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Um lugar mágico, onde a leitura é mais que uma paixão, os moradores são leitores insaciáveis e as árvores são recheadas de frutos e livros. Conheça o Encantador de Livros, um contador de histórias capaz de fazer os livros voarem, e Benjamim, um menino analfabeto que, juntamente com seus amigos, terá que salvar a cidade de uma terrível ameaça.

Cedido pela Ler Editorial no Encontro da Aliança de Blogueiros RJ, esse livro logo me chamou a atenção por seu potencial de boa leitura para uma tardezinha atoa. No fim das contas não foi uma leitura maravilhosa, e foram necessárias várias tardes atoa.

Estamos todos familiarizados com aquele papo de que precisamos entrar em um estado de espírito específico para ler histórias infanto-juvenis, certo? Essa é uma coisa que sempre mantenho em mente na hora de um livro mais simples, principalmente para não cobrar o impensável de um gênero mais despojado, mas acredito que O Encantador de Livros tenha foco em um nicho muito específico no meio dos livros infantis: o da primeira leitura; e talvez (como aconteceu comigo) não alcance leitores mais assíduos.

Como quem atesta a todo tempo sua própria premissa, o livro acaba por tomar tempo demais enaltecendo o ato de ler e deixando de contar uma história mais elaborada. Como se o foco principal fosse evidenciar o quanto ler é maravilhoso e capaz de transportar-lhe a mundos tão mágicos, e a história em si fosse apenas pano de fundo. O que de certa forma, é tanto bom quanto ruim. Enaltecer a leitura fará com que os pequenos leitores continuem lendo e em breve formem grandes opiniões, mas é capaz de este livro em específico atingir apenas a esses pequenos leitores.

Se tem uma coisa que tenho notado cada vez mais, e que agonia o meu ser, é a supervalorização de uma mensagem grandiosa. Em muitos casos preocupa-se mais com algum ensinamento a ser passado que com a criação de um enredo envolvente. Este livro não sendo diferente, possui uma história que entrega diversos pontos chave de mão beijada ao leitor devido sua simplicidade muito acentuada. É como jogar uma partida de xadrez pela segunda vez, quando você já sabe quais os passos seguintes de seu oponente e só espera pelo circo pegar fogo. E, justamente por sua previsibilidade, tornou-se um livro de menos de 200 páginas que arrastei por uma semana inteira para terminar de ler.

Sua premissa pouco original, escrita razoável e uma edição recheada de erros de revisão grotescos de tão visíveis também não ajudam muito a levantar sua própria moral. Logo, de modo geral, O Encantador de Livros é uma obra que, apesar de tentar, não consegue se destacar como algo de além de básica.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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