Sobrevivente do massacre zumbi, Alice (Milla Jovovich) retorna para onde o pesadelo começou, Raccoon City, onde a Umbrella Corporation reúne suas forças para um ataque final contra os remanescentes do apocalipse. Para vencer a dura batalha final e salvar a raça humana, a heroína recruta velhos e novos amigos.
Esse é, com toda certeza, um filme muito controverso; assim como todos os seus antecessores. Como a maioria, sou muito fã dos jogos, mas entendo que os filmes nasceram da união de uma premissa de filme de zumbi com a compra do nome “Resident Evil” já estabelecido. É um filme muito divertido, como já era de se esperar, dinâmico, e de certa forma saudosista até, fazendo diversas alusões aos filmes anteriores. Porém é impossível dizer que seja um filme perfeito.
Apesar de conter lutas muito bem coreografadas, os confrontos possuem cortes de cena tão abruptos que parecem piscadas, mal dando para ver o que realmente está acontecendo, tornando-as uma experiência visual, no mínimo, desagradável. Toda a ação pipoca na tela em sequências que causam certa inquietação no espectador. Se a intenção era deixar tudo subentendido para interpretação pessoal, o acerto está garantido. E aliado a um 3D completamente desnecessário — ainda mais pelo fato do filme ter sido rodado inteiramente em câmera especiais de tecnologia 3D — que deixa um filme ainda mais incômodo de assistir.
A quantidade de referências maravilhosas aos jogos, que acalentam os corações dos fãs da franquia dos consoles, é diretamente proporcional ao amontoado de furos que a história apresenta. Ótimo para assistir com um amigo que também seja inteirado sobre o assunto. Será uma chuva de “Ai isso é tão Resident Evil tal…” Mas para tornar o final mais coeso num panorama com os outros filmes e para que fosse mais facilmente engolível, muitas explicações são mal dadas, fatos anteriores desmentidos sem necessidade e personagens são ignorados ou diminuídos para que se encaixassem mais maleavelmente à trama de Alice. Tais como Ruby Rose e William Levy, que na divulgação aparentam ter importância na história, mas acabam sendo apenas mais coadjuvantes avulsos como tantas participações dos outros títulos.
O ponto alto do enredo é sua forte ligação com o primeiro filme, “O Hospede Maldito”. Com Alice retornando à Colmeia, a trama foca-se bastante em desenvolver seu passado que até então só tinha sido pincelado bem vagamente. Foi incrível ver como uma teoria que rolava pela internet sobre a conclusão da saga estava certa, e, mesmo que para quem perceba as coisas logo de cara, como no meu caso, tenha sido entregue muito cedo durante o filme, acredito que foi bem trabalhada.
Apesar de seus escorregos nada sutis, é, sim, um bom filme. Mesmo seguindo a mesma direção de grandes falhas no roteiro e discordâncias perceptíveis, não deixa de ser um blockbuster de respeito e uma garantia de entretenimento. Definitivamente uma conclusão que fecha muitas portas, alguns ciclos bem redondinhos, enquanto outras permanecem escancaradas, deixando aquela dicazinha de que daqui uns anos estaremos nos vendo novamente. Talvez um reboot, para a alegria de muitos? Não sei. Vamos acompanhando.
One response
Quando lia seu post, pensei “não vou comentar nada, pois não vi os filmes e nem joguei os jogos, somente assisti a esse último”, mas você tocou em um ponto que vou concordar. Os cortes das cenas foram mesmo desconfortáveis! Cheguei a pensar que se alguém tivesse tendência à epilepsia, sei lá, poderia desencadear um ataque, rsrs. Mas, posso dizer que gostei bastante do filme, e consegui entender bem a história, foi divertido. E eu nem gosto de filmes/séries de zumbi, hahaha. 🙂