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Quando pensei na proximidade do mês da mulher pensei na ideia de que, por mais que saibamos que esta data deve ser replicada o ano inteiro, eu não poderia perder a chance de utilizar o simbolismo dela para exaltar mulheres da literatura nacional, principalmente as ainda desconhecidas que tentam e conseguem exercer o ofício de escritora em um país onde a literatura ficcional contemporânea se encontra ainda em expansão se for comparar com países onde a leitura possui mais valor, ou um sentido realmente relevante na vida da população, para além do “ato de ler utilitário”…
Bom, não é surpresa para ninguém (ou não deveria ser, pois esta questão é tão frequente que até já se tornou “clichê”) que no mercado de trabalho em geral homens costumam conseguir ganhar mais que mulheres exercendo funções mesmas, e com relação ao mercado editorial – que por si só já possui suas dificuldades, padrões e burocracias, e no Brasil isto chega a ser cruel com iniciantes – não tem sido diferente ao longo dos anos.
Nacionalmente, apesar do número de livros escritos por mulheres ter aumentado significativamente, em sua maioria os mais famosos e de repercussão internacional ainda possuem autoria masculina, principalmente quando falamos em certas áreas da literatura – tais como fantasia, terror, ficção, romance policial – a despeito de que a área onde mais cresce o número de livros de autoria feminina ainda é vista com certa desconfiança e até preconceito por muitas editoras e leitores: os eróticos. E sobre estes, especificamente, virei ainda a falar mais atentamente no futuro. Tal qual pretendo também com outros gêneros colocados mais à margem.
Contudo sem mais delongas, se hoje uma mulher que quer ser escritora pode possuir mais possibilidades do que há vinte ou quinze anos atrás, devemos isto certamente às muitas que enfrentaram um mercado desfavorável a elas e a outras que continuam se inserindo neste mercado atualmente…
Não conseguirei obviamente aqui falar de todas que merecem menção ao longo deste especial que se inicia hoje, mas falarei das que tive a louca ideia de abordar numa rede social, durante o processo de construção destes artigos sobre elas que irão ao ar nos dias que se seguirem… Em sua maioria foram gentis e receptivas abordadas por mim virtualmente, num convite de trazer aqui um pouquinho de seus trabalhos e mostrar que elas estão representando não apenas a si mesmas, mas também as muitas que almejarem sucede-las no futuro ou se juntarem à elas no presente e deixar seu registro na literatura nacional…
Elaborarei então este singelo espacial após colher e analisar várias sinopses e biografias – das que responderam às minhas mensagens – onde pretendo mencionar as que dentre elas já possuem visibilidade e trazer ao público aquelas que ainda não alcançaram tanto ou quase nenhum reconhecimento…
De algumas que serão citadas tive dificuldades em levantar informações sobre biografia, exatamente pela ausência de fama, contudo o objetivo aqui seria de fato dar visibilidade à elas…  E adaptando à ocasião  uma campanha iniciada por uma delas na última bienal: #AbraceUmaAutorANacional
(Mas claro, sempre com o CONSENTIMENTO da mesma, se for também abraçar literalmente)…

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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