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No quinto e último dia da “SEMANA DO ORGULHO LGBTQ NO MEU MUNDO”, faço uma das matérias que foi mais difícil, listar os 5 melhores filmes LGBTQ.

5 – Meninos não choram ( Título Original: Boys Don’t Cry)

Baseado em uma história real, o filme aborda a difícil situação dos transgêneros, principalmente em cidades pequenas e conservadoras. Brandon Teena (Hilary Swank) é um garoto que chega a uma pequena cidade do Nebraska e logo se enturma com um grupo de amigos, conquistando inclusive o coração da bela Lana (Chloë Sevigny). Mas algo está esquisito ali: quando está prestes a fazer sexo, Brandon sempre se recusa a tirar a roupa. Até que o mistério se dissolve: o menino nasceu menina. O que não é bem aceito pelo grupo que o recebera – e o personagem se torna vítima das piores violências. Um relato quase documental de como a homofobia se instala na sociedade – e o sofrimento de suas vítimas.

4 – O Amor é estranho (Título Original: Love is Strange)

Ao pensarmos em filmes de amor entre dois homossexuais, logo vem à mente a luta pela aceitação, o preconceito. Daí o estranhamento que este filme provoca. Porque, fugindo dos clichês do cinema gay, a produção se concentra na forte conexão entre dois senhores, juntos há 40 anos, e as dificuldades da convivência.

Quando George (Alfred Molina) é demitido da escola católica onde leciona música (por ter casado com seu companheiro de longa data, o que mostra que há preconceito aqui, embora em segundo plano), o casal se vê em má situação financeira. E tem de morar de favor em casas de amigos – e pior, separados. Ben (John Lithgow) se sente um incômodo no lar de um casal mais jovem – e é assim mesmo que eles o tratam -, enquanto George sofre dormindo no sofá de um apartamento sempre na balada. Uma história tão humana e linda independente de os personagens serem gays ou não, o filme tem uma aprovação de 98% no Rotten Tomatoes.

3 – Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Escrito, produzido e dirigido por Daniel Ribeiro e estrelado por Guilherme Lobo, Fábio Audi e Tess Amorim, o ótimo longa nacional foi premiadíssimo ao redor do mundo, inclusive no badalado Festival de Berlim. O filme conta a história de um adolescente cego que tem sua vida virada de cabeça para baixo ao se apaixonar por um colega de escola. Premiadíssimo longa é baseado no curta-metragem com o mesmo trio de jovens atores e dirigido por Ribeiro, lançado em 2010, “Eu Não Quero Voltar Sozinho”. Leve, o filme agrada principalmente por tratar de forma delicada e natural tanto a sexualidade quanto a deficiência de seu protagonista.

2 – Azul é a cor mais quente (Título Original: La vie d’Adèle)

Baseado na HQ Le Bleu est une Couleur Chaud, da quadrinhista francesa Julie Maroh, o filme mostra o processo de descoberta do amor e da sexualidade pela adolescente Adèle. Insatisfeita com seus relacionamentos com homens, a menina fica deslumbrada por uma garota mais velha, a estudante de arte Emma, que usa o cabelo azul.

O filme chamou atenção pelas cenas de sexo entre as duas personagens, bastante explícitas. Uma sequência dura longos sete minutos. E as atrizes reclamaram. Disseram que o diretor exagerou nas tomadas de pegação, e que foram manipuladas. Uma cena teria sido repetida ao longo de dez dias de filmagens. Mas o diretor não deixou barato, chamou as atrizes de mimadas e afirmou: “Fiz tudo em nome da arte”.

5 – Moonlight

Dividido em três atos, Moolight conta a história de Chiron. Ao longo do filme, acompanhamos seu crescimento e o vemos em fases diferentes da vida: criança, adolescente e adulto. Crescendo em um bairro em Miami, Chiron vive um conflito consigo mesmo enquanto tenta entender sua própria identidade e sexualidade. Quando criança, sofre bullying dos colegas da escola.Quando adolescente, é atormentado pela própria dúvida sobre si mesmo. E todas essas dificuldades são refletidas quando Chiron se torna um adulto frio e fechado. O longa foi o primeiro filme LGBTQ a ganhar um Oscar.

Como já foi dito em uma outra postagem a representatividade em filmes é muito pequena, porém muitos filmes que não tem temática LGBTQ ainda insistem em fazer piadas e tirar sarro da população LGBTQ.E os poucos filmes que são com essa temática sofrem alterações históricas no mínimo questionáveis, como foi o caso de Stonewall, no qual uma ativista transexual negra foi transformada em um jovem branco e musculosos. Ser LGBTQ ainda é tratado como insulto. E a população LGBTQ ainda é tratada como motivo de piada, além de serem sacos de pancada. As pessoas trans são amplamente invisíveis, e quando aparecem…Ninguém merece ir pro cinema pra se divertir e sair se sentido mal e magoado com o que viu.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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