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Para voltar a escrever no blog, ao invés de voltar com o tradicional diário de bordo que eu estava fazendo, decidi voltar com entrevista de autores do wattpad. Motivo: muita gente diz que não lê porque os livros estão caros. Por isso, trouxe a opção de livros gratuitos e nacionais, assim valorizamos a cultura nacional e ainda acabamos com a desculpa de muita gente para abdicar da leitura.

De primeira, trouxe uma amiga, de longa data. Juliana Do Vale sempre demonstrou que era capaz de ir muito além que uma imaginação comum. Para você ter uma ideia, essa autora já participou de eventos nossos e em um deles deslocou o joelho por estar pulando de uma lado pro outro vestida de Arlequina.

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Ou seja, já deu para saber que a autora de “Você vai Morrer Elizabeth” é um pouco fora da caixinha né?

Por isso, vem ver o que rolou na nossa entrevista, e mais ainda: vai ler o “Você Vai Morrer Elizabeth” no Wattpad 🙂

Por que você começou a escrever?

Escrever foi um tanto “natural” para mim. De tanto ler, eu sentia que havia algo que eu também deveria colocar no papel, e acho que um pouco desse movimento acontece com todo escritor.

Qual foi a sua primeira história?

Eu gosto de dizer que escrevo desde sempre. Era pequenininha quando escrevi minha primeira “obra”, um bloquinho de papel com desenhos que colei e umas palavras que já sabia copiar. Se chamava “Livro dos Mamíferos”, tenho guardado até hoje. Um pouco depois comecei a fazer quadrinhos e peças para a escola, até que cheguei ao meu primeiro livro de fantasia (eu tinha 13 anos nessa época). Com uns 15 anos conheci Poe, comecei a escrever contos e me voltar mais para a literatura de suspense. De lá pra cá não parei mais, sou daquelas que escreve um milhão de coisas ao mesmo tempo e não termina a metade.

Por que preferiu a plataforma online ao invés de ir atrás de uma editora?

O Wattpad, na verdade, foi uma oportunidade. Sempre quis publicar um livro, mas não tinha nenhuma ideia de como chegar numa editora. Conheci a plataforma em um evento do No Meu Mundo, a partir de alguns autores que publicavam por lá, e logo fiz uma conta. “Você vai morrer, Elizabeth”, ao contrário da maioria dos meus trabalhos, nasceu para este espaço e aos pouquinhos está se aventurando em novos horizontes. Tô no processo quanto à publicação (boas notícias em breve? Acho que sim, hein!), mas continuo no Wattpad e não quero largar. A possibilidade de interação com os leitores é sensacional, não há nada tão legal quanto recolher as reações enquanto a galera ainda está lendo. Conheci leitoras maravilhosas, que me deram todo o suporte e amor em seus textões de “estou feliz, amei a história, não acredito que acabou, já estou com saudades”. Chegar a outros estados e até outros países também era quase irreal para mim, e agora vejo gente de Portugal, Angola, Moçambique e etc lendo, votando, comentando.

Se pudesse mudar algo na sua vida o que seria?

Sabe que eu não sei? Acho que tô bem assim. Vou pensar mais um pouquinho, talvez amanhã eu mude de ideia. Se bem que… Ter o diploma da faculdade pulando as matérias obrigatórias chatas não seria uma má ideia.

Se pudesse ter algo da sua história na sua vida, o que seria?

A história é quase uma grande comédia da minha vida, então, fica difícil dizer o que eu tiraria de lá para mim. Acho que os gatos da Liza e da Mari. Eu amo gatos, quero trocentos morando comigo.

Já pensou em mudar algo na sua história? Se sim, o que?

Confesso que não pensei muito enquanto escrevia. A história fluiu quase por si só, tomando um caminho que não planejei e nunca pensei que tomaria. Liza e os outros personagens estão vivos e vivem de maneira quase independente, só precisando do meu trabalho prático de colocar em caracteres do Word.

