“Gringo” falha em sua proposta inicial – nos apresentar uma obra descompromissada de humor – ao se desenvolver em uma narrativa arrastada que dá diversas voltas para chegar em pontos completamente previsíveis. O primeiro ato se prolonga muito em meio a um humor forçado com personagens extremamente caricatos e piadas xenofóbicas, para então chegar no momento chave onde a trama começa a engatar. Nem mesmo o protagonista Harold que está ali para despertar empatia do espectador como o bom sujeito cumpre bem esse papel, já que a sua própria vida pessoal que está altamente em risco é apresentada de maneira rasa, afastando a gente do personagem.
As coisas não melhoram muito no segundo ato, quando o elemento ação entra em jogo. A tentativa de equilibrar a seriedade do crime organizado Mexicano como algo ameaçador enquanto usa do humor caricato é falha, assim como o casal coadjuvante Miles e Sunny parece estar ali apenas para preencher um buraco, já que não desempenham nenhum papel de importância para os acontecimentos – e nem nos fornecem nenhuma situação ou piada engraçada.
As coisas melhoram um pouco no ato final, que é quando o filme finalmente consegue chamar um pouco de atenção para si e apresentar desfechos levemente interessantes com algumas boas tiradas de humor – um pouco disso graças ao carisma do curioso Mitch Rusk, irmão de Richard Rusk que aparece para tentar resgatar Harold – mas nada grande o suficiente para compensar as falhas que antecedem.
“Gringo – Vivo ou Morto” é a primeira direção de Nash Edgerton e chega aos cinemas sem prometer muito. Ainda bem. Nem mesmo grandes nomes como Charlize Theron e Amanda Seyfried são capazes de segurar “Gringo”, já que a personagem de Charlize que tem como proposta ser a mulher fatal é gratuitamente diabólica e genérica e a de Seyfried é tão sem importância e descartável que parece nem estar ali de fato – embora vislumbrar seu lindo rostinho vez ou outra seja muito agradável (te esperamos em Mamma Mia 2, sua linda!).
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