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Desde que esse livro foi lançado fiquei na dúvida se lia ou não lia. Por um lado a curiosidade era grande. A cultura indiana é muito interessante, repleta de mitos, deuses e lendas a serem explorados. Se a autora conseguisse unir apenas um décimo de toda essa riqueza o livro já seria muito bom. 

Kelsey é uma garota comum a procura de um emprego de verão. Precisa do dinheiro para a faculdade que vai começar no próximo ano. Ela mal acredita quando consegue um emprego de duas semanas no circo. Sua principal função será tratar de um tigre. Animada com a experiência Kelsey começa o dia com tarefas diversas e na hora do espetáculo fica paralisada, presa ao olhar do tigre. Um lindo tigre branco de olhar desconcertante. Kelsey passa a alimentar e fazer companhia ao tigre. Sente que ele é diferente e pela sua vida cativa naquele circo. O que ela não imaginava é que ao fazer isso estaria se envolvendo em uma história inacreditável. Ao ler e tratar o tigre Ren com tanta atenção e carinho ela devolve a Ren o poder de se tornar humano por 24 minutos a cada dia. Quando um comprador misterioso a convida para acompanhar o transporte de Ren para uma reserva na Índia Kelsey fica feliz em aceitar e cuidar para que o tigre seja livre. Ela não sabe por que, mas gosta muito de Ren e deseja sua liberdade. Ao chegar à Índia tudo muda e ela se descobre ligada a uma maldição de séculos. A partir daí tem início da jornada de Kelsey e Ren em busca da quebra da maldição.

A narrativa de Colleen Houck é estranha. É muito boa, mas é um pouco confusa. Aliás, seria melhor eu dizer que a personagem é confusa. A protagonista criada pela autora é um misto de características que funciona muito bem, mas que irrita qualquer leitor mais rígido. Kelsey é forte, inteligente e independente, mas não gostei das suas atitudes nos capítulos finais. Eu sinceramente não entendi como alguém que se mostra independente e inteligente na maior parte do livro pode mudar tanto nas páginas finais. Mas tirando isso o livro é ótimo. Adorei o tigre e a forma como ele foi descrito. Gostei das partes onde a autora falava de deuses e costumes indianos. Foi uma forma de aprender mais sobre a Índia.

São tantos deuses a serem explorados. Tantas lendas a serem recontadas. Já estou curiosíssima para ler os próximos volumes e descobrir mais sobre uma cultura fascinante. 

Leitura agradável, de ritmo cadenciado e tema inovador. É nítido que a autora fez uma boa pesquisa antes de contar sua história. Das descrições de ambientes ao comportamento dos personagens. Tudo remete bem ao país. Fiquei até curiosa para conhecer mais os deuses da Índia. A edição da Arqueiro está linda. A capa foi fielmente mantida, a fonte é do tamanho padrão da editora e a introdução de cada capítulo ficou ótima.

 A Paramount comprou os direitos de adaptação e o filme já até roteirista. A escolhida é Showrunner da série Vampire Diaries (Noticia que já foi dada aqui, rsrsrsr).

Livro recomendado para todos que gostam de uma boa série jovem adulto. Também recomendo para os que gostam de conhecer novas culturas e aprender sobre novas coisas em suas leituras. É um panorama interessante sobre a Índia. Romance, aventura e conhecimento. 

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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  1. Só li o primeiro livro dessa série, mas gostei, em especial dessa parte que conta um pouco sobre a cultura da Índia. Mas concordo com você que a Kelsey é irritante, especialmente no final do livro, e achei um tanto inverossímil a parte em que ela concorda em viajar para a Índia com um desconhecido para ajudar a levar um tigre a uma reserva. Ainda assim, vale a pena a leitura.

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