Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar. Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá. À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam. Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.
O circo chega sem ser anunciado.Simplesmente está lá, quando ontem não estava.Um cartaz diz: “Abre ao cair da noite, fecha ao amanhecer.”
Entre nas tendas.
Passeie por um exuberante Jardim de Gelo.Assista maravilhado enquanto uma contorcionista tatuada dobra-se até caber nunca caixa de vidro.E prepara-se para descobrir a magia que surge das pontas dos dedos de duas pessoas que sema amam e cuja paixão proibida ameaça consumi-los.
Um livro que não estava na minha meta de leitura no momento, mas que resolvi encará-lo antes de começar na faculdade. Aceitei logo o DESAFIO e posso atestar que agi certo, se eu tivesse deixado essa leitura para depois com certeza me arrastaria por ela ou a deixaria incompleta.
A premissa criada por Erin Morgenstern é bem promissora e me deixou curiosa. Desde pequeninhos que Marco e Celia foram criados e moldados por seus tutores para se tornarem jogadores em um desafio que eles sequer compreendiam. Celia perdeu a mãe aos seis anos de forma trágica e foi morar ainda pequena com seu egoísta pai, mais conhecido como “Próspero, o Mágico”, enquanto Marco foi resgatado de um orfanato pelo misterioso homem de terno cinza para atender aos seus propósitos no desafio. Enquanto o pai de Celia a ensinava de forma nada carinhosa a controlar e a melhorar suas habilidades reais, o homem de terno cinza abandonava seu pupilo em lugares diferentes com livros e mais livros que ensinavam como fazer uma boa mágica de verdade. Os anos foram se passando e finalmente Marco e Celia ficaram prontos para o desafio, e o palco escolhido para a disputa sutil e insidiosa entre ambos foi “O Circo da Noite” ou “Le Cirque des Rêves”.
Achei tudo isso bem interessante, mas o que aconteceu durante a leitura desse livro foi uma série de decepções, começando pela narrativa da autora que é rala, nem um pouco emotiva, amplamente crua e eu diria até amadora. Parece que Erin gastou todas as suas energias se preocupando em descrever roupas, banquetes, ambientes circenses e espaços suntuosos. Ela não se preocupou em fazer um estudo mais profundo, emocional e psicologo de seus personagens, não se preocupou em aproximar mais seus personagens – principalmente Celia e Marco – do leitor. O desenvolvimento do romance entre Celia e Marco demora – na verdade tudo demora demais nesse livro – e depois quando as coisas começam a se encaixarem para eles, acaba ficando tudo atropelado, uma coisa por cima da outra. Você acaba perdendo o barato de ver como eles de fato se entendem. Do nada Marco ama a Celia, faria tudo por ela e vice versa. Erin nos conta sobre esses dois como se estivesse escrevendo itens de uma lista de compras de supermercado e eu não gostei nem um pouco disso. Achava que a história e a carga que Marco e Celia carregavam renderia o bom caldo. Não queria nada de mimimi, mas esperava algo muito melhor do que apenas um construindo tendas para o outro. De certa forma, reconheço que o circo é o grande astro desse livro, entendo a atenção dedicada a ele, mesmo assim acho que daria pra valorizar um pouco mais as peças humanas desse jogo.
Fora que ler esse livro pode ser complicado se você não estiver prestando atenção. Em uma parte você está em algum dia do final no século XIX e no momento seguinte você está nos primórdios do século XX, por volta de 1901 e 1902. Eu demorei um tempo pra pegar o ritmo e entender o que ela estava fazendo mostrando passado e presente.
Outra coisa que incomodou foi a quantidade massante de personagens. Acredite, são muitos. Agora pergunte se eu me lembro o nome de todos eles. Alguns foram importantes, outros totalmente esquecíveis e outros foram peças fundamentais para o enredo. Como a narrativa é em terceira pessoa, Erin explorou o ângulos de vários personagens, o tempo todo. Uma hora você está com a Celia, em outra com o Marco, aí vem Herr Thiessen, Poppet, Bailey e muitos outros. Achei isso exaustivo e complicado de acompanhar. Na verdade nem sei se posso dizer “ângulos”, acho que ela apenas narrou o livro através dos personagens, mudando apenas os nomes de uma hora pra outra, sem inserir percepção e novas perspectivas através deles. A verdade é que eles e nós apenas pegamos carona na história que ela está controlando – essa é a sensação. Não sinta, apenas leia e faça. Irônico, já que é basicamente isso que Marco e Celia precisam fazer para encararem o desafio.
Em muitos momentos tive que lutar para continuar lendo, por vezes achei que não conseguiria.O desafio tende até ter um desfecho trágico, mas o motivo oculto por trás das coisas que eles criavam no circo para o desafio não foi tão surpreendente assim. Li como se fosse a coisa mais normal do mundo. Para não dizer que não gostei de nada, eu gostei bastante da Tsukiko e me surpreendi com ela. O Circo também continha uma aura de mistério que gostei bastante. Gostei do Marco e da Celia, só achei o romance dos dois mal aproveitado. O clímax também é bem interessante embora eu não tenha gostado do desfecho que ele teve. O acabamento do livro é lindo, um dos livros mais bonitos que eu já vi em termos de acabamento, pena que para mim a admiração ficou apenas por aí.
Escolhi uma música da fase circense da Christina Aguilera para dedicar a esse livro, espero que gostem, tem tudo a ver 🙂
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Entre No Circo
Senhoras e senhores, garotos e garotas
Venham até aqui, venham até aqui, cheguem mais perto,
Você não vai acreditar no que verá atrás das cortinas
Testemunhe algo que você nunca viu antes, ouvido antes, sonhado antes,
O maior espetáculo da Terra
La la la la la la
Esse é o maior espetáculo da Terra
La la la la la la
Você quer ser extremamente entretido?
Que as pessoas saibam o seu nome?
Você deseja a fama?
Bom, eles dizem que as coisas nem sempre são o que parecem
Até mesmo suas maiores fantasias
Você não vai acreditar nos seus olhos
Não reconhecerá a grande surpresa
Que mente atrás do brilho e das luzes
É verdade o que eles dizem?
É tudo diversão e jogos?
Ou existe algo mais atrás da maquiagem e dos rostos cheios de tinta?
Eu te pergunto, você quer vir e jogar?
La la la la la la
Hahahaha
Chame o mundo para vir brincar
La la la la la la
Hahahaha
Então sente-se, relaxe, aperte os cintos
Será uma viagem instável até o outro lado
Bem-vindos
Bem vindo ao maior show
Maior show na Terra
Você nunca viu igual
Deixe o conto de fadas acontecer
O que há por trás da fumaça e dos vidros?
Rostos pintados, todos usam máscaras
Você venderá sua alma a eles?
Você será abandonado no frio?
Tudo isso são céus azuis
Jogos e diversão até você tropeçar
E aí é deixado sem ninguém por perto
Você está voando em uma estrela cadente
Com um sorriso em seu rosto
Mas logo o brilho se apaga
E você é esquecido, sozinho
Imaginando, aonde foram todos?
Sentido-se cansada, odiada
Quem ficará por perto quando o holofote se apagar
Fui reprimida, atirada, empurrada
Forçada a sorrir quando eu quis franzir
Sempre fazendo reverências
Sempre trabalhando o público
Sempre correndo pelo palco
Sempre bancando a palhaça
Quem ficará do meu lado,
Quem me ajudará
Quando as luzes se apagarem?
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