marco Feliciano, Silas Malafaia e cia, você ousar trazer tudo que a série aborda para a TV é um ato de muita coragem. Abra sua mente para essa série e, assim como os personagens, se conecte com outras pessoas nessa luta em prol da diversidade.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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