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O Destino – Com títulos que encantaram e conquistaram fãs ao redor do planeta, e milhares de pedidos de leitores para que a editora antecipe todos os lançamentos de uma vez, chega às livrarias O Destino, oitavo volume da série As Aventuras do Caça-Feitiço, de Joseph Delaney. Como os anteriores, uma trama repleta de suspense, magia e um final eletrizante.

O Destino se passa na Irlanda, para onde Tom, Alice e o Caça-feitiço são obrigados a fugir depois dos eventos ocorridos na ilha de Mona. Mas como a vida de nossos heróis nunca é fácil, é lógico que o perigo os acompanha na viagem e novamente eles precisam de toda a força necessária para combater os novos obstáculos que encontram pelo caminho.

O Pesadelo foi um livro tão angustiante e tão bom, que fiquei com um pouco de receio que sua seqüência não seguisse o mesmo ritmo alucinante. Mas esse oitavo livro da série “As Aventuras do Caça Feitiço”, pode não ser tão alucinante quanto seu predecessor, mas é tão envolvente e tão bom quanto.

Novos personagens foram apresentados, alguns deles como o arrogante Farrel Shey, me deixou em dúvida quanto sua conduta durante o livro inteiro. Novas criaturas apavorantes e novas motivações dos seguidores das trevas foram adicionadas a trama por Joseph Delaney. Aliás, sempre acho isso um dos pontos altos da estória, o que a deixa sempre muito interessante e envolvente. Delaney sempre consegue introduzir novas criaturas e contextos, mas sem ferir o desenvolvimento natural do livro. Os novos obstáculos servem para o amadurecimento de Tom e o afunilamento cada vez mais estreito da série que nitidamente (ainda aqui Brasil) se aproxima dos capítulos finais.

Ao contrário do que acontece com o Caça-feitiço no livro anterior, agora em “O Destino” é Tom que é assombrado por terríveis pesadelos envolvendo uma perigosa feiticeira Celta que ele viu ser assassinada por Bill Arkwright no período em que passou seis meses treinando com ele.

O mais estranho para o menino é justamente o fato da feiticeira ter sido morta e mesmo assim ainda aparecer em sonhos prometendo vingança pelo o que ele tinha feito.

Além da feiticeira, o cântaro de sangue que mantêm o Maligno longe dele e de Alice começa a se enfraquecer, aumentando consideravelmente as chances de uma aparição do Maligno para cobrar a divida que Tom tem com ele. Tom ainda precisa lhe dar com uma seita maluca de magos que aspira trazer ao mundo o Deus Pã, alojando seu espírito no corpo de um bode.

O fato da estória dessa vez ocorrer na Irlanda trouxe um ar todo místico e lúdico ao livro. Alguns elementos podem ser considerados pesadinhos por muitos, mas eu particularmente adoro a atmosfera sombria que o autor insere ao livro. Ele consegue fazer isso de um jeito tão simples que tudo parece perfeitamente natural.

Um dos pontos mais altos do livro em minha opinião foi a importante participação da Grimalkin. Certamente a feiticeira malevolente e assassina é uma das melhores personagens da série. E as coisas estão tão feias, que já e perceptível uma considerável, embora ainda sutil e resistente, tolerância do Caça – feitiço em relação a fazer uso de alianças e recursos das Trevas.

Apesar de todos os problemas que Tom precisou enfrentar, eu confesso que me irritei um pouco com ele, pois nunca sua ingenuidade foi tão explorada pelo o autor. Eu me via pensando: Não acredito que ele vai cair nessa!Não acredito que ele vai sair assim!Não acredito que ele vai cair nessa de novo!

Compreensível.

Mas irritante!

Espero que ele amadureça mais como Caça-Feitiço, embora sua própria natureza como sétimo filho e o fato de ele ser filho de sua mãe, tenha sido sutilmente desenvolvida por Delaney. Além de sétimo filho, o que lhe dar habilidades incomuns, Tom também herdou importantes habilidades de sua mãe, uma das feiticeiras mais fodonas que já existiu!

Dado a inclinação e a tolerância de Tom com o mundo das Trevas, fiquei pensando: Será que ele não é mais filho de sua mãe do que o sétimo filho de um sétimo filho?Hahahah. Vou treinar meu inglês pra perguntar isso ao autor na Bienal que vai ter esse ano!Quem sabe ele não me esclarece.

O fato é que as habilidades herdadas de sua mãe foram de suma importância nessa etapa, em sua luta desesperada contra as Trevas. Até eu parei no tempo enquanto lia os capítulos decisivos.

Alice também foi fundamental para o desenvolvimento da narrativa (que por sinal é maravilhosa. Mal dá pra parar de ler). Em muitos momentos ela foi a motivação e o tormento de Tom, o motivo escondido por trás de seus erros mais amadores. Finalmente ele percebeu como se sente em relação a ela. Finalmente.

Uma das coisas que sempre gostei na Alice é a sua natureza dual, como ela pratica o mal para fazer o bem. Para proteger Tom e mesmo o Caça – feitiço, mas sobretudo Tom. Acho Alice um paradoxo interessante, pois é nítido que ela vive em conflito com sua própria natureza malevolente e se erra, é tentando acertar. Meio louco. Sua contribuição final foi épica. Ela é muito mais poderosa do que aparenta. E perigosa também. Agora nos resta esperar o próximo volume para saber se ela de fato atravessou a fronteira, para aonde os acontecimentos desses livros irão nos levar e o que Tom e seus amigos farão com o breve fôlego que conquistaram em sua luta contra o mal.

Livros da série publicados no Brasil até o momento:

 

 

 

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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