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Seattle, Estados Unidos. Light Turner (Nat Wolff) é um estudante brilhante que, um dia, encontra um caderno que repentinamente cai do céu. Trata-se do Death Note, que permite ao seu portador matar qualquer pessoa que conheça a partir da mera anotação do nome do alvo numa de suas páginas. Sob a influência de Ruyk (Willem Dafoe), o dono do caderno, Light passa a usá-lo para eliminar criminosos e pessoas que escaparam da justiça. A súbita onda de assassinatos faz com que ele seja endeusado por muitos, que o apelidaram de Kira, mas também atrai a atenção de um enigmático e também brilhante detetive, chamado L (Lakeith Stanfield).

‘Death Note’ é uma adaptação da Netflix de um dos maiores sucessos do Japão, mas se você conhece o pouquinho que seja do original, dificilmente você vai gostar dessa versão americana…

Tanto no original quanto na adaptação, Death Note gira em torno de um caderno de mesmo nome, capaz de mandar para o beleléu qualquer pessoa que tenha o seu nome escrito em alguma de suas paginas. Mas para a sorte do shinigami Ryuk, o caderno foi parar nas mãos do genial Light Yagami (Light Turner no filme), que começa a matar todas as pessoas que para ele, estão poluindo o mundo com sua presença. Não demora muito e o jovem adota o nome Kira, e começa a ser louvado como um Deus.

No começo do filme dirigido por Adam Wingard, somos apresentados quase de imediato aos protagonistas, sendo que não demora muito para que o caderno entre em cena. A direção de Adam é muito boa no inicio, e conta com algumas cenas muito bem montadas, porem, com o desenrolar do filme, Wingard perde totalmente a mão. Seus personagens são bem apresentados, e até causam uma certa empatia, mas também não vai muito longe. ‘Death Note’ tem um visual interessante, e consegue trabalhar muito bem as cores, deixando as cenas, artisticamente falando, bonitas.

O filme até tem um certo capricho pelas cenas de morte, que ao estilo ‘Premonição’, não deixa a desejar. A direção de Adam estava boa, boas cenas, boa montagem, e alguns planos bem caprichosos que até diminuía o fato do roteiro ser ruim, mas com o passar de mais ou menos 20 minutos o filme simplesmente desmorona. E isso me deixou bastante frustado, era a unica coisa do filme que eu estava gostando.

Como um fã do anime, e como um fã da cultura pop japonesa, o que a Adam Wingard fez na adaptação deveria ser considerado um crime… Os personagens tiveram seus ideais mutilados e sua grande maioria não representa em nada suas origens. Não acho que o elenco seja ruim, o roteiro e sua criação de personagens que é uma grande piada de mal gosto. Além do relacionamento bizarro entre Light e Mia, o filme conta com diversas cenas sem nexo que colabora em uma relação fraca, de dois personagens fracos… Me entristece lembrar do Light original, tão confiante, cheio de maldade camuflado em boas intenções, um personagem complexo e muito bem escrito, então você assisti ao filme e se depara com um personagem raso, fraco e que não representa em nada suas origens. Eu nem reclamo tanto da Mia, ela realmente ficou mais interessante nessa versão, talvez essa personagem batendo de frente com o Light original, daria algumas linhas de diálogo diferenciais. Não me importo com o L ser negro, e gostei bastante do ator Lakeith Stanfield dando vida ao personagem, é o melhor do elenco na minha opinião, mas ainda faltou algumas coisas para ser aquele L tão icônico. Gosto do visual do Ryuk e também gosto de Willem Dafoe dando vida a criatura, provavelmente um dos poucos acertos no filme.

Pare este critico aqui, Death Note decepciona tanto como filme e mais ainda como uma adaptação. Uma coisa precisamos admitir, Hollywood realmente não sabe fazer adaptações de animes e vídeo games. Me deixa bastante assustado o fato que ainda teremos adaptações de Pokémon, Naruto e One Piece vindo pela frente… É melhor os otakus se prepararem, porque Hollywood ainda vai entregar muitas bombas pela frente, e ela não pretende parar!

Fiquem satisfeitos com as produções de baixo orçamento do Japão, pelo menos são mais fieis…

Nota: 4,5 (Fraco)

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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