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Um seriado que se tornou muito popular ao longo dos anos foi The Big Bang Theory, e diga-se de passagem contribuiu muito para a popularidade da cultura nerd e geek. Ganhando exibição até em canal aberto, a série da Warner possui o personagem Sheldon Cooper, dono do bordão que criou o neologismo “Bazinga”, palavra estampada em camisas, adesivos, capas de cadernos e que já nomeou até festas e baladas no Brasil.

Além do bordão, os personagens principais se tornaram conhecidos, sendo  facilmente vistos em bonecos estilo funkos, figuras de ação e memes na internet, embora a série já não esteja mais em alta durante o ano passado e este ano  juntamente com os produtos inspirados na mesma, perdendo telespetadores certamente para fenômenos mais recentes como “Stranger Things”, “Lúcifer”, “La Casa de Papel” dentre outros sucessos da Netflix. No entanto o piloto da série foi ao ar dia 25 de setembro, e bateu recorde de audiência na CBS com audiência de 17,2 milhões de espectadores nos Estados Unidos.

Contudo os “bazingueiros” que se mantém fiéis à Sheldon e companhia podem agora descobrir como foi a infância do ilustre fã do Dr. Spoke, em um spin-off cuja primeira temporada foi  lançada desde setembro de 2017. Young Sheldon conta a história da família Cooper e como era o cotidiano de um Sheldon ainda menino muito antes de trabalhar com física de partículas, pronunciar o citado bordão  e dividir apartamento com Leonard.

A história se passa no final da década de 80 e segue o formato de “memórias narradas pelo Sheldon adulto”, embora do ator de The Big Bang Theory, Jim Parsons, escutemos apenas a voz na introdução e conclusão de cada episódio.

Filho de uma dona de casa e um treinador que compõem um cômico estereótipo de casal conservador texano, com uma irmã esperta para sua idade embora não para matérias de escola e um irmão mais velho que joga futebol americano no time do pai e compõe perfeitamente o estereótipo do “adolescente americano sem nada na cabeça”.
Logo no primeiro episódio o pequeno Cooper vai para o ensino médio com apenas nove anos de idade, o que demonstra que talvez ele não seja tão “comum” quanto sua família.

Ao longo dos episódios de vinte minutos cada, vemos que o jovem Shedon – interpretado por   Iain Armitage – possuía já a vocação para física desde muito cedo, se interessava por detalhes técnicos de lançamento de foguetes e cálculos complexos.

Interessante analisar que os produtores talvez tenham conhecimento de que além de popularizar a cultura geek, através das peculiaridades de Sheldon em The Big Bang Theory, o personagem se tornou exemplo representativo – quase um símbolo, às vezes  – daquilo que é conhecido como Síndrome de Asperger.

Independente de o personagem ter ou não um diagnóstico oficial, as  características de tal condição, as quais lhe deram tanto sua genialidade quanto sua personalidade excêntrica, aparecem visíveis já na infância, criando tanto situações engraçadas – como quando o menino se coloca de maneira franca demais aos olhos das pessoas, debate com adultos se colocando em igualdade ou analisa mentalmente comportamentos corriqueiros do ambiente à sua volta –  como quando demonstra “preferir ficar sozinho para pensar em suas coisas científicas e mais interessantes”, não querendo companhia ou “tomar parte nas imbecilidades do irmão”,  enquanto a mãe se preocupa por Sheldon não fazer amigos.

Sem pretender repassar os temidos spoilers, me permito afirmar que a relação de Sheldon com sua mãe é um dos pontos altos, e inclusive a atriz que a interpreta é filha da mesma atriz que interpreta Mary em TBBT. Em resumo Young Sheldon  é certamente uma ótima  comédia, mas junto à abordagem cômica há momentos em que trata de certos dramas pessoais e familiares, mas sem deixar de ser uma atração leve e divertida. E com certeza merecedora de ter tanta atenção  quanto a série que a originou.


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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