Seus leitores te comparam com sua personagem principal? Se sim, isso incomoda ou você acha normal?

Meus amigos sempre comparam, com falas do tipo “isso é muito Liza”. Os leitores sempre perguntam: “a Liza é inspirada em você?”. Eu respondo: Liza é e não é inspirada em mim. Ela é meu “lado chato” e minha “eu” ao contrário em muitos momentos. Ela detesta algumas coisas que eu amo (por exemplo, gatos e Meu Pequeno Pônei) e é muito divertido zoar a mim mesma quando escrevo (afinal, muita coisa que fazemos não tem sentido quando olhamos com o “filtro chato”). Nós duas amamos jujubas e não gostamos de romances melosos, então há algumas semelhanças por aí. Por fim, acho muito difícil, como escritora, que um personagem não tenha nada de mim. Tem sempre alguma coisinha, mesmo que a gente não perceba de cara ou procure inspirá-lo na gente. Sendo assim, acho as comparações perfeitamente normais.

Qual foi a pergunta mais estranha que fizeram sobre sua história?

Não são exatamente perguntas estranhas, mas são bem comuns (alerta de spoiler): “e o final?”, “ela vai morrer/morreu?”, “vai ter continuação?”. O estranho, neste caso, é a resposta que dou a todas elas: “não sei!”.

O que sempre te acompanha enquanto escreve? (pode ser desde uma playlist até um tipo de comida)

Café e um dos meus cadernos, gosto de desenhar trechos da história enquanto escrevo (assim nasceram as ilustrações de “Você vai morrer, Elizabeth”). Também tenho playlists para cada história, mas tem um problema aí: eu começo a cantar e esqueço de escrever.

Deixe um recado para seus leitores e para quem ainda pode se tornar um.

Falei um pouquinho sobre a galera que acompanhou a história no Wattpad em uma resposta anterior, mas vou falar de novo. Ainda fico abismada com a reação de vocês! Ainda me surpreendo com meus “sério que elas gostaram tanto assim? Que máximo!”. Só tenho a agradecer pelos textões e pela pressão para que eu terminasse o livro, tudo isso foi essencial. Ainda quero abraçar vocês, vocês sabem disso. Para quem pode virar um leitor, vou deixar o mesmo recado da sinopse: não leia este livro. Vá ler outra coisa, até um outro conto meu já vale. Não este livro. Sério, pode parecer uma comédia, mas é uma comédia bem desastrosa e cheia de desespero cotidiano. Você não quer se encher de chocolate para superar um livro estranho, certo? Certo. Assim espero. Se não seguir meu conselho, eu não me responsabilizo (mas posso responder com abraços).

 

Você vai morrer, Elizabeth. Sinopse:

Uma ligação estranha e um número desconhecido mudam a vida de Elizabeth, e a afundam em um mistério que só ela pode resolver.

– Parece uma sinopse muito breve, não? Tão breve quanto a vida, eu digo.
Em vez de trazer enrolações e filosofias, trago uma simples pergunta: por que está lendo essa sinopse? O livro pareceu interessante pelo título, capa ou pela frase solta que inicia esse texto? Pois você está errado. Não há nada de interessante aqui, ainda mais se você é do tipo de pessoa que gosta de coisas alegres e animadoras. Elizabeth, aquela que vos retrata toda a história, não tem nada a ver com você. Você a achará estranha e deslocada, um tanto estressada e muitas vezes apática. Você a odiará, principalmente se for amante de gatos e MPB.
Uma dica: aproveite o tempo precioso que gastaria aqui em coisas mais divertidas, como uma xícara de café e um passeio no parque. Vá ouvir um disco do Caetano. Chame seus amigos para uma tarde de jogos de tabuleiro e pipoca.
Se você busca algo desesperador e quer desperdiçar minutos ou horas preciosas, vá em frente. Afinal, nem todo mundo tem o privilégio de não saber quanto tempo de vida (ou de morte) ainda lhe resta.
 

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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