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Pois é. 2013, que começou como um ano tão promissor para a fantasia e a ficção científica, prova-se cada vez mais uma decepção. Primeiro com as adaptações literárias, o fraco “Dezesseis Luas” e o insuportável “A Hospedeira”, que é tido mundialmente como um dos piores filmes do ano. Então, com a bagunça que foi “Guerra Mundial Z”, os bobões “João e Maria – Caçadores de Bruxas” e “Jack – O Caçador de Gigantes” e o decepcionante “Homem de Ferro 3”. Para não dizer que o ano foi um desperdício completo para a fantasia/ficção científica, há os ótimos “O Homem de Aço” e “Star Trek – Além da Escuridão” para salvar, além do divertidinho “Meu Namorado é Um Zumbi”.

Se vocês tivessem que me perguntar em qual categoria eu classifico “Wolverine – Imortal”, eu teria que botá-lo ao lado das decepções. É aquele filme que você vai ver esperando que seja bom ou ótimo, e acaba que é só mais um filminho qualquer, que não merece nem metade das expectativas geradas. É melhor do que “X-Men Origens”, pelo menos, se é que isso conta de alguma coisa. Bobo, clichê e desnecessário são adjetivos que lhe caracterizam bem.

Começando com uma história que à primeira vista é bastante interessante, mas se perde depois de 30 minutos. A partir de então, parece que o filme inteiro está no piloto automático, investindo em fórmulas cansativas que a gente já viu um milhão de vezes em outros filmes de ação. Ainda há o problema do excesso de personagens, que entram e desaparecem na tela, muitas vezes sem nem ter um motivo bom para aparecer – até agora estou tentando descobrir pra que a Víbora estava nesse filme, pois ela não faz absolutamente NADA. Entra, ameaça, rebola e morre. Fim. Os vilões, de forma geral (por que tem tanto vilão nesse filme que nem dá pra se concentrar direito), não tem um bom motivo para serem vilões. Um quer dinheiro, outro quer viver, outro nem diz o que quer. E assim vai.

As cenas de ação não empolgam (à exceção do trem bala, que, admito, foi bem legal). Sim, se você é um espectador que vai ao cinema ocasionalmente só por diversão, talvez consiga ignorar e curtir de algumas explosões, mas, de forma geral, a ação é chata, cansativa e, acima de tudo, normal. Não tem absolutamente nada nesse filme que o diferencie de outros do gênero. É genérico, clichê e previsível. Se você quiser, pode procurar qualquer filme de ação na locadora que vai encontrar alguma coisa igualzinha a “Wolverine – Imortal”. Mas um dos maiores problemas mesmo é que o filme tenta forçar um drama fajuto e superficial. Se os produtores esperavam que alguém fosse sair do cinema com lencinho na mão, às lágrimas, bem, eles vão ter uma decepção. O drama existencial de Wolverine não convence. Não é profundo o suficiente e volta e meia parece apenas enche linguiça. Isso sem contar os diálogos “geniais” com o fantasma de Jean Grey e Mariko – um par romântico desnecessário e bobo. O filme inteiro tenta se apoiar no fato de que Wolverine está vulnerável pela primeira vez e, bem, não consegue.

Você sabe que um filme não está funcionando direito quando vê ele inteiro com a cabeça apoiada na mão e olhando o relógio de cinco em cinco minutos. É uma decepção muito grande sair do cinema e sentir que o dinheiro do seu ingresso foi jogado fora. “Wolverine – Imortal” é, por fim, um filme genérico, sem nenhum diferencial, nenhuma novidade, e que desperdiça muitas chances. Até mesmo o Japão, que foi muito divulgado, serviu só como pano de fundo. Foi completamente desnecessário, o filme poderia se passar nos EUA sem mudar absolutamente nada. A melhor parte é realmente a cena pós-créditos, que deixa uma abertura para “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”. Se você está procurando um bom filme de ação, “Wolverine – Imortal” não é a escolha. Se você está procurando só uma diversão pro fim de semana, talvez você consiga aproveitar alguma coisa. Mas o resultado final é simplesmente desnecessário e esquecível.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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  1. Eu gosto bastante de Branca de Neve e o Caçador, João e Maria, Caçadores de Bruxas e Jack o Caçador de Gigantes, mas enfim: gosto é igual a reputação, cada um possui seu próprio, estou certo?
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