É uma euforia quando publicamos nosso primeiro livro, seja físico ou virtual, seja apenas um capítulo na internet, a sensação é bem parecida. É aquele frio na barriga que mistura ansiedade e medo de alguém acabar com a nossa raça com críticas.
Não importa quão bom você ache que é ou realmente seja: alguém, eventualmente, vai criticar você. Seja pelo que você escreveu, pela forma que escreveu, pelos erros que cometeu ou por ser quem você é: sempre tem alguém que tá com vontade de pisar no seu calo, e vai.
O primeiro passo é manter a cabeça fria.
Se você receber uma crítica e surtar, destratar quem falou e fazer a Maria do Bairro sofredora, outras pessoas podem acabar torcendo o nariz para isso. E, olha, esse é o erro mais comum dentre os iniciantes! Quem tá começando a escrever costuma ter o rei na barriga e mesmo confundindo “traz” e “trás”, acha que quem tá fazendo as críticas é um hater. Nem sempre é, as vezes você tá mesmo trocando umas palavras, errando vírgulas e fazendo uma narrativa ruim e é só você que não enxerga isso. E aí aquelas pessoas que abriram mão de uma leitura sem erros porque acreditaram que podiam gostar do seu livro e ainda comentaram pra ver se você toma vergonha na cara e melhora (!!!!) nunca mais vão te dar outra chance.
Se você conseguiu manter a calma e respondeu dizendo que vai melhorar ou pedindo desculpas ou até mesmo conseguiu ignorar…
O próximo passo e ler o comentário novamente e ver no que a pessoa tem razão.
Eu não vou mentir para vocês e dizer que hater não existe. Eu já recebi comentários pesados sobre “não se cuidar” ou “tinha mesmo que comer mcdonald’s porque ninguém ia querer me comer”; então eles existem, mas não quer dizer que todo mundo que comenta algo negativo é um hater. Normalmente é só um leitor insatisfeito que ficou com raiva ou chateado pela leitura não ter superado suas expectativas. Então, respire fundo e tire o melhor que puder do comentário daquela pessoa. Por que ela teria razão?
Deixe seu ego de lado
e aceite a humildade de que você não é perfeito e que erra. Poderá ver que, mesmo que a pessoa tenha falado coisas que não condizem com a realidade, ela está certa em alguns pontos também. De nada adianta ter soberba para humilhar quem comenta que não gostou. Já vimos muitos autores fazendo isso e ninguém ganha, nem você nem o leitor.
Se você conseguiu identificar um ponto qualquer que aquela crítica tem razão, está na hora de melhorar. Estude formas de melhorar seus defeitos e transformar eles em qualidade também.
Como exemplo, vou usar um caso pessoal. Em um dos meus primeiros livros “grandes”, recebi muitas críticas sobre personagens, que seguiam os meus caprichos. Na época, imatura, xinguei, bati pé, foi muito mimada e soberba. Mas aquela coisa ficou ali no fundo da minha mente porque eu sabia que eles tinham razão.
Logo depois, comecei a pesquisar e descobrir estratégias para formular personagens consistentes ao ponto de, hoje, dezenas de pessoas me procurarem para perguntar qual o meu método, pedir dicas e minhas fichas de trabalho. Da crítica de personagens inconsistentes, eu transformei em elogios constantes de personagens tão reais que poderiam ser nossos vizinhos.
Por isso, faça sempre seus erros virarem qualidades, estude e melhore! O que está bom não precisa de muitos cuidados, mas o que está sendo pontuado como fraco é o seu ponto focal de estudo. Se especialize.
E, por último, uma dica para manter a sanidade. Receber críticas, muitas vezes, dá raiva ou tristeza. Tenha sempre aquela pessoa que confia por perto e xingue ou chore, se necessário. Faz bem para o coração!
No responses yet