‘Vingadores: Ultimato’ marca o fim de uma era, uma era repleta de heróis e vilões, um pai e criador amoroso, e uma legião de fãs apaixonados que estão sofrendo com o adeus de seus personagens favoritos.
A Marvel nos cinemas levou mais de dez anos construindo o que nós temos hoje, um universo compartilhado extremamente rico e abrangente, ganhando admiradores do mundo inteiro, e disseminando o amor pelos quadrinhos. Amor, no qual, devemos agradecer ao nosso querido Stan Lee, cujo o trabalho inspirou diversos cineastas ao longo dos anos, mas que infelizmente não chegou a ver o último filme dessa jornada concluído, mas que pelo menos sabe que todas as suas criações, ou melhor, seus filhos, estão em boas mãos.
O filme presta diversas homenagens ao longo de suas três horas de duração, passando por momentos icônicos de nossos heróis, e até personagens que já não fazem mais parte da saga. E logo no inicio já temos um gostinho do que vem pela frente, algo completamente inesperado. Começando com revelações de personagens que estavam de fora da guerra, até um embate cedo e inesperado. O roteiro trabalha muito bem o psicológico ferrado de cada um desses heróis, e com o passar da trama, sua evolução.
Outra evolução muito interessante do filme, é o estado do planeta terra, que obviamente, já não é mais o mesmo depois do estalo de Thanos no primeiro filme. Essa pressão de quem está vivo, e as perguntas que são levantadas, “mas por que eu?” são muito bem trabalhadas, e mostram um panorama interessante com as guerras reais ao redor do mundo.
Com as três horas de duração, temos cenas de lutas, reencontros, e algumas piadas, e algumas piadas excelentes. Essa descontração dos filmes Marvel já são esperadas pelo público, e eu muitas vezes cheguei a criticar algumas dessas piadas em momentos ruins. Mas dessa vez não é o caso, ‘Vingadores: Ultimato’ é um filme em sua boa parte, sombrio, mas que consegue ser leve e esperançoso na medida certa.
E as cenas de conversas e as relações entre os heróis são para mim o ponto forte do filme. Diferente de ‘A Era de Ultron’, que na época eu escrevi uma critica dizendo a tamanha falta de equilíbrio entre o desenvolvimento dos heróis e as cenas de ação, nesse é totalmente diferente. Os irmãos Russo souberam como desenvolver cada um desses personagens que ganharam nossos corações com sua bravura, coragem, ou apenas o bom humor. Mas quando os irmãos decidiram apelar para a ação, cenas de luta, as batalhas, em grupo ou em individual, o acerto continua gigante. Todas as cenas de ação são belíssimas, e muitas conseguem tirar o folego do espectador, uma aventura que há muito tempo não se era visto em uma sala de cinema.
E o que dizer desse elenco imenso? Todos atravessando sua melhor fase na carreira, e mesmo assim, depois de dez anos a Marvel conseguiu juntar todos eles dentro de um único filme. E o mais incrível, todos foram até o fim com isso. Não houveram desistências ao longo do caminho, e manter um grupo como esse não deve ter sido fácil por conta da agenda individual de cada um. Algo que também precisa ser registrado como histórico no cinema.
Como eu disse, dizer adeus não é fácil, mesmo sabendo que é algo inevitável. Kevin Feige conseguiu realizar o seu maior e mais ambicioso plano, e provavelmente o maior que o cinema já viu. Vamos ficar com saudades? Já estamos. Mas os Vingadores encerraram no seu ápice, e mesmo que seja dolorido, não existe honraria maior do que um herói morrendo por um bem maior.
Mas se você ainda não assistiu, se prepare, as cenas não são fáceis. Mas todos os personagens que se foram, ficarão gravados bem fundo em nossas mentes. Mas prepare o seu lencinho, pois nunca antes eu vi um cinema chorando em uníssono como nessas despedidas.
Nota: 9.5
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