Categories:

Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos.

Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas.

Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?.

Ah o amor! Sabe aquele sentimento que chega devagarzinho e vai crescendo até o ponto de você se ver perdidamente apaixonada e faria tudo por aquela pessoa? Então.. na trilogia da autora Lauren Oliver esse sentimento foi banido da sociedade através de uma droga. A doença é conhecida como amor delira nervosa, caso tenha os sintomas será prontamente levado para uma intervenção de urgência, sua vida corre grande perigo, afinal o amor é algo extremamente maligno que faz com que as pessoas se tornem inconsequentes e livres.

A sensação que eu tive a lendo essa coleção é que alguém estava tendo maior badtrip amorosa da década e teve essa brilhante ideia como um subterfujo para esconder sua dor ou fazê-la desaparecer. Só que assim, o amor e a dor são necessários e sem eles perdemos as melhores coisas da vida. O amor não é só um sentimento fugaz é algo duradouro e não é necessariamente ligado a uma pessoa, você pode amar tantas coisas como: uma musica uma dança, uma roupa… e nenhuma dessas coisas vai te frustrar.

Essa sociedade criada pela Lauren se esconde atrás dessa droga e se mantém entorpecida. Os sentimentos bons foram eliminados e os sentimentos obscuros e a indiferença se tornaram a nova lei.  Eles escolhem seu marido, o que você deve ouvir quais sentimentos você é permitido ter e se não andar conforme a musica te excluem. O transformam em um fora da lei, o prendem ou se você tiver “sorte” foge para a floresta para viver como um inválido.

O primeiro livro nos ambienta no mundo das pessoas que passaram pela intervenção e como é a vida delas. Vemos uma juventude que tenta se rebelar ouvindo musicas que não podem e fazendo festas à surdina, mas não indo diretamente contra ao que foi imposto. É mais tipo curtir a vida ao maximo até o momento que se tornarão indiferentes.

Lena é a nossa protagonista, por ter vivido em uma família complicada – sua mãe havia passado por diversas intervenções e no fim acabou se suicidando – tem certo estigma e todos da cidade a observam bem de perto, por esse motivo ela não vê a hora de completar 18 anos e passar logo pela intervenção.

É interessante ver as duvidas da personagem e como ela amadurece no decorrer da historia.  Pois com o tempo ela percebe que nem tudo é branco e preto e que “o amar” é algo pelo que vale a pena lutar.  Ela começa a quebrar esses conceitos pré-fabricados que foram enraizados pela sociedade e busca perguntar mais e criar seus próprios caminhos.

Então num momento de ou tudo ou nada ela acabou fugindo para a floresta com o Alex (inválido e seu namorado), porem nada saiu como eles queriam e ela acabou sozinha do outro lado da cerca achando que havia perdido seu amor para sempre.

A historia tinha TUDO para ser muito boa, porque você tem a resistência, aqueles que acreditam no direito de ter escolhas e a sociedade entorpecida com todas as suas mazelas e historias encobertas e tal. Mas a autora se perdeu no meio do caminho.  Enquanto delírio mostrou o dia a dia da Lena e a sociedade pelo seu ponto de vista, pandemônio mostrou os inválidos, seus objetivos e sobrevivência. Já réquiem foi à revolução que deixou muito a desejar.

Faltou desenvolver melhor a trama, pois ela tinha bons personagens, um triangulo amoroso, uma temática diferente. Ok é uma distopia, é uma distopia clássica, seus elementos estão todos ali, mas na boa ela tinha o ápice da revolução, o caos político e todo esse fundamentalismo. Sem contar com toda essa reflexão sobre se erradicar o amor o que sobra.  O amor realmente é o problema?  São coisas que te fazem pensar, porem o livro não acompanha.

A trilogia em 2014 ganhou um filme estrelado pela Emma Roberts e o queridíssimo Gregg Sulkin da serie Faking It. Acabou não vingando, eu até achei que seria uma serie de TV

Trilogia Delírio:

  • Delírio
  • Pandemônio
  • Réquiem

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

No responses yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *