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Novo filme da franquia ‘Transformers’ surgiu graças a uma sugestão de Steven Spielberg, e agora todos nós podemos agradecer ao grande mestre do cinema.

Neste derivado, que também serve como prequel, o planeta  Cybertron enfrenta uma grande guerra entre Autobots e Decepticons, com a tamanha perda de membros da equipe, e amigos, resta agora a um simpático robô amarelo encontrar um novo lar. Mas ele não esperava encontrar uma amiga no caminho.

Sempre falamos em tipos de filme, aqueles pipoca, que servem para distrair, alegrar e passar o tempo, e aqueles mais complexos, com tramas fortes e densas, que geralmente ganham a alcunha de cults. Nesse ano tivemos vários filmes que se encaixam em ambos os quesitos. Mas Bumblebee é uma ótima surpresa.

Com direção de Travis Knight, ‘Bumblebee’ consegue fugir da repetição de Michael Bay de sempre entregar o mesmo filme de Transformers a cada sequencia (desnecessária) dessa jornada sem fim , que para mim, já deveria ter acabado há muito tempo. Passado nos anos oitenta, o filme aproveita toda a pegada “vintage” que tanto vem se repetido nos últimos anos depois do sucesso de ‘Stranger Things’,  mas o filme aproveita muito bem. Roupas, musicas, filmes e séries oitentistas transbordam a tela com ótimos momentos nostálgicos.

A franquia Transformers se tornou algo pouco inovador com o passar dos anos, piadas fracas e forçadas, cenas de luta pouco empolgantes, personagens pouco carismáticos, e sempre muitas explosões. Infelizmente ninguém avisou ao Michael Bay, mas um bom filme precisa de muito mais do que fogo para ser bom. Em ‘Bumblebee’ temos a volta do cerne de Transformers, piadas boas, bom senso de aventura, menos explosões e ótimas cenas de ação.

O filme tem ótimas cenas de comedia, seja entre Bumblebee e Charlie (Hailee Steinfeld), ou com outros personagens, mas o fato é que o roteiro escrito por Christina Hodson acerta em cheio na hora de fazer rir, mas também sabe aproveitar o individual dos personagens. Esse filme tem o tom certeiro dos filmes de aventura dos anos oitenta, como ‘Os Goonies’, ‘E.T.’, ‘Os Gremlins’ e praticamente toda a filmografia de Spielberg durante esta década magica. Hailee aparece muito bem em todo o filme, e continua sendo uma das grandes promessas de Hollywood, lembrando que a moça já concorreu ao Oscar de melhor atriz coadjuvante, quando tinha apenas 14 anos de idade.

A direção de Travis é certeira, que sabe filmar tanto as cenas de aventura, as lutas, e aproveita o melhor da comedia. Diferente dos últimos filmes da franquia, nesse eu não senti em nenhum momento o exagero de gritos ou surtos de personagens medrosos com a ameaça dos robôs, o tom do humor atinge o limite certo para se divertir, e não ficar cansado ou achar as atitudes dos personagens ridículas. Mesmo melhorando a franquia, você consegue sentir a todo tempo a conexão desse filme com todo o universo já estabelecido, e isso mantem com excelência a atenção de fãs antigos, mas também convida novos espectadores ao mundo dos Autobots (e decepticons).

Dos filmes “pipoca” de 2018, sem nenhuma duvida, “Bumblebee” tem o seu destaque, aventura e comedia na medida certa. Mesmo apos centenas de filmes assistidos neste ano, o (agora) fusca amarelo foi o mais divertido.

Nota: 8.5/10


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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