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Há algumas semanas começamos a conversar sobre a evolução da lendária franquia de games de Resident Evil. Você provavelmente já leu a primeira parte – caso não, deveria fazê-lo AGORA! Em resumo, dissemos como a franquia da CAPCOM revolucionou a indústria gamer, quando surgiu ao final dos anos 90, e na década seguinte, tomou um rumo mais voltado para a ação Hollywoodiana. Tais mudanças, embora fossem lucrativas, desagradaram amplamente fãs e críticos. No entanto, com o ressurgimento de games de terror e outras influências que detalhamos melhor na primeira parte, a franquia voltaria com tudo ao Terror de Sobrevivência com o brilhante Resident Evil 7. Recapitulado? Então pegue sua erva verde (fãs entenderão que não estamos falando de drogas ilícitas) , o que sobrou de munição e vamos prosseguir.

A família Baker se junta para uma interessante refeição, em imagem promocional de Resident Evil 7.

Ponto de Vista

Resident Evil 7, pelo que tudo indicava, seria um jogo em primeira pessoa, daqueles em que o jogador enxerga e interage com o mundo diretamente através do ponto de vista do protagonista, sendo que todos jogos principais da franquia eram em alguma versão de terceira pessoa – quando você vê o protagonista que você controla no ambiente.

Tal escolha de mudança, tão radical, naturalmente traria o questionamento: “Então, em vez de entregar o que a gente pede, que é o terror dos Resident Evil clássicos, vocês vão simplesmente copiar Outlast?” Felizmente a resposta que vimos, quando Resident Evil 7 foi lançado em janeiro de 2017, foi um sonoro “não”.

‘Sonoro’, porque o jogo fala por si só. A visão em primeira pessoa de Resident 7 só contribuía para o clima de invulnerabilidade, pois você não saberia sempre o que estava atrás de você, quando precisasse correr de algum perigo. E muitos perigos haviam, afinal, a alma dos primeiros games da série estavam lá, muito presentes: uma imensa casa estranha, maneiras limitadas de se defender de monstros e a incerteza do que realmente estava acontecendo.  A aparente falta de ligação deste capítulo da franquia com os anteriores ajuda bastante, e apesar de parecer uma decisão arriscada para cativar o jogador, ela na verdade funciona muito bem.

Os tradicionais zumbis deram lugar aos ‘Mofados’, em Resident Evil 7. E acreditem: eles dão MUITO trabalho, principalmente se sua mira for ruim.

Em Resident 7 você encarna Ethan Winters; até onde se sabe, um homem comum atrás de sua esposa desaparecida. Jogar com um completo estranho foi outra decisão arriscada, mas que cai bem: os protagonistas anteriores da série já são bem experientes emlutas contra criaturas. Ethan, por sua vez é um homem que sabe o que não faz ideia do que são aquelas criaturas e como derrotá-las.

E falando em criaturas, o melhor do jogo mesmo é a família Baker. Com atuações brilhantes, a estranha família ‘superpoderosa’ nos entrega momentos de puro terror e sadismo. A fazenda dos Bakers, onde o jogo se passa é um ambiente completamente desconhecido, perfeito para uma sensação de claustrofobia no jogador.

Crítica e comunidade visivelmente aprovaram o novo game. Resident Evil 7 ganhou diversos DLC’s, com destaque para Não-Herói (Not A Hero), que finalmente liga o jogo aos anteriores, de alguma forma, e também Fim de Zoe (End of Zoe), que encerra de vez a história do jogo.

Com tanto sucesso, é de se esperar por mais, certo? Mas antes que se fale de Resident Evil 8, a série sabe que os fãs ainda querem reviver uma de suas melhores experiências clássicas.

Leon e Claire, de Resident Evil 2 em imagens promocionais do jogo original, de 1998, e do remake, marcado para 2019.

O passado como futuro

O primeiro jogo de Resident Evil havia ganhado um remake em 2002, que ficaria exclusivo para consoles da Nintendo ainda por muitos anos. Eis que em 2014 os jogadores de PC, Xbox e PlayStation também poderiam jogar a brilhante reinvenção do primeiro game da série. Sua aceitação criaria, logicamente, um novo pedido da (muito, mas muito) exigente fanbase: refaçam Resident Evil 2.

Eis que temos, para janeiro de 2019, o lançamento do remake de Resident Evil 2. E este tem a difícil missão de fazer jus a um dos games não só da franquia, mas como também de sua geração. E toda divulgação que vemos com cada vez mais frequência, conforme nos aproximamos do lançamento, tem nos deixado otimista. Neste remake, a visão em primeira pessoa, que funciona tão bem em Resident 7 é deixada de lado, afinal, Leon e Claire, os queridos protagonistas deste capítulo da série de jogos, e é obvio que todos nós queremos ver eles na tela.

Os gráficos e o nível de detalhe da carnificina parece mais realista do que nunca, então se aqueles gráficos antigos do Resident 2 original, lançado em 1998 não te afetariam mais, tudo indica que esta versão vai nos deixar arrepiados sim. Enquanto a indústria dos jogos parece ver remakes de clássicos como uma saída fácil para lucratividade, felizmente a CAPCOM aprendeu com os erros cometidos lá em Resident Evil 5 e 6, e parece estar desta vez respeitando seus fãs, e ainda assim criando experiências interessantes para os novos jogadores. Resident 7 é o quinto jogo mais vendido da empresa. Aliás, o Resident Evil 2 original é o sexto lugar, e tudo indica que seu remake, se for tudo que promete, vai certamente arranjar uma boa colocação nesse ranking… e em nossos corações, claro!

 


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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