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Quem faz parte de grupos de escritores em redes sociais como o Facebook e o Twitter muito se depara com o termo clichê, utilizado de forma pejorativa na maioria das vezes.

 


Eca! Que livro clichê!

A primeira pergunta a ser feita sobre esse tal de clichê é: que porcaria é essa?

 

De acordo com o dicionário:

Clichê, no sentido figurado, é uma ideia já muito batida, uma fórmula muito repetida de falar ou escrever, um chavão.

De <https://www.significados.com.br/cliche/>

Hm, então é uma ideia que já foi utilizada muitas vezes e é bem comum entre a cultura geral, livros, filmes, peças, séries… Todo mundo já fez isso.

Acordei cedo, fiz um coque frouxo e fui à Starbucks tomar café da manhã.

 

Mas o que faz o clichê ser clichê? Porque milhares de pessoas estão apostando em uma história clichê ao invés de uma ideia super ultra mega master original e “ninguém nunca escreveu isso”?

 

Por que o clichê é clichê? Porque ele dá certo.

 

Prestem bem atenção: sabe aqueles filminhos bregas da Netflix que todo mundo assiste e comenta nas redes sociais “OMG QUE FILME MARA ESTOU APAIXONADA”? São todos clichês. A gente está lá vendo a mesma história pela milésima vez e adorando porque dá certo. E porque a gente gosta. Mas sabe por que continuamos assistindo?

 

O truque de escrever clichê é contar a história de maneira diferente.

 

Não é o clichê que é ruim, o clichê é muito bom e pode ser inovador se você souber como contar a história! Uma boa narrativa transforma o clichê em um dos melhores livros que você vai ler.

 

Se você teve uma ideia que considera clichê, não a desconsidere por isso. Você pode escrever e pode transformá-la em algo novo, com uma nova roupagem, uma nova Cinderela, e conseguir fazer algo incrível de uma coisa que você quase decidiu não fazer.

 

É igual bolo: a receita é a mesma, mas cada confeiteiro tem seu toque especial. A gente adora bolo e sempre pode acabar encontrando um bolo mais gostoso que o último.

 

E, como a gente adora bolo, a gente adora clichê. Uma história clichê tem público certo! Se você quer conquistar leitores, pode escrever uma história clichê e uma história inovadora e publicá-las ao mesmo tempo. Eventualmente, alguns dos seus leitores-clichê podem gostar da sua narrativa e procurar ler o outro livro. E, se também gostarem, vão te acompanhar.

 

Não tenha medo de dizer que seu livro é clichê ou que você gosta de clichê!

 

Antes de sucumbir à ideia de que o clichê é horrível, sem criatividade e sem sal, dê uma olhada na lista de livros mais vendidos, olhe suas sinopses e veja: quais deles não tem elementos clichês. A maioria tem um elemento ou é a maior parte de elementos considerados clichês, mas com um toque especial. 50 Tons de Cinza, a menina virgem conhece o CEO poderoso; Como Eu Era Antes de Você, a menina do interior conhece o cara misterioso e eles se detestam; e por aí vai.

 

O importante não é não ser clichê, é dosar o clichê, a originalidade e a narrativa, transformando sua história em algo único!

 

 

 


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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