Dias Perfeitos

E se Norman Bates, o psicopata de Psicose, se encontrasse com Alasca Young? Acho que o resultado não seria muito diferente do que esse.

Muito se tem falado sobre a história de Raphael Montes, o que me fez apostar nesse novo talento da literatura brasileira. E o que eu aprendi? Nunca vou ficar sozinho com ele num longo corredor.

A história segue um jovem inteligente, carismático, mas também solitário que fica obcecado com uma garota de espirito livre, que nunca poderá ter. Esse desejo o faz fazer loucuras em nome do amor, que te deixaram tensos, apreensivos, e sem saber o que esperar dos passos de nosso jovem insano.

Já vi premissas parecidas em longas e livros policiais americanos, mas nunca em um brasileiro – e precisamente em um tão bom. A cada reviravolta, fuga e aprisionamento, eu não sabia mais o que esperar desse livro.

Téo é o tipo de protagonista que, ou você odeia ou ama, mas não pode negar o quão doente ele é. Ele acredita em seus motivos do mesmo modo que acreditamos que o sol é quente e o céu azul. Ele me lembrou um tanto Norman Bates por ter mencionado que via as mulheres como algo intocável e como podiam ser nojentas, na verdade, para ele todas são, a não ser Clarice. Ela é uma jovem rebelde, de espírito livre, que adora um cigarro e seguir suas próprias regras. Admitam, lembrou um pouco nossa Alasca Young de John Green.

Não que eu o esteja acusando de plagio. Bem longe disso. Só estou admirando a dinâmica desses dois personagens se encontrando pela primeira vez. Você pode sentir o caos, até ver as fagulhas no ar, mas não tem como prever como tudo terminará. Eu ainda estou digerindo esse final.

Raphael Montes você é um louco genial, e mesmo sabendo que talvez fique apreensivo, quero ler mais suas obras.