Peter Calloway, produtor das series Legion e Under The Dome, irá trabalhar numa nova série: a adaptação do aclamado videogame Alan Wake. A produção executiva fica por conta de Sam Lake – roteirista e idealizador do jogo – tudo em parceria com a produtora Contradiction Films. A boa nova para os fãs foi anunciada em entrevista exclusiva para a Variety.
Alan Wake é jogo de suspense/terror lançado em 2010, após muito hype criado por suas promissoras apresentações em diversas edições da E3, desde 2005. Trazendo uma excelente história, recheada de personagens carismáticos, e tudo isso com belos gráficos, jogabilidade acessível e uma excelente trilha sonora, o jogo se tornaria um dos maiores clássicos do Xbox 360, sendo lançado também para PCs em 2012.
Desenvolvido pela Remedy Entertainment, que ficou conhecida por Max Payne, de 2001, Alan Wake foi bem recebido e influenciaria consideravelmente qualquer jogo focado em histórias que viesse depois. Era de se esperar que um jogo tão importante, que saiu há quase uma década, já tivesse suas sequências, certo? No entanto, o máximo que tivemos foi o spin-off Alan Wake’s American Nightmare, de 2012, que embora tenha conseguido boas notas da crítica em geral, falhou em reproduzir o clima e história tão marcantes do primeiro jogo, dando maior foco em ação.
Digno de Stephen King
Não é exagero dizer que a história do jogo é digna de um bom livro de Stephen King. De fato, o autor é uma clara inspiração, sendo citado logo no começo do jogo. E assim como em muitas histórias de King, o protagonista também é um escritor, que precisa lidar com forças sobrenaturais.
E Alan Wake é um escritor de muito sucesso, num terrível momento de sua vida profissional, graças a um bloqueio criativo, que começa também a afetar o relacionamento com sua esposa, Alice. Os dois decidem tirar férias nas remotas montanhas da pequena cidade de Bright Falls, sem saber que forças obscuras tomam conta do lugar.
Embora a história seja muito boa, talvez ela falhe um tanto ao se basear num cansado clichê da ficção, tanto em filmes quanto em games: as tais forças malignas sequestram Alice, tornando a motivação de nosso herói um grande “Salve a Donzela em apuros”. Esta é uma falha, grave, que felizmente não chega a ofuscar o restante da história, com bons momentos de tensão, alívios cômicos que não estragam o clima e paisagens de tirar o fôlego. O universo onde a história se passa tem sua própria história, é bem construído, e nos dá vontade de explorar cada pedaço dele. E tudo isso nos é apresentado ao longo de diversos capítulos, apresentados como se fossem episódios de uma série, o que ajuda a elevar a experiência a um novo patamar, e tudo isso com uma excelente trilha sonora ao fundo.
O Som da Escuridão
Se você ainda não teve contato com o jogo, a gente adoraria dizer para você correr e garantir hoje mesmo sua cópia, no entanto, isso não será possível por meios oficiais. No entanto, a excelente trilha sonora, que acabamos de elogiar, é justamente o que ajudou a tirar o jogo das lojas, em maio de 2017.
A licença de uso de algumas faixas, (que incluem desde Roy Orbison a David Bowie) expirou, e sem a renovação por parte dos responsáveis, a comercialização do jogo foi encerrada. American Nightmare, o medíocre spin-off-que-não-é-sequência, continua sendo comercializado normalmente. Quem já possui Alan Wake, ainda pode instalar e jogar normalmente… Mas não deixa de ser uma pena que explorar nos mistérios de Bright Falls hoje em dia seja bem mais difícil para novos fãs em potencial.
OK, teremos a série. E Alan Wake 2?
Não é preciso vasculhar tanto na internet para encontrar certo vídeo com gameplay de Alan Wake 2. Trata-se de um protótipo, para testar alguns elementos que poderiam vir a ser usados no jogo. Enquanto Tero Virtala, presidente da Remedy diz a culpa de Alan Wake 2 não ter sido lançado é da Microsoft, Phil Spencer disse há alguns anos que é a Remedy que precisava “querer fazer o jogo”. Desde American Nightmare, a Remedy lançou Quantum Break, em outra parceria com a Microsoft, e na última E3, anunciou um novo jogo, Control , além de anunciar também, mais recentemente, a abertura de uma divisão da empresa que desenvolverá exclusivamente títulos multijogador. Seja lá de quem for “a culpa” de não termos Alan Wake 2, certamente esperamos que a série faça o sucesso que interesse os responsáveis pelo desenvolvimento de um novo capítulo para nosso escritor favorito. E um que possamos jogar, em vez de apenas assistir.
Enquanto ficamos apenas com o vídeo (em inglês) que a Polygon divulgou, do protótipo da sequência que ainda não tivemos:
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