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Juca Valente é dono de um quiosque no litoral de São Paulo. Eterno namorador, ele não gosta de responsabilidades e não pensa em ter um relacionamento sério. Mas sua vida toma outro rumo quando uma ex-namorada norte-americana larga um bebê com ele e desaparece no mundo.

Essa é a trama da nova comédia nacional estrelada por Leandro Hassum “Não Se Aceitam Devoluções”, versão nacional do mexicano “Não Aceitamos Devolução” de 2013.

Não se Aceitam Devoluções

A comédia nacional é um terreno cada vez mais explorado e saturado, nos apresentando através dos anos tramas fracas e nada inovadores. E embora “Não se Aceitam Devoluções” não seja nada inesquecível, consegue se diferenciar daquilo já visto ao apostar em uma dramédia sobre amor paterno. Com uma montagem dinâmica, o filme apresenta um ritmo diferente do que estamos acostumados a ver no gênero aqui em nossa terra – muito isso se deve ao fato de seguirem os moldes do original Mexicano. O personagem principal apesar de caricato e canastrão (tudo aquilo que esperamos de qualquer personagem interpretado por Leandro Hassum) apresenta também momentos de medo e insegurança, o que dá certa profundidade e surpreende.

Mas nem tudo são flores em “Não se Aceitam Devoluções”. Apesar de dinâmico, a trama apresenta constantemente diversas situações que não são nada críveis ao espectador, o que impede de se levar a parte dramática da história a sério. Há também certos problemas de adaptação cultural – existem elementos mexicanos que não funcionam para personagens de origem Brasileira, e em alguns pequenos momentos percebemos que não se atentaram tanto a isso. E, esperando não ser taxado de carrasco, temos aqui uma atuação mirim ruim. Manuela Kfouri apesar de fofa não convence e não possui o mesmo talento e carisma de Loreto Peralta, que interpreta a mesma personagem na versão mexicana do longa.

Não se Aceitam Devoluções

Apesar de tudo, “Não se Aceitam Devoluções” deixa certo saldo positivo. Se atrevendo a brincar com as emoções do espectador, o filme consegue emocionar ao mesmo tempo que proporciona risadas. Existe certa carga dramática que é dispensável para quem procura uma comédia, mas este é um problema do roteiro original, e não de nossa versão tupiniquim.


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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