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Indicado nas categorias de

Melhor filme
Melhor diretor (Steve McQueen)
Melhor roteiro adaptado
Melhor ator (Chiwetel Ejiofor)
Melhor ator coadjuvante (Michael Fassbender)
Melhor atriz coadjuvante (Lupita Nyong’o)
Melhor edição
Melhor direção de arte
Melhor figurino

O que falar de um filme que te deixa sem palavras? O que falar de um filme que te reduz a cinzas, e te deixa às lágrimas por horas? Acabei de assistir “12 Anos de Escravidão”, foi isso o que aconteceu. Diga isso a seus amigos, sua família, pois, se eles viram este filme, eles vão entender. “12 Anos” é um dos filmes mais assombrosos, assustadores e angustiantes deste ano, desta década, deste século. Não é uma experiência confortável, não é uma experiência divertida. São duas horas de crueldade, desumanidade e horror, puro e simples horror. E é impossível sair desta sessão sem se emocionar.

“12 Anos de Escravidão” é o principal indicado na categoria de Melhor Filme, e a narra a história de Solomon Northup, um negro livre que vivia nos Estados Unidos em 1840, anos antes da abolição da escravidão. Capturado por contrabandistas, ele é vendido como escravo e afastado de sua família e sua vida, passando anos nas mãos de escravistas cruéis e tentando sobreviver em meio aos maus tratos nas fazendas.

É fato: “12 Anos” é simplesmente destruidor. O diretor Steve McQueen já tinha provado que seu gosto para histórias pesadas e difíceis com seus filmes “Hunger” e “Shame”, e, com sua mais nova obra, não é diferente. A verdade é que McQueen quer nos reduzir às lágrimas, nos deixar em pedaços, nos chocar com um dos períodos mais sombrios da história da humanidade. E, para isso, não precisa de recursos bregas, como diálogos cheios de frases feitas, ou um violino triste ao fundo. Basta, simplesmente, a brutalidade do roteiro e das imagens.

E brutalidade é a palavra certa para falar de “12 Anos de Escravidão”. Cheio de cenas de violência e crueldade, “12 Anos” é daqueles filmes que te tocam e te deixam preso a cada segundo. A direção de McQueen, apesar de convencional, é absolutamente fria e calculista, aumentando o horror e a repulsa das cenas de tortura até que estas se tornem insuportavelmente cruéis. Certos takes são longos, cheios de suspense e silêncio que sufocam o espectador, sabendo que, naquele ambiente de escravidão e ameaça, tudo pode acontecer. Cada cena Cada casualidade é uma flecha, direto no nosso coração. Em termos humanos, é impossível de imaginar como uma pessoa consegue suportar passar por tudo aquilo. Como alguém consegue passar por tanta dor, raiva, revolta e humilhação?

Não posso dar spoilers aqui. É regra da convivência social: se você quer que alguém leia o blog, não dê spoilers. E, ainda assim, como é possível comentar um filme cujas cenas são tão poderosas sem deixar escapar uma coisinha? Minha dica: assistam, e descubram do que eu estou falando. Saiam da sessão destruídos e espantados como eu. Percam o chão, percam o ar. “12 Anos de Escravidão” é algo como o “A Lista de Shindler” da nossa geração, tão estarrecedor, sensível e chocante quanto. Steve McQueen vai conseguir te quebrar, posso garantir. E nem preciso falar das atuações, não é? Chiwetel Ejiofor está incrível no papel principal, assim como a novata Lupita Nyong’o; os dois derramam dor em suas cenas, assim como Michael Fassbender no papel do dono de escravos, provando mais uma vez seu talento como ator. Somando a direção estrondosa de McQueen com o roteiro de John Ridley e um dos elencos mais incríveis dos últimos anos, temos, provavelmente, o mais forte concorrente do Oscar 2014, e, sem dúvidas, um dos melhores filmes do ano.

Nota: 9,5/10

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Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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