Na vasta paisagem dos gêneros literários, dois subgêneros ganham destaque por sua capacidade de fundir mundos diferentes em histórias cativantes: a Fantasia Urbana e a Fantasia Histórica. Embora sejam diferentes em suas abordagens, ambos mergulham nas camadas mais profundas da imaginação e nos levam a cenários onde a realidade e a fantasia se misturam.

Fantasia Urbana: Quando os Seres Míticos Caminham pelas Ruas

Na agitada selva de concreto das cidades, surge a Fantasia Urbana, um subgênero da Baixa Fantasia que se desenrola em cenários urbanos do mundo real. Aqui, criaturas mitológicas, objetos personificados e protagonistas envolvidos na aplicação da lei ou na vigilância são elementos recorrentes.

Quando direcionada a um público adulto, a narrativa geralmente se desenrola em primeira pessoa, oferecendo uma perspectiva íntima dos desafios enfrentados pelos personagens. Em contrapartida, a Fantasia Urbana voltada para adolescentes apresenta protagonistas inexperientes, mergulhados em lutas paranormais que surgem de forma inesperada. Durante suas jornadas, esses jovens muitas vezes descobrem habilidades sobrenaturais próprias, encontram aliados improváveis e experimentam romances arrebatadores.

Fantasia Histórica: Um Encontro Épico Entre Ficção e Realidade

Quando a História se entrelaça com a magia, surge a Fantasia Histórica, um subgênero que combina elementos fantásticos com a narrativa histórica. Ambientada em épocas anteriores ao século XX, essa forma de fantasia coexiste com a realidade do mundo real ou apresenta uma história alternativa onde eventos históricos reais tomam um rumo diferente.

Como a Fantasia Urbana, a Fantasia Histórica pertence à Baixa Fantasia e apresenta uma abordagem única. Aqui, criaturas sobrenaturais e elementos mágicos se misturam às tramas e intrigas históricas, criando uma atmosfera encantadora e repleta de surpresas. É uma jornada épica, onde passado e fantasia se unem em uma dança apaixonante.

Desvendando a Distinção: Alta Fantasia vs. Baixa Fantasia

A linha que separa a Alta Fantasia da Baixa Fantasia é tênue e, muitas vezes, causa debates acalorados entre estudiosos e fãs do gênero. Em termos gerais, a Alta Fantasia ocorre em um mundo secundário, completamente fictício, enquanto a Baixa Fantasia se passa no mundo real, o que chamamos de mundo primário.

No entanto, algumas obras desafiam essa definição. Por exemplo, “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, é ambientado em uma Terra Média inspirada na Europa, embora suficientemente divergente da realidade para ser classificada como Alta Fantasia. Já “Harry Potter”, de J.K. Rowling, inicia no mundo real e depois se desdobra em Hogwarts, um “mundo-dentro-do-mundo” que também se enquadra no subgênero da Alta Fantasia.

A classificação de obras como Alta ou Baixa Fantasia é um desafio complexo, uma vez que envolve uma variedade de elementos narrativos e contextuais. O debate continua, e a imaginação floresce à medida que novas histórias desafiam as fronteiras estabelecidas.

Explorando a Baixa Fantasia: Exemplos que Despertam a Imaginação

Se você está pronto para se aventurar em mundos onde a magia encontra o cotidiano, a Baixa Fantasia reserva diversas opções para cativar sua imaginação. Aqui estão alguns exemplos:

Livros:

  • “As Mil e uma Noites”
  • “Percy Jackson”
  • “Instrumentos Mortais”

Histórias em Quadrinhos:

  • “Fables” de Bill Willingham
  • “Preacher” de Garth Ennis, Glenn Fabry e Steve Dillon

Jogos:

  • “Vampiro: A Máscara” (1991)
  • “Lobisomem: O Apocalipse” (1992)
  • “Mago: A Ascensão” (1993)
  • “Ladrão” (série)
  • “Shin Megami Tensei: Persona 4”
  • “The Cat Lady”
  • “Mount and Blade”

Televisão:

  • “I Dream of Jeannie” (1965-1970)
  • “Forever Knight” (1992-1996)
  • “Kindred: The Embraced” (1996)
  • “Buffy the Vampire Slayer” (1997-2003)
  • “Charmed” (1998-2006)
  • “Supernatural” (2005–presente)
  • “True Blood” (2008-2014)
  • “Evermoor” (2014)
  • “Man Seeking Woman” (2015)

Curiosidades que Surpreendem:

  • A palavra “baixa” na Baixa Fantasia não é uma crítica à qualidade das obras, mas sim uma referência ao nível de importância dos elementos tradicionais de fantasia nelas presentes.
  • O termo “Bildungsroman” é usado para descrever um tipo de romance que explora o desenvolvimento físico, moral, psicológico e social de um personagem, geralmente desde sua infância ou adolescência até a maturidade.
  • O conceito de “coming-of-age” é uma característica comum na Baixa Fantasia, enfatizando a jornada de amadurecimento dos personagens.
  • Nos RPGs, a classificação entre Alta e Baixa Fantasia é definida pela proximidade com o realismo ou o misticismo, resultando em algumas obras sendo classificadas de forma diferente na literatura e nos jogos.
  • A Fantasia Urbana abrange elementos como animais e brinquedos personificados, quadrinhos com traços exagerados e poderes mágicos, além de viagens no tempo.
  • Na França, a Fantasia é predominantemente de baixa fantasia e é conhecida como “Le fantastique”, focando na intrusão do sobrenatural ou do bizarro no cotidiano.
  • A fantasia francesa não possui uma tradição estabelecida de “dragões e feiticeiros” encontrada em outras obras do gênero.

A Baixa Fantasia nos convida a explorar mundos extraordinários que se entrelaçam com o nosso próprio mundo, adicionando uma pitada de magia ao cotidiano. É um convite irresistível para soltar a imaginação e mergulhar em histórias que desafiam as fronteiras da realidade. Aproveite a jornada!

Mione Le Fay é carioca, formada em Jornalismo. Escritora, professora de informática, apresentadora e produtora de eventos. Apaixonada por livros e fotografias, encontra nesses nessas duas artes uma forma de mostrar tudo o que existe em seu mundo.

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