A sequência do best-seller internacional O Projeto Rosie.
O Projeto Rosie foi concluído, e Don e sua amada estão morando em Nova York. Ele é professor na Universidade de Columbia, e Rosie cursa o primeiro ano do programa de doutorado em medicina. Tudo vai muito bem até o dia em que ela anuncia: “Estamos grávidos.”
Diante do desafio ainda maior do que encontrar uma esposa, Don não vê alternativa a não ser iniciar o Projeto Bebê. Ao tentar definir os protocolos para se tornar pai, usando seu estilo de pesquisa peculiar e suas habilidades sociais – ainda baixíssimas –, Don, é claro, acaba se metendo em várias confusões e mal-entendidos. Agora ele corre o risco de ser processado, deportado, de perder a credibilidade profissional e, o pior, de perder Rosie para sempre.
Prepare-se para rir, chorar e se emocionar novamente com o professor de genética mais carismático de todos os tempos.
Como alguém que gostou do primeiro livro e esperava que alguns probleminhas fossem mais bem resolvidos no segundo, sinto que O Efeito Rosie passa longe de atender o potencial que tinha para ser uma boa continuação. Desnecessariamente maior que o primeiro e com muitas intrigas que com certeza foram planejadas para serem engraçadas, mas que só conseguem ser desnecessárias e banais, esse é com certeza um livro que seria maravilhoso se não existisse. Mas não pretendo deixar que apague o quanto gosto de O Projeto Rosie.
Dez meses depois de concluir o Projeto Rosie, Don e Rosie se mudaram para Nova York. Ele agora é professor na universidade de Columbia e Rosie está cursando o primeiro ano do doutorado de medicina. Depois de se dispor às adaptações para que seu relacionamento com Rosie pudesse engatar de vez, de deixar seu Sistema de Refeições Padronizadas de lado, de deixar de se programar tanto, agora Don precisa iniciar um novo projeto após Rosie despejar uma bomba inesperada no meio da relação dos dois: O Projeto Bebê.
Enquanto Don procura se preparar para a chegada do bebê por meio de seu modo diferenciado (esquisito mesmo) de pesquisa, e em decorrência de sua enorme falta de habilidade social, ele acaba caindo em uma enxurrada de confusões e mal-entendidos que prometem colocar em risco sua carreira promissora como professor, seu visto para permanecer nos Estados Unidos e até mesmo seu relacionamento com Rosie, e consequentemente, seu filho.
O que mais me irritou é que apesar de Don continuar sendo um personagem maravilhoso, sinto que ele perdeu boa parte de seu carisma que tanto me identifiquei no primeiro livro. Além disso, tudo o que faz Don ele mesmo, é também o que causa todo o alvoroço em que o livro inteiro se baseia e por mais que a falta de tato e a inabilidade de relacionar com as pessoas como todo mundo seja característico de Don, os conflitos que ele passa durante o livro foram banais demais para que eu conseguisse engolir e se dão principalmente por falta de comunicação tanto da parte dele quanto de Rosie. Os atritos que o relacionamento deles passa e praticamente todos os problemas que Don vai se metendo no decorrer dos acontecimentos teriam sido facilmente resolvido se os dois sentassem e conversassem sobre tudo o que estava acontecendo, o que basicamente torna o livro inteiro inválido.
Em decorrência dos deslizes de Don ao longo do livro inteiro, Rosie põe na cabeça que ele pode vir a não ser um bom pai e isso toma um foco muito grande sem necessidade alguma. Chega dado momento que ela começa a se repetir sobre isso sem procurar resolver esse problema de forma igualitária, o que agrava ainda mais o problema de falta de comunicação entre os dois. As coisas vão se amontoado sobre si mesmas até que chega num ponto em que tudo parece forçado e grotesco de tão fácil que seria resolver os problemas, mas que o autor decidiu tomar um rumo maçante e que não conseguiu me convencer.
Uma coisa que eu realmente gostei foi que a questão de Don ser portador da síndrome de Asperger, ao contrário do primeiro livro, dessa vez é abordada de forma mais direta. Em um jantar, Don conhece Lydia, que à primeira vista é simplesmente um ser humano insuportável de tão afrontosa, e logo de cara ela incita uma discussão sobre como “um Asperger” poderia ter um relacionamento pleno e criar um filho, sendo que, a grosso modo, os portadores da síndrome são considerados pessoas sem sentimentos. Anteriormente Grame Simsion foi dando evidencias de que Don poderia ser portador sem citar objetivamente, então ver a questão entrar em pauta por meio de conversações dos próprios personagens, analisando como a doença poderia impactar a vida de Don a longo prazo foi bem interessante, porém assim como os outros pontos que destaquei, torna-se maçante pela forma que foi retratado: Lydia ganha um foco grande demais que acaba adicionando mais conflito aonde precisava ser resolvido alguns para caber outros.
Não acho que esse livro faça jus ao Projeto Rosie. Ele pega uma história boa, que tinha seus pequenos deslizes, mas ainda assim muito divertida e a joga morro abaixo, batendo em pedras que se tornam empecilhos ainda maiores. Talvez se tivesse umas 150 páginas a menos e uma boa maneirada na quantidade exorbitante de problemas sobrepostos ele poderia ser um bom livro, porém infelizmente não é o caso.
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