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Esqueça a visão de fadas como Tinker Bell…

Carolina Munhóz ficou conhecida quando foi eleita como a melhor escritora pelo Prêmio Jovem Brasileiro com livro “A Fada”. Infelizmente não li o primeiro (mas já está na minha lista de desejados), mas tive o prazer de enveredar pelos caminhos de Sophia, uma Leanan Sidhe, uma fada da sedução mortal…

E se eu dissesse a você, que as pessoas de maiores talentos no mundo inteiro, gênios criativos da música, escritores com seus dons inexplicáveis não tivessem necessariamente nascido com eles? Sim, eles tinham seu talento, mas como possuiriam um brilho próprio que fosse capaz de iluminar gerações inteiras e transcender os tempos?

E se você parasse e observasse que a maioria dos grandes talentos e sucessos, morreram jovens e em geral de motivos trágicos? Isso seria suficiente para você ligar os pontos?

Se você ainda não parou para pensar nisso, pare agora e pense… Quantos foram imortalizados em suas obras e sobreviveram para ver isso?

Carolina, pesquisa de forma intensa e transforma suas pesquisas e considerações em um romance fantástico envolvendo as fadas – mostrando o quanto elas inspiram suas presas até que sua obra prima seja finalizada. E assim, com essas características, ela cria Sophia Coldheart, uma fada Leanan Sidhe que é uma fada amante (sem distinção de gênero – fadas e elfos podem ser “bissexuais”) capaz de inspirar um homem/mulher para escrever um bestseller ou criar músicas que se tornem hits das paradas de sucesso. Mas enquanto isso acontece, ela aproveita a energia do escolhido para se alimentar e seu encanto entranho pelas suas presas causando loucura e morte.

Nunca fui lá muito fã de fadas. Mas eu também não costumava gostar de vampiros até conhecer House of Night, então… porque não tentar?

O livro é bem escrito, revisado, tem frases e trechos geniais. Carolina levou o livro muito bem, com poucos problemas no texto (um ou dois itens ficaram mal explicados, principalmente o fato do humano não ter nada ‘demais’ para que ela se apaixonasse por ele).

Uma coisa que me chamou a atenção, foi a inserção de ícones da cultura (de forma sutil) que se suicidaram – seja por overdose ou por um suicídio pela perda da fada. E as descrições dela mesmo envolvendo um clima de magia, se mantém com o pé no chão e você confere com acontecimentos reais.

O livro é narrado em terceira pessoa intercalando personagens, e com isso, fiquei bastante surpresa ao me deparar com a ousadia de Carolina em citar trechos onde a Leanan afetou artistas como Brandon Lee, Heath Ledger, Amy Winehouse, Raul Seixas, Michael Jackson… E um dos poucos que conseguiu resistir a seu encanto por ter feito um acordo com outra fada: Paulo Coelho.

Nestas lembranças das antigas vítimas, percebemos que Sophia não é uma Leanan comum, disposta apenas a encher sua carga de energia, mas por ter nascido do verdadeiro amor, é uma fada moral, com sentimentos confusos pois não consegue se encaixar totalmente em sua espécie.

O livro tem um ritmo bom, constante até o momento do adoecimento de Willian, quando ela perdeu um pouco a mão e inseriu trechos que poderiam ter sido suprimidos, tornando aquilo muita encheção de linguiça. Mesmo assim, foi durante sua doença, que a cena mais linda e que me arrepiou profundamente ocorreu. Quando Willian a ajuda com as cicatrizes/tatuagens causadas pelas almas que torturou.

Mas num apanhado geral, tirando a encheção, falta de explicação do porquê ter se apaixonado justamente por este humano e questões sobre o encantamento, o livro prende e diverte.

Só para finalizar, a capa é sensacional, ele é cheiroso, a diagramação é muito bem feita, o papel é gostoso de tocar e virar as páginas e ainda tem uma outra coisa que eu tinha esquecido de citar e que me chamou a atenção. Ela utilizou uma música e em cada capítulo ela usou uma frase da música como título. Eu senti quase uma songfic. Adorei a escolha da música e aconselho a quem gosta de literatura fantástica, a ler este livro tão sexy e inovador. Garanto que não será perda de tempo.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

2 Responses

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  2. Não creio que você gostou disso e não gostou de House Of Night… (sem ofensas). Abandonei este livro, porque não gostei nem um pouco, a história era boa, teria tudo para dar certo, mas a escritora não soube me prender. Quem sabe um dia eu leia de novo e mude de opinião, mas por enquanto O Inverno das Fadas é para mim seu House Of Night, tá lá largado na instante, incompleto. Realmente gostaria de poder dizer que gostei, já que é uma autora Brasileira e tudo mais, temos que apoiar e tals, mas sei lá, infelizmente não deu pra mim 🙁

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