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Nos últimos dois dias, nos divertimos muito fazendo o top 10 de melhores filmes do ano. Mas… toda Força tem um lado negro. E o cinema não é diferente. Agora, deixo com vocês os piores filmes de 2013. Antes de começarmos, peço que levem as escolhas na esportiva – novamente, não é uma lista oficial e crítica, e sim apenas uma opinião bem-humorada. E se você ainda não conferiu nosso top 10 de melhores filmes, clique aqui para a primeira parte e aqui para a segunda.

Menções (des)onrosas

Dezesseis Luas (Beautiful Creatures, de Richard LeGravenese, EUA, Romance, 2013)

Jack – Caçador de Gigantes (Jack The Giant Slayer, de Bryan Singer, EUA, Aventura, 2013)

Todo Mundo Em Pânico 5 (Scary MoVie, de Malcolm D. Lee, EUA, Comédia, 2013)

Tragam-me a Cabeça da Mulher Metralhadora (Tráiganme la Cabeza de la Mujer Metralleta, de Ernesto Díaz Espinoza, Chile, Comédia, 2012)

Depois da Terra (After Earth, de M. Night Shyamalan, EUA, Aventura, 2013)

Sem Dor, Sem Ganho (Pain & Gain, de Michael Bay, EUA, Crime, 2013)

A Bela que Dorme (Bella Addormentata, de Marco Bellocchio, Itália, Drama, 2013)

10 – Empate: G. I. Joe – Retaliação (G. I. Joe – Retaliation, de Jon M. Chu, EUA, Ação, 2013) / Conexão Perigosa (Paranoia, de Robert Luketic, EUA, Suspense, 2013)

O primeiro “G. I. Joe”, apesar de inúmeros clichês de filmes de ação, alguns momentos sem sentido e uma trama fraca, foi suportável pelo carisma de seus astros. O segundo filme da franquia começa destruindo justamente isso: logo no início, boa parte de seu elenco é morto num ataque surpresa – que começa a trama de conspiração que dá continuidade ao filme anterior, mostrando um infiltrado na Casa Branca que tomou a forma do presidente e pretende dominar o mundo. Os problemas com “G. I. Joe” são inúmeros. O filme tinha uma obrigação: fazer ação incessante com o mínimo de história para manter coesão, e mesmo assim falha. Com o excesso de personagens, certas cenas e tramas ficam forçadas e difíceis de engolir, como o caso dos dois guerreiros ninjas, cujos diálogos são forçados para explicar toda a história de suas infâncias em menos de dois minutos, e ainda oferecer uma reviravolta pra lá de esquisita. Além disso, vários momentos insultam nossa inteligência – como o clímax, que consiste, basicamente, em vários líderes mundiais casualmente andando por aí com artifícios nucleares e jogando bombas atômicas um no país do outro. O resultado final é um filme puramente genérico. No lado positivo, há uma cena de batalha nas montanhas que constitui, sem dúvidas, os melhores 10 minutos do filme inteiro.

“Paranoia”, no original em inglês, é tão genérico quanto seu título: tem todos os problemas de uma típica comédia adolescente. A questão é que não é uma comédia, e deveria ser um thriller corporativista sobre um jovem que é contratado para espionar uma grande empresa. O grande problema é que “Conexão Perigosa” não consegue manter o mínimo de tensão, é muito superficial em sua tentativa de fazer um suspense teen e é dolorosamente previsível. Nenhuma das reviravoltas é surpreendente, nem mesmo a trama consegue inspirar o mínimo de originalidade, nem se desviar de cair em inúmeras falhas e furos no roteiro ou de uma estilística superproduzida que acaba sendo apenas irritante. Parece que simplesmente pegaram todos os clichês possíveis, bateram no liquidificador e enlataram para o grande público que não deseja pensar muito quando vai ao cinema. Como nem tudo é absolutamente ruim, temos Harrison Ford e Gary Oldman contribuindo com boas performances para tentar segurar a inexpressividade de Liam Hemsworth, mas, inevitavelmente, é um daqueles filmes que vão acabar passando todos os sábados à tarde no Telecine Pipoca, e que vamos conferir por cinco minutos antes de procurar algo melhor.

9 – Gente Grande 2 (Grown Ups 2, de Dennis Dugan, EUA, Comédia, 2013)

Na minha resenha, já expressei meu desgosto por este filme. Sem uma história para contar, “Gente Grande 2” se dedica a simplesmente mostrar os diversos encontros de seus protagonistas uns com os outros ao longo de um dia, em que decidem fazer as bobagens de suas juventudes de novo. No processo, fazem várias piadas sobre urina de cervo, mulheres com características masculinas, a semelhança entre sorvete de chocolate e fezes, entre outras coisas supostamente engraçadas. Talvez funcionasse como um stand-up ou coisa do tipo, mas, como filme, é bobo, juvenil, vulgar e com uma fixação um tanto preocupante com dejetos e excrementos.

8 – Caça Aos Gangsteres (Gangster Squad, de Ruben Fleischer, EUA, Suspense, 2013)

Sempre existe potencial quando um filme se propõe a descer ao submundo do crime, ainda mais contando com um elenco de peso e com a lindíssima Emma Stone. Se é aproveitado ou não, aí é outra história. “Caça Aos Gangsteres” é, provavelmente, o filme mais batido do ano. Muito clichê para ser levado a sério, e muito sério para ser não-intencionalmente engraçado, “Gangsteres” é um suspense muito superficial, e prevalece a sensação de “já vimos este filme antes”. Um desperdício de boa história, que se sustenta na atuação sólida de Sean Penn – sem dúvidas, a melhor coisa do filme. Se não fosse pela violência (que, aliás, também nunca é tão chocante ou satisfatória quanto pensa que é), provavelmente estaria fadado a reprises na Sessão da Tarde.

