Resumo: Um dos principais nomes no concorrido segmento de literatura jovem atual, Marissa Meyer recria o passado da famosa Rainha de Copas, personagem do clássico Alice no País das Maravilhas, no aguardado lançamento Sem coração. Conhecida pela série Crônicas Lunares, na qual reconta tradicionais contos de fadas como Cinderela e Branca de Neve com uma abordagem futurista e inusitada, Marissa Meyer alcançou o topo da lista dos mais vendidos do The New York Times com Sem coração, e a preferência dos leitores com suas tramas de ritmo ágil e final surpreendente. Com uma narrativa cinematográfica, Meyer oferece uma visão do País das Maravilhas diferente de qualquer outra já imaginada até aqui ao contar a história de Catherine, garota cheia de personalidade que sonhava ser uma confeiteira famosa e só queria viver seu primeiro amor, mas que diante dos golpes do destino acabou se tornando a temida Rainha de Copas. Marissa Meyer é um dos nomes confirmados para participar da 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece de 3 a 12 de agosto.
Personagens: Catherine, Jest, Hatta, Corvo, Mary Ann
Pontos positivos: Não incomum que eu elogie, a autora é bastante criativa em dar novos caminhos para histórias que já foram incansavelmente contadas.
Pontos Negativos: Tinha uma expectativa elevada por ter gostado muito dos outros livros da autora e fiquei levemente decepcionada.
Opinião: Cath é filha de duqueses e tem um futuro promissor. Bonita e educada, a garota é conhecida por cozinhar muito bem e o rei é muito fã de seus quitutes, o que a leva para a ponta da fila de pretendentes a rainha, para deleite de seus pais. Catherine, porém, só quer abrir uma confeitaria com sua melhor amiga e criada de sua casa, Mary Ann.
“Ela seria rainha, e rainhas… Não abriam confeitarias com sua melhor amiga. Rainhas não fofocavam com gatos meio-invisíveis. Rainhas não sonhavam com garotos de olhos amarelos e acordavam com limoeiros ao pé de sua cama.”
Em um importante baile do reino, no qual sua mãe a fez vestir a cor errada de vestido, Catherine percebe que o inevitável vai acontecer: o rei vai lhe pedir em casamento e ela não poderá lhe dizer não. Pede, então, ajuda ao seu amigo gato, que provoca uma confusão, impedindo que o pedido seja concretado. Catherine foge do baile e acaba conhecendo e se encantando pelo bobo da corte, Jest.
“Às vezes seu coração é a única coisa que vale a pena ouvir.”
A sinceridade é necessária, eu não achei que esse é o melhor livro, nem de perto, da Marissa. Achei a Catherine boba, fraca e estúpida (em certos pontos) e foi inteiramente culpa dela que seu destino chegou ao ponto da loucura de se tornar a rainha de copas. Talvez esse fosse realmente o interesse da autora, o que ela queria passar, mas não consegui ser empática com a personagem – e olha que eu gostei dela no começo, nas primeiras páginas, mas assim que foi se desenvolvendo, comecei a desgostar.
“Duas Torres, um Peão e uma Rainha. É assim que a charada começa, mas como será que termina?”
Um ponto a favor do livro é o Jest. A forma que o romance se desenvolve é uma gracinha e faz a gente até torcer que dê certo – e dói o coração saber que é óbvio que não vai dar (ela é a rainha de copas, vai casar com o rei em algum momento, né?) Também achei muito interessante a história do chapeleiro e seus chapéus mágicos, além do chá e da amizade com o bobo da corte. Os personagens secundários me fizeram gostar mais do livro que a principal – e juro que não é porque ela inevitavelmente iria se tornar uma vilã.
“O impossível era sua especialidade”
O livro tem um começo bem fraquinho e achei até chato. A narrativa da autora, que é muito fluida, fez a leitura não paralisar, mas me entediei bastante no começo. A partir de um pouco depois do meio, o negócio não anda, desanda, e vai numa ladeira abaixo de corações partidos, levando pra um final trágico que se é esperado. O livro não me surpreendeu muito, mas ainda gostei dele e acredito que é uma boa leitura, principalmente para os fãs de contos de fadas (e de vilãs).
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