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Dr. Liam Parker é um médico cardiologista, já salvou muitas vidas, contudo não faz ideia de como curar sua alma. Carrega o enorme fardo de não ter salvo a vida de alguém que amava, diante do fracasso ele decide abandonar a medicina.

Alice Costa é uma mulher cheia de vida, por conflitos familiares muda-se do país deixando o grande amor de sua vida, no entanto, ao retornar conhecerá o sabor da desilusão e quanta dor um coração traído pode carregar.

Liam não é nada sociável e Alice fala pelos cotovelos. Uma história de amor capaz de contestar a física, pois quando duas pessoas totalmente opostas se atraem nem Einstein poderia explicar o resultado.

Em “Minha Tentação”, Mila Cris nos trás a história de Liam e Alice, duas pessoas com características bem opostas mas que compartilham da dor causada por relacionamentos que não acabaram bem.

Embora seja um livro envolvido por uma atmosfera bem erótica, ele trás consigo todo um Q de contos de fadas, começando pelo baile medieval descrito bem no início do livro. A estória entre Liam e Alice me lembrou muito o conto da Bela e a Fera, sendo que a única diferença é que a Bela aqui também carrega seus próprios demônios.

A tragédia ocorrida na vida de Liam fez dele uma homem duro, ranzinza, irreconhecível e impenetrável, uma maneira que ele encontrou para criar uma barreira emocional entre ele e todos que buscavam ajudá-lo. Alice por sua vez, depois de sofrer uma dolorosa desilusão amorosa, tinha como regra não relacionar-se seriamente com mais ninguém.

O caminho dos dois se cruzam quando Alice é transferida de seu setor do hospital que trabalha em Vancouver, Canadá, para atuar como assistente temporária junto ao médico Liam Parker, a quem ela detesta logo de cara devido a péssima fama que ele carrega no hospital e pelo fato de comprovar ela mesma o quão odioso é o homem. Pelo menos é assim até ela ouvir de uma amiga os boatos que corriam pelo hospital e que seriam o responsável pela drástica mudança do Dr.Liam.

Assim, movida pela compaixão, Alice resolve pegar leve em sua relação com ele e de uma amizade improvável surge sentimentos alucinantes que os obrigam a enfrentar seus pesadelos particulares em nome do que começam a sentir um pelo outro.

Alice é brasileira e carrega em si, aquele carisma que acho que é bem comum na maioria de nós. Ela é teimosa e engraçada, tem um gato Shynx horroroso (hahahahah) chamado Felpudo do qual ela ama de paixão (só ela) e o que eu mais gostei na personagem, apesar de suas mágoas, foi a maneira como ela encarava a vida. Sempre a fim de vivê-la. Sempre buscando fazer o melhor.

Os capítulos ora são alternadas entre ela e Liam, ora são divididos por eles. A perspectiva de personagens secundários também nos são apresentadas e achei essa tática bem interessante, pois nos permite uma dimensão mais abrangente de tudo o que está acontecendo.

Embora o livro se insinue como algo erótico e pode ser classificado como tal, as cenas de sexo descritas não são descaradas e elas nos aproximam mais dos personagens, nos faz criar algum tipo de elo com eles. Eu gosto de livros apimentados, mas gosto muito mais quando ele mira para algo muito mais profundo do que uma relação sexual. Eu gosto de uma boa carga emocional. Gosto do serviço completo: atração-flerte-romance-sexo(bastante sexo)-conflito e até aceito o final feliz clichê com casamento e bebês. Mas gosto quando isso acontece numa atmosfera emocional, não como algo simplesmente gratuito. O que quero dizer é que não gosto de sexo por sexo. Gosto de livros que falam de sexo, mas que tratam isso como um ingrediente a mais. Romance pra mim tem que ter sexo, pois sinto que isso faz a história mais real, mas não acho que deve ser o ponto principal. Gostei muito desse livro por isso. Embora possa ser entendido como um erótico, o que eu li foi uma história sobre superação, amadurecimento, crescimento pessoal e perdão, sobretudo perdão.

Os personagens são tão humanos. Liam e Alice funcionam tão bem. Fiquei até com inveja deles, hahhaha, também queria viver um amor assim. Fora que o livro é cheio de citações musicais do nosso cotidiano (tanto nacionais quanto internacionais) e expressões genuinamente brasileiras que fizeram com que eu me sentisse super a vontade.

Confesso que comecei a leitura desse livro meio desconfiada, sem saber muito o que esperar e admito que no final eu até me surpreendi. Peguei o livro na estante para ver no que ia dar mas quando dei por mim o relógio já marcava quatro horas da manhã e eu já tinha lido mais da metade do livro. A narrativa em si não é reserva grandes surpresas. Os fatos descritos são bem claros e fica fácil antecipar o que pode acontecer dois capítulos depois. Mas é uma estória envolvente, engraçada e levinha. Quando dei por mim já estava terminando.

Mila Cris está de parabéns!E antes de terminar, preciso agradecer pela gentileza de enviar de Goiás o livro para mim. Obrigada pela leitura deliciosa!

Obrigada também a Editora Tribo das Letras, pelo incentivo e força que vem dando para nossos jovens escritores!

Contatos da autora: Facebook e site.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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