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Aos cinco anos de idade, o indiano Saroo se perdeu do irmão numa estação de trem de Calcutá e enfrentou grandes desafios para sobreviver sozinho, até ser adotado por uma família australiana. Incapaz de superar o que aconteceu, aos 25 anos ele decide buscar uma forma de reencontrar sua família biológica

Baseado no livro “A Longa estrada para casa” (A Long Way Home), Lion é um filme de drama biográfico lançado em 2016, com direção de Garth Davis e estrelado por Dev Patel (Quem quer ser um milionário?) que dá vida nas telonas a Saroo Brierley, autor do livro que inspirou o filme e principal estrela de sua própria história.

Aos cinco anos de idade, o indiano Saaro se perde acidentalmente de seu irmão mais velho em uma estação de trem, indo parar sozinho na caótica Calcutá, capital e maior cidade do estado de Bengala Ocidental, na Índia, e precisa enfrentar grandes desafios para sobreviver sozinho pelas ruas da cidade até ser adotado por um casal de australiano interpretado por Nicole Kidman e David Wenham (fiquei no chão quando descobri que ele é o Faramir de O Senhor dos Anéis, sempre shippei).

O filme dedica todo um esforço especial em nos transportar para dentro da deslumbrante e assustadora jornada que definiu a vida do menino, interpretado pelo fofíssimo e impressionante Sunny Pawar, e também a vida do homem em que ele se transformou. Atormentado pelas lacunas do passado que ele não conseguia preencher, amargurado por se lembrar que tinha uma família que talvez ainda sofresse e procura-se por ele, Saaro se lança numa busca insana de reencontro consigo mesmo e para isso ele se utiliza de uma importante ferramenta, o Google Earth, a partir das poucas memórias que ele lembrava que vivera na Índia.

Lion: uma jornada para casa é um filme que se propõe a ser emocionante, e realmente é. Não há espaço para risos durante o longa, apenas lencinhos, olhos umedecidos ou bochechas molhadas. Li umas críticas bastantes pessimistas ao filme, condenação pelos excessos (o que eu realmente senti), acusações de que ele parece uma propaganda do Google Earth ou de que trás aquela forma já pronta que atrai as estatuetas do Oscar e o filme recebeu seis indicações para concorrer na cerimônia de 2017, infelizmente não ganhando nenhuma. De qualquer forma, o considerei um excelente filme, coisa que inegavelmente ele é e pelo menos nisso todos concordam.

O filme explora toda a vastidão e diversidade da Índia, sua cultura e problemas sociais. Denúncia sua pobreza e alerta para o crescente número de crianças que como Saaro, se perdem diariamente pelas ruas deste imenso e tradicional país. O uso do Google Earth pelo protagonista, para encontrar sua família biológica (seu lar ancestral), demonstra como o uso da tecnologia pode ser usado de forma benéfica, aproximando pessoas e lugares.

No final do filme, depois de você muito desidratar, é explicado porque o filme se chama Lion, antes de se chamar Uma jornada para casa, mas claro que eu não vou explicar porque isso seria spoiler!Então corra para o Netflix e confira você mesmo!


Olha o trailer aqui!

 
 

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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