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Um romance de fantasia e aventura da mesma autora de Vampire Academy.

Pelo que Fei se lembra, nunca houve um ruído em seu vilarejo todos são surdos. Na montanha, ou se trabalha nas minas ou na escola, e as castas devem ser respeitadas. Quando algumas pessoas começam também a perder a visão, inclusive a irmã de Fei, ela se vê obrigada a agir e a desrespeitar algumas leis.

O que ninguém sabe é que, de repente, ela ganha um aliado: o som, e ele se torna sua principal arma. Ao seu lado, segue também um belo e revolucionário minerador, um amigo de infância há muito afastado em função do sistema de castas.

Os dois embarcam em uma jornada grandiosa, deixando a montanha para chegar ao vale de Beiguo, onde uma surpreendente verdade mudará suas vidas para sempre. Fei não demora a entender quem é o verdadeiro inimigo, e descobre que não se pode controlar o coração.

Estava numa curiosidade danada para ler “Silêncio” da Richelle Mead, a coleção Academia de Vampiros e Bloodlines são incríveis, então achei que valeria a pena. Esse é o primeiro livro da autora lançado pela Galera Record.

Silêncio daria um bom filme da sessão da tarde. Sabe quando falta alguma coisa? Então… Achei que faltou se aprofundar na trama, você tem vários elementos folclóricos de uma cultura muito rica como a chinesa e é tudo muito raso. Sem contar que é uma história que me lembra muito o mito da caverna de Platão. A ideia de você sair do seu mundo, sua realidade e se confrontar com uma outra vida e voltar para contar.

Fei vive em um povoado isolado no alto de uma montanha, do quais todos são surdos. Ela é uma artista que sempre quis retratar a beleza, porem seu trabalho é retratar o cotidiano buscando preservar a história para as gerações futuras. Eles vivem divididos por castas, onde há os artistas e os mineradores, esses que trabalham arduamente nas minas para garantir os alimentos enviados pela cidade ao pé da montanha (vale do Beiguo) – há uma certa hierarquia social que impede relacionamento entre as castas. Já privados da audição, a cegueira veio para castigar ainda mais o povoado, atrapalhando a mão de obra do minério e consequentemente os alimentos ficaram cada vez mais escassos.

Quando sua irmã começa a perder a visão e é rebaixada de função, Fei se desespera e acaba arriscando tudo para tentar ajuda-la. Com isso, acabou se unindo ao seu grande amor da infância Li Wei – minerador que perdeu o pai devido a cegueira e ao trabalho constante nas minas – e resolveram descer a montanha a procura do guardião da tirolesa em busca de respostas.

O livro tem uma trama leve e é narrado em primeira pessoa, sendo a visão da nossa protagonista. Conseguimos entrar nessa aventura, por mais que falte certa potência nas descrições e explicações. Algo que achei super válido, foi a forma com que a autora abordou a temática da audição, a falta e o descobrimento, demonstrando a importância desse sentido em diversos aspectos. Um outro ponto da história é a desigualdade social e os questionamentos levantados são bem pertinentes. A ideia deles terem expandido sua visão sobre o mundo e terem ganhado um novo conhecimento. Putz, Platão feelings! Sem contar que é uma linda história de amor, né? Eles não podiam se relacionar e apesar de tudo contra o sentimento sempre esteve ali e acaba crescendo no decorrer do livro.

Não é dos melhores livros que já li na vida, longe disso, mas é aquela típica historinha que você lê que é gostosinha sabe? Tipo você está sem livro para ler, então vai fundo.


Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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