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Um fato conhecido é que momentos de luto, sentimentos ligados a tal e o simbolismo advindo de tais condições humanas já serviram de inspiração para inúmeros autores e autoras, criando textos que além de ser uma forma de terapia para quem os cria, também são dotados de uma licença poética e sensibilidade que os tornam inesquecíveis para quem os lê.

Pois, para quem ainda não tenha se dado conta, uma das obras que trabalha bem os símbolos do luto se trata de nada menos que a série Harry Potter, onde seu protagonista tem de enfrentar tristes perdas desde o início de sua infância e ao longo de sua trajetória, fazendo com que leitores e fãs se envolvam com seus dramas e vitórias.

O ponto importante aqui é que tal história em si possui também outras ligações com a simbologia da morte em várias passagens, colocadas de modo subjetivo no contexto da obra e sem torná-la nem de longe algo melancólico, mas sim dotada de uma carga de emoções bem trabalhadas, que de certa forma se torna rara em outras obras da literatura atual.

Uma destas sutis referências à morte, e uma das mais óbvias até mesmo pelo nome, se encontra no título do último volume são as Relíquias da Morte (Talismãs da Morte em Portugal e Deadly Hallows no original).

Em comemoração do 20º aniversário da publicação de Harry Potter e a Pedra Filosofal, a BBC lançou um novo documentário intitulado de Harry Potter and History of Magic (Harry Potter e a História da Magia), onde em entrevista para o mesmo a autora JK Roling revelou que o símbolo das Relíquias da Morte está intimamente ligado à morte de sua mãe, afirmando ainda que se a mesma não houvesse falecido o desfecho de Harry Potter teria sido diferente.

Neste documentário de 60 minutos são revelados ainda vários outros  detalhes da vida real, que foram associados ao mundo mágico e que inspiraram a criar a saga de magia que nos  encanta há décadas. Tais como uma curiosa referência a um símbolo maçônico que hoje surpreende a própria autora quando se põe a refletir sobre o assunto.

“Quando vi o filme novamente e vi o símbolo maçônico, senti um arrepio e pensei: será por isto que o símbolo d’As Relíquias da Morte é como é? Tenho a sensação de que, em algum nível do inconsciente, eles estão ligados”, conta mãe da obra que vendeu mais de 450 milhões de cópias em todo o mundo em Harry Potter e a História da Magia.

Figuram ainda no vídeo referências significativas como feitiços anglo-saxões, que curavam bactérias virais,  bruxas que tiveram um papel importante na medicina contemporânea ou antigos astrônomos. A estreia do documentário foi programado para acontecer na mesma época de uma exposição na British Library, completando assim a jornada dos fãs, que  poderão encontrar de fato várias relíquias reais que inspiraram a autora.

Pela quantia de 18 euros os fãs poderão ver em exibição  objetos que vão de livros raros a rascunhos originais e outros artefatos que poderão contribuir para uma visão renovada da obra de JK.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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