A beleza é realmente tudo o que importa?

A arrogância de Kyle Kingson (Alex Pettyfer), um jovem bonito, rico e inteligente, faz com que ele seja amaldiçoado pela colega de classe Kendra (Mary-Kate Olsen) após humilhá-la na frente de toda a escola. Transformado numa aberração e rejeitado pelos pais, Kyle é exilado no Brooklyn. Lá descobre que só terá sua beleza de volta quando alguém amá-lo verdadeiramente, provando que nenhum amor pode ser feio.

Juro que minha motivação de ver esse filme não foi apenas para ver Alex Pettyfer sem camisa, mas também por achar interessante a historia de “A Bela e a Fera” em uma proposta mais contemporânea e não me decepcionei. A atuação de todos foi ótima, inclusive do Alex que me fez começar o filme odiando o seu personagem. Destaque também para os responsáveis pela maquiagem e os efeitos especiais da tatuagem da Fera que simplesmente arrasaram.

O cara bonitão

O filme conta a historia de Kyle, um garoto tipicamente popular, bonitão que tem todos aos seus pés, todos querem ser como ele. Ele mora apenas com o pai e sua criação é focada na estética pessoal, no qual a beleza é o centro de tudo. A família de Kyle tem a visão de que a beleza abre portas para qualquer coisa e por isso é tudo o que importa.

Essa fixação pelas aparências é tão grande que ao concorrer ao cargo de presidente da turma Kyle usa em seu discurso de campanha a frase:

“Eu sou bonito e tenho um pai rico, por isso vocês devem votar em mim, porque isso é tudo o que importa”

Por mais idiota que seja, com essa frase ele realmente vem a ganhar a votação, o que mostra que talvez Kyle não seja o único a ter esse tipo de pensamento.

Kendra beleza

Porém Kendra, uma aluna considerada estranha por todos, vai contra ele e diz que ele é ridículo por pensar assim. Kyle não gosta da atitude de Kendra e resolve pregar uma peça nela, convidando-a para uma festa.

O que Kyle não contava é que Kendra estava prevendo que ele faria algo e até lhe dá um alerta de que ele não deve mexer com uma bruxa, já que era assim que todos a chamavam. Ainda assim Kyle a subestima e continua com o próprio plano a humilhando na frente de todos. Dessa forma Kendra joga uma maldição nele.

A maldição é que Kyle aprenderia que beleza não pode ser tudo. Então sua beleza é tirada dele, ele terá um ano para fazer alguém amá-lo de verdade. Contudo se em um ano ele não conseguir ninguém que o veja além de sua aparência, Kyle ficará deformado para sempre.

Além da Beleza – O que realmente importa

Quando o pai de Kyle vê o que aconteceu com seu filho, ele se desespera e tenta fazer algo para seu filho voltar ao normal. Porém depois de diversas tentativas, Kyle e seu pai descobrem que o dinheiro não é tudo e nenhum médico conseguiria ajudá-los. Por fim, com vergonha do filho, o pai de Kyle o manda para uma casa escondendo-o do mundo. As únicas pessoas na casa, além do Kyle, são a antiga empregada que era constantemente humilhada pelo garoto e o amigo cego do pai de Kyle, que vira o tutor do garoto.

Longe dos holofotes que a beleza sempre lhe trouxe, Kyle começa a perceber o verdadeiro valor das coisas e passa a ser mais humilde. Ele percebe que nesse momento quem está do seu lado, não era seu pai que ele tanto idolatrava e sim a empregada, mulher que ele humilhava constantemente.

Além de todas as deformidades, Kyle ganha uma tatuagem de árvore perto do pulso. Essa tatuagem funciona como uma ampulheta para mostrar o tempo que lhe resta antes da maldição se tornar eterna.

O filme é bem curtinho, 86 minutos de duração apenas e tem um ótimo ritmo, de forma que quando você percebe já está no fim. Apesar disso ele traz lições valiosas e muito atuais em nossa sociedade que vê a beleza antes do caráter.

Moral

Infelizmente ainda vivemos em uma sociedade onde a beleza física importa mais do que personalidade, caráter e sabedoria. Padrões estéticos são mais importantes do que o aprendizado e isso é prejudicial, pois esses padrões impostos pela sociedade são alcançáveis apenas para alguns que tem sorte de terem conseguido os ingredientes certos na sua sopa genética.

E a cada vez que priorizamos mais uma tonalidade de cabelo, um formato de rosto, um tipo de corpo ao invés da sabedoria, mais difícil se tornam os argumentos que daremos aos nossos filhos do porque eles devem estudar bastante ao invés de passar o dia na academia ou na frente do espelho.

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Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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