O mais novo filme da Netflix, “Cargo”, conta a estoria de um casal que vive em um mundo pós apocalíptico, mais precisamente na Austrália, e precisa lutar pela sobrevivência, e ainda com uma filha ainda bebê. O filme conta com Martin Freeman, o Watson da série ‘Sherlock’ e Bilbo Bolseiro da trilogia “O Hobbit”.
O filme não conta com um roteiro incrível ou uma direção espetacular, mas o peso de toda a trama está nas costas dos atores. Com um elenco pouco conhecido, com a exceção de Freeman, o filme consegue entregar momentos emocionantes. Mesmo gostando de seu trabalho, Martin não é nenhum ator espetacular, e entrega boas atuações, mas sempre dentro do seu possível, e mesmo dessa forma eu me surpreendi nesse filme. Martin não é do tipo muito emotivo, ou dos atores que consegue chorar com facilidade, e convenhamos, isso vai de ator para ator, mas mesmo assim, muitas cenas são extremamente impactadas com sua atuação, que mesmo sem ser espalhafatosa, é dentro da medida certa e consegue tocar o publico.
Toda a jornada em busca de um local seguro para sua filha, conta com Freeman e a atriz mirim que a interpreta, e as cenas são muito bem aproveitadas, com locais destruídos e cercados por mortos. A estoria que foi escrita por Yolanda Ramke, tem sua própria origem e suas peculiaridades para os mortos vivos, que ao mesmo tempo em que agrega, também confunde. Mas essa estoria, assim como varias outras de zumbis, o foco é na sobrevivência e não na luta contra os mortos em si, e nesse ponto o filme acerta bastante. A parte emocional do pai que tem uma grande tarefa pela frente, foi muito bem confiada a Freeman.
Mesmo o filme não tendo um roteiro ou uma direção memorável, ele consegue ser um bom filme de drama. Os efeitos práticos e toda a maquiagem dos mortos também é de qualidade, principalmente levando em consideração que o filme foi barato. O visual da Austrália também deu um toque especial ao filme, dando um ar no inicio meio “Viagem Maldita”, mas faltando um pouco do “gore” que tanto marca o gênero.
“Cargo” não é um filme de terror, nem muito menos um suspense, mas tem uma direção leve e uma estoria, que por mais que já tenha sido usada por milhares de pessoas, ainda consegue levar algo novo para a tela, e acerta muito bem nas cenas emocionantes e pela luta de um pai, que teme o futuro de sua filha em um mundo totalmente caótico, e a atuação realmente entregue de Martin Freeman. Não vai te surpreender, mas vai deixar um calorzinho no seu coração, e duvido que você não se emocione em alguma dessas cenas.
Nota: 7.5/10
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