7 – Empate: Um Porto Seguro (Safe Haven, de Lasse Hallstrom, EUA, Romance, 2013) / O Massacre da Serra Elétrica 3D: A Lenda Continua (Texas Chainsaw 3D, de John Luessenhop, EUA, Terror, 2013)

Existe uma expressão norte-americana chamada “pular o tubarão”. Ele é usada para determinar quando um filme, uma série ou um livro não tem mais o que inventar e apela para o absurdo, e foi criada por que, numa série dos anos 1970, um personagem literalmente pulou um tubarão. Acho que é certo dizer que chegamos ao ponto da carreira de Nicholas Sparks em que ele passou a pular o tubarão fazendo um 720 Kickflip McTwist num unicórnio cuspindo fogo. “Um Porto Seguro” é um dos filmes mais absurdos que eu já vi em um bom tempo. Dessa vez, Sparks se dedica a contar a história de uma mulher procurada pela polícia que encontra um refúgio numa pequena cidade do interior, onde se apaixona por um homem. Poderia ser um ótimo filme e um bom suspense, se não fosse suas reviravoltas cretinas, saídas diretamente de uma novela mexicana dos anos 1990, e seus clichês sparkianos de um romance meloso. “Um Porto Seguro” não liga se está fazendo sentido ou não – na maioria das vezes, não faz –, apenas apela ao máximo para agradar seu público alvo com um romance boboca. Além disso, parece que os filmes de Sparks finalmente chegaram ao nível de terrores e comédias de baixo custo: recrutar para o elenco principal atores amplamente desconhecidos e dolorosamente inexpressivos, mas “lindos”. Se o livro que dá base ao filme é bom ou não eu não saberia dizer, mas a Marina fez uma resenha sobre ele, corram lá.

Certas franquias não sabem quando devem morrer. “O Massacre da Serra Elétrica”, infelizmente, é uma delas. Este filme começou com uma ideia considerável: apagar tudo o que foi feito depois do “Massacre” original, de 1974. Poderia ser uma boa jogada e trazer novo fôlego para a franquia, se não tivesse ficado no comodismo de todos os clichês possíveis de um filme de terror para adolescentes. E quando digo todos, são todos mesmo. Todos. Eu estou cansado de filmes de terror com personagens burros, reviravoltas impossíveis, sexo exagerado e gore desnecessário, e “Texas Chainsaw 3D” reúne tudo isso e um pouco mais. O filme se apoia, basicamente, no carisma da ótima Alexandra Daddario, mas nem ela consegue salvar os momentos de vergonha alheia e de “sensualidade velada” (quer dizer, uma camisa se rasgando no meio “por acaso”, e não só uma vez, não é a coisa menos cara de pau do mundo). Como um todo, “O Massacre da Serra Elétrica 3D” é apenas um filme de momentos cretinos e com um final absurdo. A lenda não pode continuar.

6 – Jogos Famintos (The Starving Games, de Aaron Seltzer e Jason Friedberg, EUA, Comédia, 2013)

Estou começando a achar que Aaron Seltzer e Jason Friedberg estão tentando destruir a civilização ocidental. Não há outra explicação para produzir paródias tão repulsivas e revoltantes. “Jogos Famintos”, como disse na minha resenha, é só mais uma produção da dupla, que já foi responsável pelos horrorosos “Deu A Louca Em Hollywood” e “Super Heróis – A Liga da Injustiça”. O “filme” (se é que podemos chamar assim), obviamente, se propõe a parodiar o novo sucesso “Jogos Vorazes” e, no processo, tirar algum dinheirinho fácil do nosso bolso. Todas as marcas imaturas e juvenis típicas de paródias estão aqui: piadas sobre fezes (muitas mais do que qualquer pessoa em sã consciência poderia desejar), cuecões, pés enfiados na bunda (literalmente), mutilações esquisitas, porradas em crianças, partes do corpo inadequadas deformadas, figuras bizarras de aparência duvidável, como o Presidente Snowball ou a versão retardada da mãe de Kantmiss, “participações especiais” de outros personagens de sucesso exageradamente afetado e transvestidos, tudo está presente. Tudo como no mais inspirado sonho ofensivo de um pré-adolescente. A inteligência da humanidade está ameaçada, companheiros. Aaron Seltzer e Jason Friedberg devem ser detidos.

E é isso, pessoal. Voltaremos amanhã com a segunda parte de nosso top 10 de piores filmes do ano com as maiores bombas do cinema em 2013.

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

4 Responses

  1. essa lista nao tem credibilidade nenhuma. Grown ups 2, foi de longe a melhor comedia do ano, toda gente sai do cinema com dores de tanto
    rir.

    • Bem, a melhor comédia do ano foi um fracasso de público, um dos piores filmes do ano segundo a crítica e está concorrendo a 8 categorias no Framboesa de Ouro, então…
      Agora, independente dos outros, minha opinião pessoal: eu não achei graça. Vamos concordar que o filme não tem história: não tem início, nem meio, nem fim. É só uma sucessão de esquetes e de cenas que alguém achou engraçadas o suficiente para botar num filme, mesmo que não tenha o mínimo de sentido. A sessão que eu peguei também terminou com muita gente saindo do cinema aos risos, e eu não conseguia acreditar nisso. Quer dizer, como alguém pode achar engraçado um filme cujo maior trunfo são piadas sobre xixi e cocô? Eu acho que todo mundo, quem gostou e quem não gostou, concorda que é um filme idiota. A diferença é que eu não tenho paciência para filmes idiotas. Eu não gosto de ser tratado como um idiota. E saí do cinema me sentindo um idiota por ter pagado para ser tratado como um idiota.

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