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“Após a morte da reclusa avó, a família Graham começa a desvendar algumas coisas. Mesmo após a partida da matriarca, ela permanece como se fosse uma sombra sobre a família, especialmente sobre a solitária neta adolescente, Charlie, por quem ela sempre manteve uma fascinação não usual. Com um crescente terror tomando conta da casa, a família explora lugares mais escuros para escapar do infeliz destino que herdaram.”

Não é novidade para ninguém que nos últimos tempos as obras de terror lançadas deixam muito a desejar. Através destes anos tem sido cada vez mais difícil ver alguma inovação no gênero e sempre acabamos nos deparando com tramas repetitivas, clichês mal trabalhados e um excesso de jump scare apelativos, enchendo o hall do horror de filmes de qualidade duvidosa. Mas tenho o prazer de comunicar a vocês que esse não é o caso de Hereditário, e que se você é fã do gênero, deve correr para os cinemas assim que o filme tiver sua estreia no Brasil (mais precisamente, dia 21 de Junho)

Marcando a carreira do diretor Ari Aster como seu primeiro longa, Hereditário aposta em um terror mais lento e reflexivo, deixando de lado os jump scare previsíveis e trabalhando uma narrativa que não tem pressa de nos mostrar seu lado perturbador – embora a aura sombria esteja presente ali desde o início da trama. Nele entramos em um território capaz de mesclar o terror mais apreciativo com o visualmente mais perturbador de maneira equilibrada, gerando um resultado primoroso. Aqueles que são mais fãs do “novo terror”, sempre marcado por um ritmo mais corrido e com muitos sustos, talvez tenham um pouco de dificuldade com o ritmo de Hereditário. Mas aqueles que optarem por dar uma chance ao filme terão grandes surpresas.

Algo que não passa em branco em Hereditário, e que não podia deixar de ser citado aqui, é o desempenho de Toni Collette. Simplesmente estarrecedor. Interpretando a matriarca da família, Collete se entrega a personagem de maneira tão profunda e intensa que você sequer a associa a outras obras das quais já fez parte (Para quem não sabe, ela também esteve presente em O Sexto Sentido, interpretando a mãe do jovem e médium Cole.) Pode soar pretensioso de minha parte, mas a atuação de Collete em Hereditário é digna de Oscar – uma pena que a academia rejeite tanto o gênero. Um outro destaque do elenco também é a pequena Milly Shapiro, que recentemente se destacou na montagem da Broadway “Matilda”. Deixando toda sua fofura de lado, Milly nos apresenta uma criança introspectiva e com uma áurea completamente sombria.

Roteiro e direção de arte também são dois pontos de destaque de Hereditário. Com uma fotografia repleta de planos abertos que causam sensação de isolamento, o filme segue se fazendo sombrio em diversos elementos presentes em tela. Seu roteiro também é um ponto forte, pois embora as vezes caia em certos clichês – algo que se é difícil de fugir dentro do gênero – também carrega com si pontos de originalidade e não se faz previsível. Teríamos aqui o filme de terror do ano? Talvez. Eu me atrevo a dizer que sim.


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

3 Responses

  1. Eu concordo que por esses últimos anos os filmes de terror não tem sido tão bem produzido e eles são muito repetitivos. E não são como aqueles filmes de terror mais antigos tão característicos como o tão chamado terror. Mas esse filme não tive a possibilidade de assistir no momento.

  2. Amei muito a história e o trabalho do elenco. Bons atores nos filmes de terror e eu amei Bill Skarsgard, é uma das azoes pelas quais o filme teve resumos positivos e tambem por tudo o elenco. It a coisa filme foi um excelente trabalho de produção da maquiagem, guarda-roupa e design de Pennywise, vale muito à pena, é um dos melhores do seu gênero. Espero que a segunda parte tenha a mesma qualidade de atuação e como eles desenvolvem a história.

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